cap 8.

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—Posso? — Ele disse, e eu assenti levemente com a cabeça. Até porque quem nega participar do desafio com a pessoa tem que passar 7 minutos no quarto fechado com a pessoa, o chamado "7 minutos no céu". Então é melhor aceitar mesmo.

Daniel se aproximou dando um selinho longo e calmo, que deixei rolar. Suas mãos estavam em minha cintura as minhas ao lado do meu corpo, por que como disse, era para ser apenas um selinho, mas ele tentou aprofundar para um beijo de língua, que eu cortei. Ao fundo, nossos colegas provocavam e riam, e me separei envergonhada e voltei para o lugar, reparando um lugar vazio na roda. O lugar de Paulo.

—Bom, vamos para a próxima rodada! — Foi a vez de Daniel girar, já que ele cumpriu o desafio.

—Alana pergunta para... Marcelina. — Minha chance de juntar meus melhores amigos! Olhei para ela esperando uma confirmação, e ela deu uma piscadela para mim. Antes da festa, pensamos nessa probabilidade, e combinamos que se acontecesse eu juntaria os dois. Olhei maliciosa para Mário também, que entendeu no mesmo momento o que eu pretendia.

—Verdade ou desafio, Lina?

—Desafio.

—Eu te desafio a beijar o Mário. — Eu disse, simples. Os dois levantaram juntos, sem nem pensar duas vezes, e se beijaram no centro da roda, provocando risadas de todos. E o beijo demorou tá? Foi realmente cena de filme, eles demoraram muito, mas a espera valeu a pena. Que fofos! Meus melhores amigos são feitos um para o outro!

—Ainda bem que o Paulo não tava aqui para ver a irmãzinha dele... — Koki disse rindo e Marcelina deu um tapa na cabeça dele, se sentando dessa vez, ao lado de Mário.

—Falando nisso, cadê ele em? Falou que ia jogar e saiu correndo na primeira rodada. — Valéria disse curiosa.

—Óbvio que ele não ia ficar para ver a namoradinha dele beijando outro. — Ham? Namoradinha? Esse povo só pode estar maluco, a gente nem olha na cara um do outro. Só pode ser brincadeira um negócio desses.

—Nossa mas vocês viajam muito em!? — Eu disse corada, pelas risadas que ecoaram no ambiente.

Depois de algumas rodadas, terminamos o desafio e continuamos conversando e dançando. Marcelina nos contou tudo sobre como se sentiu e como o beijo encaixou de cara, enquanto do outro lado do local, Mário fazia o mesmo com os meninos. As meninas me perguntaram também sobre o meu "quase beijo", e porque eu eu não aprofundei, mas eu realmente não sentia nada por ele e o desafio não pedia isso, então não achei necessidade. Até porque Margarida estava me fuzilando com os olhos como se fosse me matar a qualquer momento.

—Foi muito engraçado a Margarida levantando com certeza de que ele viria até ela, e ele te beijando! —Alicia disse e rimos. —Você perdeu a cara que ela fez, eu quase tive uma crise de riso!

—Vocês são malvadas! — Tentei me segurar, mas caímos todas em uma crise de riso.

—Gente, gente! Quem vai querer jogar sinuca? —Levantei a mão automaticamente. Eu adoro sinuca! Meu pai me ensinou a jogar quando era criança e eu nunca mais parei, sou ótima nisso. — Tem uma mesa de sinuca e totó lá em cima, para quem quiser.

—Eu vou lá gente!

—Alaninha e esse espírito de velho cachaceiro de bar dela. — Elas riram e eu subi, me encontrando com Paulo lá em cima, jogando sozinho.

—Olha só! Parece que quem é vivo sempre aparece mesmo. — Eu o provoquei, que continou calado, parecendo estar com raiva. Que estranho...

—Eu sempre estive aqui. Aparentemente você que estava ocupada demais beijando para notar a sua volta. — Peguei um taco que estava ao lado do sofá.

—Beijando? Você está falando do selinho do verdade ou desafio? Pelo amor de Deus né. —Acertei a bola vermelha. — Aliás, você nem estava lá na hora para ver.

—Óbvio que eu não ia ficar para ver você com especialmente Daniel, se beijando. — Ele disse, como se fosse óbvio, e errou na mira, deixando a bola certinha para que eu acertasse, e eu o fiz.

—Não entendo essa implicância com o menino, o que ele fez para você?

—Ah quer saber? Que se dane! — Ele exclamou, deixando o taco em cima da mesa e vindo para o meu lado. E ele puxou minha cintura, e ao som de "i wanna be yours" do andar de baixo, me beijou.

Eu nunca senti na minha vida nada no mínimo parecido com isso. O beijo se encaixou de cara, e a sincronia que temos é surreal. Afundei minhas mãos no seu cabelo sentindo minha pele arrepiar e uma sensação estranha na barriga... como quando você desce muito rápido na montanha russa. Sei que é errado comparar e tudo mais, mas Paulo beija com necessidade, explorando minha boca, já Daniel tem o beijo mais lento e calmo. E bom... acho que vocês já sabem o que eu prefiro. Espera, o que eu estou fazendo? É o Paulo!

Me desvinculei de sua boca e seus braços e no mesmo momento senti falta do calor que os mesmos me proporcionavam.

—Isso foi um... —Eu disse ofegante.

—Se você terminar essa frase eu vou te beijar denovo e denovo até você perceber a burrice que ia dizer. — Olhei para seus lábios inchados e os cabelos bagunçados. Não tem mal, certo? Só estou me divertindo, e por sinal ele beija muito bem. Com as consequências eu lido depois de ter dado o melhor beijo da minha vida.

—Você me paga.— Puxei sua camisa e o trouxe de novo até mim, que deu uma risadinha e colocou suas mãos devolta na minha cintura, apertando. Ele me colocou sentada cima na borda da mesa de cinuca, me surpreendendo, e voltou a me beijar. Estar com Paulo é como brincar com fogo, e eu estava adorando me queimar. Seus músculos marcados por cima da camiseta eram convitativos, e eu matei minha vontade de saber como seria tocá-los.

A falta de ar estava quase tomando nossos pulmões, que demos uma parada para respirar. Seus olhos brilhavam em minha direção e ele colocou uma mecha da minha franja atrás da orelha, dando vários beijinhos pelo meu rosto. Que fechei os olhos sentindo seus lábios macios contra minha pele. Eu estarei ferrada para esquecer desse beijo quando acabar, e eu não quero que acabe.

—Alana? Eu preciso te dizer que- —Daniel apareceu na sala, nos fazendo levar um susto, e eu desci da mesa, extremamente envergonhada, enquanto Paulo sorria para o menino. —Nós... vamos cantar o parabéns agora.

—Ah... claro. A gente tava jogando sinuca, né Paulo? — Pisei no seu pé para que parasse de rir e respondesse o menino.

—Ah! Sim, claro. Ótima partida, por sinal. Vamos repetir mais vezes. — Ele disse, com seu ar debochado usual.

—Entendi... Bom, vocês vem?

—Claro! Só vamos arrumar a mesa e já descemos. — Ele assentiu com a cabeça.

—Você é ótima nesse jogo, Alaninha. —revirei os olhos. —Não faz isso não, assim eu vou ter que te sentar nessa mesa aqui denovo e repetir tudo.

—Sorte minha então que não vai ter próxima vez. — Eu disse no mesmo tom para ele, fingindo que não me arrepiei toda com sua declaração.

—Vamos ver então. — Ele disse longe, enquanto eu arrumava meu cabelo e descia as escadas para o andar de baixo.


Oioi gente, tudo bem? Finalmente saiu o beijo! Espero que tenham gostado do capítulo :)
Ah, e antes que venham falar alguma coisa, adolescentes beijam viu!! E alguns infelizmente fazem até pior. E eles tem 16 (e no caso do Paulo quase 17), então os beijos são assim mesmo.
Enfim, não se esqueçam de votar e comentar o que acharam! Beijocas.
—A.

My sister's friend | Paulo Guerra. Onde histórias criam vida. Descubra agora