Capítulo 8.

45 8 0
                                    

Rosé esperou até que a lua tocasse o lago e então se transformou novamente na princesa.
Há tanto tempo já fazia aquilo que às vezes não sabia se devia agir como uma mulher ou um cisne. Estava tão cansada de continuar presa ali! Ela torcia para que Jimin a encontrasse (se é que ele a estava procurando) e que a tirasse daquele lugar.

Mas talvez esperar pelo seu príncipe não fosse a escolha certa, embora soubesse que somente uma promessa de amor daquele que a fizesse de coração fosse libertá-la. Talvez ela precisasse encontrar Jimin. Só não sabia como faria aquilo.

Então, a princesa teve uma ideia. Sempre que era noite de lua, Rothbart aparecia no lago e fazia a mesma proposta. Ela sempre se negava e perguntava a ele por que se ele era tão poderoso apenas não tomava o reino para si e ele sempre respondia:

- Não! Quando você toma algo passa a vida toda tentando mantê-la! Mas se eu desposar a única herdeira de um reino, então tudo será feito legalmente e eu terei o direito de ser o rei! Ninguém poderá contestar isso!

Rothbart ainda não havia feito sua visita habitual, mas Rosé sabia que ele não demoraria a ir até lá. Resolveu que dessa vez faria tudo diferente. Começou a travar um plano em sua mente.

- Princesa - Rothbart surgiu com um ramo de flores e entregou-as a ela que a tomou com desprezo. - Como está linda esta noite, não?

- Não vejo nenhuma mudança - respondeu rispida.

- Ah, Roseanne, como você está azeda! - ele reclamou, os olhos brilhando em diversão.

- Eu estou tão cansada de ficar presa aqui! - ela queixou-se e o fitou de canto de olho.

- Sabe que a libertarei quando aceitar o meu pedido - insistiu Rothbart.

- Mas como posso me casar com você se só conheço o seu pior lado? - ela mordeu o lábio sem encará-lo. - Por que não me leva para conhecer o seu castelo por dentro? Eu nem sei o que você faz e do que gosta!

O malvado avaliou-a enquanto a ouvia falar.

- Está tentando me enrolar, Roseanne? - inquiriu-a desconfiado.

- Como eu poderia enrolar você se eu sei que eu só poderei ser humana de novo quando aceitar seu pedido ou se alguém me prometer amor, o que nunca irá acontecer já que estou sozinha aqui! Você já me disse que não há mais nada que eu possa fazer! Tudo que eu quero é ver coisas diferentes, além de um lago e uma floresta - queixou-se veemente.

- Você está certa - ele concordou não vendo nada de mais ele levá-la até o castelo. -
Vamos? - ele convidou-a e cedeu-lhe o braço.

Apesar da repulsa que sentia por Rothbart, Rosé aceitou o gesto e caminhou com ele que a levou para a obscura construção. Tudo lá dentro era estranho e desorganizado. Ela tentou disfarçar o nojo que sentira e se concentrar em achar um mapa. Ele levou-a a vários cômodos e começou a contar a história de seus antepassados, falando em como eles tomaram aquele castelo. Ela fingia interesse e, quando ele desviava os olhos e fazia gestos teatrais, ela aproveitava para perscrutar os locais.

Já sentia seu coração se entristecer e estava quase desistindo até que Routhbart a levou para a torre e, em cima de uma mesa, ela viu o mapa. Ele estava aberto e ela sabia que não conseguiria levá-lo dali. A única escolha que tinha era decora-lo, mas Rothbart não tirava os olhos dela.

-O que é aquilo na parede? - ela avistou um quadro que julgou ser ele mais jovem, porém fingiu não reconhecer. - É um belo rosto - mentiu. Rothbarth, ainda que possuísse uma boa aparência, continha um olhar maldoso que o fazia repugnante.

-Ah! Esse jovem sou eu! Roseanne querida, tenho certeza que se tivesse me conhecido nesse tempo você teria se apaixonado perdidamente.

Logo ele ficou admirando a si mesmo e ela teve tempo para estudar o mapa, ouvindo todas as asneiras que ele dizia. Tomou cuidado para que ele não a notasse e para sua sorte ele sequer percebeu ou desconfiou de alguma coisa.

- Bem, gostei muito do castelo - ela lhe mostrou um sorriso amarelo quando ele se voltou para ela.

- O seu deve ser ainda mais lindo e imagino que sinta falta dele. Se nós dois nos cassássemos você voltaria para lá - ele salientou e sorriu malicioso.

Rosé desviou os olhos e sentiu os pelos da nuca se arrepiarem de horror.

- Preciso pensar - decretou, apesar de não conseguir conceber uma ideia tão horrível.

- Já é um bom começo, princesa.

𝐂𝐎𝐌𝐎 𝐔𝐌 𝐂𝐈𝐒𝐍𝐄 - 𝐏𝐂𝐇+𝐏𝐉𝐌Where stories live. Discover now