06

62 5 0
                                    

Todos ainda estavam realmente confusos sobre o acontecido, incluindo eu.
Vejo Marcela voltar a realidade, balançar um pouco a cabeça e começar a empurrar Dara, Chico e Lírio para seus respectivos quartos e os mandarem descansar.

- Eu ainda não terminei de examinar vocês, vamos! - continua empurrando os três.

- P-pera! Mas... - Chico tenta inventar alguma desculpa. - Estamos com fome!... Não é gente? - Ele dá uma cotovelada em Lírio, que logo entende  a desculpa do amigo.

- Sim, eu tô morrendo de fome, né Dara? - Lírio olha pra Dará esperando uma resposta.

- Sim! Estamos sem comer desde 1997... - Dara entra nas desculpas para poder saber mais sobre Maggie.

- Vou pedir comida para vocês pelo celular, agora todos para as camas! - Marcela fala entendendo a tentativa dos três.

- Pelo celular? Como assim? Telefone você quer dizer? - Chico pergunta um pouco confuso.

- Celular é diferente de telefone em 2023, o ano em que estamos agora! - Continua empurrando eles.

- Diferente? Diferente quanto? - Lírio pergunta também confuso sobre isso.

- Eu explico sobre isso pra vocês depois! Vamos logo! - Marcela finalmente consegue colocá-los nas camas e logo depois se vira para Dante. - Fica a vontade para conversar com ela. - Marcela me olha por um instante e um sorriso amigável aparece em seus lábios, depois se vira e fecha a cortina.

- Obrigada, Marcela. - Dante agradece e depois me olha.

Sinto meu corpo vibrar um pouco pelo olhar de Dante completamente pretos em mim, ainda expressando confusão. Ele percebe que estou tremendo um pouco e logo pensa que seria sobre a sua aparência assustadora.

- Oh, desculpe. Mas você não consegue falar e precisa escrever, eu por outro lado sou cego e só consigo ver com essa aparência macabra. - Ele se explica de uma forma calma para tentar me acalmar.

Um pouco estranho essa forma de recuperar a visão, mas ele parece saber mais disso do que eu mesmo. O máximo que eu posso fazer é tentar entender toda a situação.

" Ah, tudo bem eu só não tô muito acostumada com isso. " - Escrevo e mostro para ele.

- Logo você se acostuma. - Dante esboça um pequeno sorriso. - No início todos ficaram meio assustados também...

Eu aceno a cabeça em concordância já me acalmando.

- Então, você deve ter muitas perguntas sobre o que está acontecendo, né? - Ele senta em um pequeno banco ao lado da cama.

Eu aceno a cabeça em concordância novamente e me ajeito na cama, coloco o travesseiro em pé na cabeceira e encosto minhas costas já que pareço não sentir mais dor além da minha garganta.

- Tudo bem. Por onde quer começar? - Dante me olha com uma expressão calma.

" Que lugar é esse? " - escrevo e mostro para ele.

- Aqui é a base da ordem, nós somos uma organização responsável por manter o bem-estar da membrana e proteger de ocultistas que a enfraquecem em busca de poder e sua própria ambição. - Dante explica.

" E o que é essa membrana? " Escrevo novamente e mostro.

- A membrana é o que separa o nosso mundo com o paranormal, pense em uma névoa extremamente densa que separa os dois mundos, sua percepção é como uma névoa, mas não é propriamente. Tudo que gera medo, enfraquece a membrana, que pode acabar por gerar criaturas extremamente asquerosas que você nunca viu na vida e podem te matar de uma forma incompreensível. Mas vejo que você lidou bem com algumas delas, nem todo mundo tem essa sorte...se for mesmo sorte. - Ele continua explicando de uma forma calma.

Ordem Paranormal Where stories live. Discover now