CAPÍTULO I

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O COMEÇO DE UMA NOVA ERA

Qual a primeira coisa que vocês fariam ou pensariam se nascessem de novo? Parece uma pergunta sem sentido, mas foi exatamente o que aconteceu comigo

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Qual a primeira coisa que vocês fariam ou pensariam se nascessem de novo? Parece uma pergunta sem sentido, mas foi exatamente o que aconteceu comigo. Em um dia congelante de inverno de -18°, eu acordei, com as costas viradas para a neve, numa floresta enfestada de pinheiros, de costas para um chalé simples feito de madeira, provavelmente, das árvores que me cercavam.

Nesse dia, 8 de dezembro, eu despertei sem nenhuma memória do meu passado. Não sabia qual era meu nome, minha idade e muito menos quem era minha família e de onde eu vinha.

Vagarosamente, me sentei sobre a neve. Meus braços estavam cercados por queimaduras feitas pelo imenso cobertor branco que cercava a floresta. Mirei meus olhos para o céu preto, decorado e iluminado pelas estrelas que o enfeitavam. De repente, a minha primeira memória alegre havia se formado logo após minha perda total de memória: lindas ondas verdes se formavam naquela bela tela atmosférica. Senti um conforto e euforia quase que imediato ao encarar aquele belíssimo desenho que o céu pintara. Tanto, que não consegui, nem tentei, impedir o sorriso que se formava em meus lábios.

Uma brisa gelada jogou meu cabelo bagunçado para trás e me lembrou o quão frio estava lá fora. Quando lembro, meus dentes ameaçam ranger. Me envolvo num abraço, o que não adiantou muito, pois o vestido azul no qual estava tinha um tecido fino de mais para conseguir me aquecer. Foi então que me levantei daquela neve, com os pés afundando na mesma, e olhei em volta, enxergando o chalé na qual estava de costas. Uma ponta de esperança me atinge. "Será que eu havia caído, batido a cabeça em algo, perdido a memória e os moradores do chalé são da minha família"? - foi o que eu pensei. Sem, nem ao menos, refletir sobre, corri até a porta do chalé, sentindo meus pés ficando dormentes, pelo frio, e bato exatas três vezes na mesma. Enquanto esperava alguma resposta, dei pulinhos, com esperança de isso me esquentasse de alguma forma, mas, obviamente, sem resultado. Sentia meu corpo adormecer e meu nariz a escorrer sangue. Rapidamente, o limpo, porém sem sucesso. Ele escorria sem cessar. Estava me preparando para dar meia volta, quase desistindo, quando escuto o ranger da porta. Viro-me novamente, vendo duas senhoras de terceira idade. Eu as consideraria velhinhas completamente normais... Se não fosse pelas suas unhas extremamente compridas. Chutaria que elas possuíam trinta centímetros. Além de serem gigantescas, elas eram feitas de ferro... Literalmente. Por um momento achei que estava ficando maluca. Vendo coisas ou que talvez estivesse tendo um sonho maluco e logo despertaria. Para comprovar minha teoria, belisco o antebraço com muita força, porém senti a dor e não despertei de meu suposto "sonho".

Uma das senhoras colocou a palma da mão sobre minhas costas e me levou até o interior do chalé, enquanto a outra esperou até que entrássemos para que entrasse.

A mais alta entrou em um cômodo e trouxe um cobertor envolvendo-o ao redor de meus ombros. Sem demora, os agarro. A mesma que me deu o agasalho, me leva até a poltrona a frente da fogueira. Calor. Finalmente o sinto de novo.

A Lâmina da Escuridão - A Pedra da VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora