Capítulo 1

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"Para um bom entendedor, meia ausência basta" - Marília Mendonça

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― Seo Changbin ― disse o rapaz de mechas castanhas para a secretária no hall daquele enorme prédio, ela sorriu acolhedora se levantando para guiar o artista até o estúdio principal. ― Eu acho que lembro o caminho. Obrigado. 

A mulher hesitou por alguns segundos. Era bem claro o seu papel em guiar e ficar na cola de qualquer novo cliente que caminhasse pela empresa de Bangchan. 

Se dando conta de que o castanho fora parceiro de seu chefe por tantos anos, assumiu a responsabilidade ao deixar que Changbin tomasse seu próprio rumo. 

O compositor foi levado pelo elevador até o terceiro andar. Caminhou pelo longo corredor decorado por um carpete claro, uma parede de madeira e a outra enfeitada por quadros e certificados em nome de Bangchan, esses que ilustravam suas conquistas ao longo dos anos. 

Changbin se permitiu admirar aquelas placas por algum momento, como se faz em um museu. Sozinho, sorriu sincero quando leu seu nome ao lado do de Bang e Jisung e pediu, vergonhosamente, que pudesse voltar naquele tempo por algumas horas bobas que fossem só para relembrar a sensação de estar em paz ao lado dos amigos. 

Tristemente sentia que a força de suas presenças não seria a mesma nessa reunião, e que as risadas talvez não fossem mais tão contagiosas como antes. Temeu até que elas nunca mais acontecessem. 

― Psiu ― Bangchan chamou no final do corredor, na porta da única sala que havia naquele andar. 

Changbin encolheu os ombros pelo pequeno susto que sofrera antes de se virar para o amigo. Ainda poderia chamá-lo assim? 

― Vai ficar aí parado? ― sorriu fraco, porém o suficiente para enviar uma sensação acolhedora ao menor. 

O outro não percebeu, mas Bang torcia os dedos das mãos em um genuíno ato de nervosismo ao perceber o corpo de Bin presente depois de todos esses anos. 

― Estava vendo suas placas ― disse se aproximando do mais velho, que o guiou até o interior do estúdio. ― Também tenho os nossos prêmios lá em casa. 

Bang fitou aquele rosto muito conhecido. Observou Bin se sentar no enorme sofá preto sentindo seu corpo se afundar no tecido fofo.

― Guardei tudo daquela época também, não teria coragem de me desfazer delas. 

Sorriram em concordância, Changbin ainda tinha um apego enorme pela história que tiveram e Bang se orgulhava de cada uma das madrugadas em que esteve preso no estúdio com aqueles dois rapazes. 

Os sorrisos só foram murchando lentamente porque se deram conta do terceiro ser humano que fazia parte daquele trio.

Han havia se afastado primeiro e essa parte era doída para todos os envolvidos, já que apenas aceitaram e nenhum deles movera meio cascalho para resolver fosse lá o que tinham.

Se afastaram rodeados pelo pior clima possível.

Os dois naquele estúdio temeram em segredo e em suas próprias mentes sobre como Jisung lidaria com aquele retorno. 

"Retorno nada, reencontro" ― Bang concluiu internamente com medo de que o outro naquela sala pudesse ler seus pensamentos.

Não chamaria de retorno porque aquilo não seria um projeto duradouro, estavam como contratados para uma única produção e apenas isso. Só uma. 

Era sim um reencontro, porque aquele momento significaria muitíssimo em suas vidas não só como artistas, mas a pessoal também. 

Aqueles homens se sentiam ansiosos como se fosse a primeira vez, aflitos como se sentiram na última e preocupados ao se darem conta de que aquele futuro - nunca visualizado - finalmente estava se tornando presente. 

O telefone de Bang tocou e o produtor apertou o botão para que o auto falante desse o recado por todo o estúdio.

― Christopher, Han Jisung está subindo. 

Reencontro • 3racha Where stories live. Discover now