Capítulo 9 - Por que eu deveria me sentir culpado?

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Depois de mais duas horas de viagem finalmente chegamos na minha antiga cidade. Passamos pelas mesmas ruas que eu conhecia, e era um pouco estranho. Me sentia como se não pertencesse mais aquele lugar, e de certa forma não pertenço mais. O Rodrigo fez questão de passar pela rua onde ficava a minha antiga casa. Os novos moradores estavam cuidando muito bem dela, continuava do mesmo jeito

Durante todo o resto do caminho o Rodrigo me importunou pra saber o que tinha acontecido no banheiro daquele posto, mas é claro que eu não disse, conhecendo o Rodrigo ele iria falar sobre isso o fim de semana inteiro

Em pouco tempo nós tínhamos chegado em frente a sua casa do Rodrigo, assim que saí do carro senti uma nostalgia gigantesca passar pela minha cabeça. Lembrei de todas as vezes que vim até essa casa e passei a tarde inteira jogando com o Rodrigo ou até dormindo em seu quarto. Também sentia saudades da Dona Vera, mãe do Ro, ela sempre foi tão simpática comigo e gostava muito da amizade com seu filho. Foi então que ouvi o seu grito esterico vindo da porta da frente

- AI MEU DEUS, STEFAN! - ela grita vindo em minha direção e me apertando em seu abraço apertado - Eu estava com tanta saudades meu amor -

- Eu também estava com muita saudades tia Vera - digo quase sem ar por conta de seu abraço

- Mãe, a senhora vai matar o meu acompanhante antes de chegar o baije de amanhã - diz o Rodrigo tirando a minha mala do carro

- Desculpa Ste, é que faz tanto tempo que eu não o vejo - ela me solta

- Vamos entrar gente - o Rodrigo vai na frente com a minha mala, eu e a sua mãe o seguimos e entramos em casa

- Fica à vontade Stefan, você já é de casa. Agora vem cá - ela pega a minha mão e saí me puxando até o sofá - Me conta como está sendo na sua casa nova, na nova cidade, o colégio, me conta tudoo - diz ela animada. Eu amava o jeito louquinho de ser da mãe do Rodrigo

- Bom..... - digo pensando por onde deveria começar

- Mãe deixa pra fofocar outra hora, o Stefan deve tá cansado da viagem - ele diz subindo as escadas com a minha mala. A sua mãe faz uma cara feia mas concorda

- O Rodrigo é um estraga prazeres mas ele tem razão, a viagem foi longa e você deve está cansado né meu amor -

- Na verdade eu estou um pouco sim - digo meio sem graça

- Olha o almoço vai demorar um pouquinho pra sair mas ainda tem um pedaço de torta de frango na geladeira de ontem - diz levantando

- Eu não estou com fome, brigado tia Vera -

- MAS EU ESTOU - grita o Rodrigo do andar de cima

- Grande novidade - diz ela rindo e eu também

Ela vai pra cozinha e eu subo para o quarto do Ro. Quando entro fico olhando o seu quarto e parecia que nada tinha mudado desde a última vez que estive aqui. Eu tinha tantas lembranças boas naquele lugar, o Rodrigo sempre foi um amigo incrível e nós éramos e ainda somos como irmãos. O Rodrigo sempre me diz que eu sou o irmão que ele nunca teve.

Caminho pelo quarto quando quase tropeço em uma pilha de roupas sujas no chão.

- Rodrigo sendo Rodrigo - digo pegando uma das várias cuecas sujas na pilha de roupa com a ponta dos dedos e jogando no Rodrigo que estava sentado na cama

- Ei eu não tive tempo pra limpar o quarto tá. Lembra que eu fui te buscar? - diz jogando a cueca em mim de volta

- Ecaaaa - digo quando a cueca quase pega na minha cara e ele começa a rir. Penso em pular em cima dele e bater nele até ele pedir arrego, mas ai eu lembro que provavelmente eu iria pedir arrego - Sabe, eu queria te fazer uma pergunta Ro -

(M.H.F.) Depois do FimWhere stories live. Discover now