capítulo único

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Naquela tarde ensolarada, um jovem caminhava pelas ruas de paralelepípidos de Encanto como se estivesse indo a um enterro

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Naquela tarde ensolarada, um jovem caminhava pelas ruas de paralelepípidos de Encanto como se estivesse indo a um enterro. Os allstars azulados derrapavam preguiçosamente pela calçada, chutando pedras e outros objetos que encontrava pelo caminho. A cabeça baixa fazia com que seus fios castanhos escorressem pelo rosto, cobrindo os olhos negros que exibiam um brilho triste. As mãos estavam escondidas dentro dos bolsos da calça jeans, enquanto o coração parecia querer pular para fora do peito a cada passo que dava. Em breve chegaria ao seu destino, e, pela primeira vez, temia como se portaria naquele encontro.

Jungkook sabia que esse momento chegaria a qualquer momento, desde que recebeu o email confirmando sua bolsa no exterior. Ele teria que encarar o namorado, contar a novidade e lidar com as consequências disso. No entanto, como um garotinho que ainda tem medo do escuro, o rapaz estava caminhando lentamente, retardando aquele fatídico encontro, enrolando para enfrentar seus problemas de frente.

E ninguém poderia culpá-lo. Ele acabara de completar dezenove anos.

Pelo menos era o que pensava enquanto caminhava preguiçosamente pela ruazinha de pedra. Que ele ainda era jovem demais para lidar com coisas do coração, não deveria ter se enlaçado a alguém tão cedo e ser obrigado a enfrentar esse momento assim. Jungkook não deveria estar a caminho de partir um coração e destruir o seu próprio de bônus. Ninguém deveria carregar esse peso nos ombros. Ser o responsável pelo riso e lágrimas de uma pessoa é algo grandioso demais para jovens intensos.

Jungkook parou de caminhar, observando uma pequena flor amarelada que brotou entre as pedras. Chegou a conclusão de que seria impossível fazer o oposto do que fez quando conheceu aquele anjo de cabelo loiro. Seria impossível não ter desejado aqueles lábios perfeitos quando sujos de sorvete chocomenta, ou não ter tocado sua mão naquela noite no pier. Seria impossível não beijá-lo sob as estrelas, e decorar o lugar de todas as suas pintas.

Era impossível não se apaixonar por Taehyung Kim.

Como Jungkook poderia não se render a aqueles olhos puros? Ou aquele sorriso mais doce que mel, e todas aquelas frases perfeitas respeitando todas as regras gramaticais? Era impossível. Por isso não se culpava tanto por ter feito um pedido um pouco desajeitado, por enfrentar a ira do mundo e o olhar feio do seu pai. Ele não se arrependia de nada, afinal.

Apenas do que estava prestes a fazer.

O rapaz respirou fundo, pedindo aos céus um pouco mais de coragem e ergueu a cabeça. O café que sempre se encontravam estava a apenas uma quadra de distância, logo ele teria que partir o coração do amor da sua vida e ver aqueles olhos banhados em lágrimas por culpa dele e seu maldito sonho de voar mais alto que bombas. Jungkook olhou em volta, para as pessoas felizes em seus próprios mundos, idosos sorrindo, crianças brincando, casais andando de mãos dadas. Era um dia bonito, o sol iluminava as cores das casas, deixando-as com um tom um pouco mais florescente. As flores enfeitavam os canteiros e as folhas das árvores se agitavam para lá e para cá com uma brisa calma, o ar cheirava a grama recém cortada e pão francês saindo do forno.

O Eɴᴄᴀɴᴛᴏ Eᴍ Pᴀʀᴛɪʀ • ᵗᵃᵉᵏᵒᵒᵏOnde histórias criam vida. Descubra agora