23. "Aquela noite seria longa." - Lauren.

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Olá amores, como vão? 

Aqui está o cap novo, desculpem pela demora etc 

Espero que gostem :)

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Eu realmente não sabia o que dizer para minha mãe. Ela ainda nos olhava, esperando uma explicação sobre isso.

- Mãe – tomei coragem – eu posso explicar.

- Estou esperando.

- Ok – suspirei – eu não sei como e nem o porquê, mas acabei me apaixonando pela Ally – fiz uma pausa – não é algo que pude controlar, apenas aconteceu.

- Espero que entenda – Ally disse – como Lauren disse, estamos apaixonadas.

Minha mãe levantou da cadeira e cruzou os braços.

- Eu entendo que vocês só podem estar loucas – disse de maneira áspera – principalmente você, Lauren. Eu não te criei para você simplesmente vir a mim e falar que está apaixonada por uma GAROTA.

- Mãe, por favor...

- "Por favor" nada – gritou – realmente era só o que me faltava: uma filha gay.

Minha cabeça começava a doer. Aquilo não podia estar acontecendo.

- Mãe, não grite – falei – é tão difícil de aceitar que estou namorando uma garota?

- Lauren, pelo amor – disse – tem noção do que está dizendo? Como espere que eu aceite?

- Como espero? Apenas por que eu sou sua filha, caramba – a pouca paciência que tinha foi para o espaço – eu sou assim, você tem que aceitar.

- Não quero e não vou – disse fria.

- O que você vai fazer? Proibir meu namoro?

- Exatamente.

Não. Ela não poderia estar falando sério. Pelo amor, não.

- Você não pode fazer isso – disse.

- Não só posso como vou – disse.

Silêncio. Ouço algo me chamando.

- Lauren, é melhor eu ir – Ally disse num sussurro.

- O que? Não, nem pensar – disse.

- Depois nos falamos – segurou em minhas mãos – mas por agora é melhor eu ir.

Abracei Ally ignorando completamente a presença da minha mãe.

- Não se esqueça: ninguém vai tira você de mim – Ally sussurrou.

Levei Ally até a porta e me despedi dela.

Na cozinha, minha mãe ainda continuava estática, com a mesma expressão rude.

- Espero que esteja feliz – falei.

- Lauren, você é nova, vai esquecer logo – disse – vai me agradecer por isso.

- Agradecer? Agradecer por você ter "expulsado" de casa a melhor coisa que já me aconteceu? – gritei – eu não vou esquecer a Ally, não vou.

- Lauren, pare de dizer asneiras.

- Não, mãe – disse – você nunca está presente na minha vida, nunca se importou com nada, mal trocávamos 10 palavras – disse – e agora você vem querer insinuar que sabe o que é bom ou não para mim?

- Eu sou sua mãe, sei o que é melhor para você – disse.

- Tecnicamente você realmente é minha mãe, mas não age como tal – disse pausadamente.

- Chega, Lauren – berrou – vá para o seu quarto. Agora!

Não disse nada, apenas obedeci porque qualquer coisa era melhor que ter de olhar para sua cara no momento.

Bati a porta do quarto com uma força que eu nem sabia que tinha, joguei-me na cama completamente irritada e triste. Há quanto tempo não me sentia assim?

Ouço passos perto da porta, era ela.

- Lauren, eu preciso sair – disse – deixei dinheiro para você comer algo.

E se afastou.

Quando ouvi o barulho do seu carro partindo, peguei o primeiro objeto que vi e atirei na porta, o porta-retratos explodiu em pedaços com o impacto.

Peguei a foto do chão e olhei para ela, analisando por uns minutos. Lá estava minha mãe com um sorriso tão sincero e verdadeiro que parecia outra pessoa, eu me encontrava no meio exibindo um sorriso faltando alguns dentes e na outra ponta o meu pai.

Por deus, como eu sentia falta do meu pai.

Eu tenho quase certeza que se ele estivesse vivo, teria feito completamente o oposto da minha mãe, como ele sempre me dizia: "eu irei te amar de todo jeito, querida.".

Joguei-me na cama novamente, coloquei um travesseiro sobre o meu rosto e me permitir berrar com todas as forças que me restavam.

A dor não havia passado, mas pelo menos pude sentir um pequeno alívio.

-

Dez da noite. Eu não conseguia dormir.

Eu sabia que quando minha mãe voltasse, iria querer falar comigo, algo que certamente eu queria evitar.

Então peguei minha mochila e coloquei algumas roupas, coisas de higiene e alguns pertences meus e tomei a decisão mais lógica: iria sair de casa.

Provável que minha mãe percebesse minha ausência só no fim da tarde de amanhã, isso me daria tempo para pensar no que fazer.

Mochila nas costas, suspirei mais algumas vezes antes de deixar a casa. Eu estava fazendo a coisa certa, não?

Eu estava fazendo isso por Ally, pelo amor que sentia por ela.

Sim, novamente eu pensei em amor.

Afastando esses pensamentos, comecei a caminhar pelas ruas frias e solitárias, rezando para que ninguém mexesse comigo ou coisa pior. Precisava chegar sã e salva até o meu destino.

Parei de frente com a porta, senti receio de bater na mesma. Não queria atrapalhar ou estorvar ninguém.

Por outro lado, eu não tinha escolha, então bati na porta. Não demorou muito para que a mesma fosse aberta, revelando uma Ally com a cara confusa.

- Lauren? O que você... – não deixei terminar a frase, apenas me joguei em seus braços.

- Preciso de um lugar para ficar, pelo menos por hoje – disse, só aí percebi que estava chorando.

- Lauren, calma – disse me puxando para sua casa – claro que pode ficar aqui.

Ally estava fazendo eu me apoiar nela, quando dei por mim já estava deitada em seu colo, enquanto ela acariciava meus cabelos. Aquela noite seria longa.


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Cada vez mais perto do final da fic, eu estou bem triste :( 

Mas ok, comentem o que acharam pls falem comigo lol

My clarity [Alren]Where stories live. Discover now