Capítulo 11 - Três idiotas em um telhado

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Continuei andando sem rumo até chegar nos corredores daquela escola que um dia foi um verdadeiro inferno pra mim. Eu deveria estar bem longe do ginásio, pois a música alta já não estava tão alta quanto antes. Andei um pouco pra trás até bater as costas na parede e escorregar até o chão

Tudo à minha volta parecia embaçado e eu só percebi que estava chorando quando as lágrimas começaram a molhar o meu terno. Eu não queria chorar, eu não queria parecer um garoto fraco como antes, mas ver aquele desgraçado fez um filme de todo os momentos mais terríveis da minha vida passar pela minha cabeça

Levei minhas mãos trêmulas até o rosto e enxuguei as lágrimas dos meus olhos com certa agressividade. Tudo o que eu queria era uma noite normal e divertida com o meu melhor amigo. Por que tudo tem que ser tão complicado comigo?

Eu já estava prestes a levantar quando ouvi passos vindo do outro corredor. Praticamente quase todas as luzes dos corredores estavam apagadas, o que os deixavam bem escuros e com um ar de filme de terror. Olhei em direção para onde ouvi os passos e vi uma sombra de alguém se aproximando. Rapidamente me levantei corri dali achando que podia ser o Erik

Continuei correndo até chegar na parte dos banheiros, entrei em uma das cabines e me sento no vaso sanitário. Minhas mãos ainda estavam trêmulas e frias, minha respiração ofegante e minha cabeça girava como um carrossel desgovernado. Tudo o que eu queria era ir embora daquele lugar o mais rápido possível

Fiquei esperando por mais um tempo até que tudo se acalmasse e então saí da cabine, todo o banheiro estava vazio, suspirei aliviado

Vai ver era só paranóia da minha cabeça

Pensei, mas rapidamente esse pensamento foi por ralo à baixo quando ouvi a maçaneta da porta girar e a mesma se abrir. Com o susto que tomei achando ser o Erik eu acabei escorregando em uma poça d'água e caí no chão, mas felizmente - ou infelizmente - era apenas o Paulo

Quando me viu fez uma expressão de surpresa. Ele veio em minha direção e estendeu a mão para me levantar

Talvez eu estivesse enganado e o Paulo não era uma pessoa ruim

Segurei sua mão e ele me ajudou a levantar - pelo menos eu achava que ele estava me ajudando -. Quando consegui me levantar com a sua "ajuda" ainda segurado em sua mão ele me olha com um sorriso cínico no rosto e me empurra, fazendo eu bater as costas na parede

- Aiiin - gemo por conta do impacto - Cê tá ficando louco? - pergunto sentindo uma dor um pouco forte nas costas

- Cê ainda não viu nada meu bem - ele diz se aproximando de mim. Tento me manter firme e não abaixar a cabeça - Eu conheço muito bem o seu tipinho Stefan -

- Mas do que você está falando seu maluco? - pergunto agitado

- Acha que eu não sei que você veio pra esse baile atrás do MEU namorado? Eu vi você olhando pra ele - ele grita já bem próximo de mim

- Você só pode ser maluco. Depois dizem que o paranóico sou eu - digo rindo, o que o deixa mais irritado - Você deve ter algum problema nessa sua cabecinha. Eu conheço uma terapeuta ótima, posso te apresentar ela se você quiser -

- Não brinque comigo, você não sabe do que eu sou capaz - diz irritado

Ele avança em cima de mim e tenta agarrar o meu pescoço, mas eu sou mais ligeiro e lhe empurro, fazendo ele se afastar

- Mas que merda você tá fazendo? - gritei

- Eu vou acabar com você, sua poczinha de quinta - avançou em mim mais uma vez, mas dessa vez não consegui fugir

(M.H.F.) Depois do FimWhere stories live. Discover now