Capítulo 14

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– Querem água? – Jisung ofereceu rapidamente, assim que os rapazes entraram em sua casa. – Fiquem à vontade! Já volto. 

O mais novo entregou um sorriso forçado e muito estranho antes de sumir para a cozinha, abandonando os outros no meio da sala. 

Os minutos se passavam e o silêncio era incômodo demais.

– Binnie – o mais velho sussurrou preocupado. – Ele não está bem não. 

Com muito receio eles caminharam até a cozinha, vasculhando o cômodo à sua procura. 

O moreno estava sentado no chão, encolhido como uma criança de castigo. Seus suspiros revelavam o choro confuso e muito fraco.

Changbin nunca sentira seu coração tão apertado. O nó se formava em sua garganta com medo de dizer qualquer palavra que acionasse uma bomba.

Então o castanho se sentou nos próprios calcanhares e tocou levemente o braço de Han, implorando por um olhar ou um desabafo.

– Hannie – Bang chamou e não teve respostas. Se sentou com as pernas cruzadas de frente para o corpo encolhido. – Como a gente te ajuda? 

– Parando de fingir que se importam – resmungou ainda com o rosto tampado.

– Estamos te dizendo a verdade, nós não fizemos aquilo! 

– Para, Christopher! – Jisung ergueu o olho inchado e a boca trêmula parecia tomar coragem para se soltar. – Vocês acham que é isso? Acham que esse nível de intimidade é o que me machuca? 

Os mais velhos trocaram um olhar perdido. Não aguentavam mais esperar por respostas e ao mesmo tempo, não queriam forçar nenhuma palavra. 

– Eu sei que vocês dois tentaram roubar algumas de minhas músicas, o que é muito irônico já que me criticavam tanto pelas costas! 

As palavras pareciam dardos com pontas de agulha. Bangchan ergueu as sobrancelhas com ironia e indignação. 

– Você só pode estar gravando alguma pegadinha. Cadê a câmera? – Changbin comentou afastando a mão que tocava o amigo. 

– Que merda você está falando, Jisung? – Já estava difícil e cansativo demais para Bang tolerar tantas acusações. 

– Falso! – O moreno ralhou enquanto as lágrimas voltavam a escorrer. – Eu sei que estão mentindo, Sungjin é o único que se importa de verdade.

O nome soou como sinos estridentes. Changbin e Bangchan se olharam e entenderam tudo, tiveram certeza do que acontecia. 

A risada irônica do mais velho fez com que Han sentisse medo do que viria depois. Bang alisou os cabelos e se levantou, observando os dois de cima. 

O moreno se odiou em silêncio, com os olhos arregalados se dera conta do erro que cometera. Sabia que os ex-amigos tinham conflitos com o empresário e citar o nome de Sungjin em voz alta certamente causaria problemas. 

Changbin se levantou e encarou Bang, que apesar da raiva, carregava um olhar esclarecido. 

– Jisung, o sonho desse homem sempre foi nos ver separados! – Changbin disse exaltado. – Não vê a situação? Ele te manipula até hoje! 

– Vocês continuam tentando me enganar – Jisung suspirou e também se levantou. 

– Sungjin que te engana! Engana muito e te confesso que isso me surpreende – Bang lamentou. – Nunca faríamos nada disso com você. 

Han ouvia tudo e acompanhava as expressões revoltadas à sua frente. No fundo sempre considerou a hipótese de Sungjin ser superprotetor, e isso o cegava às vezes. 

Algumas confissões dos rapazes ligavam pontos no passado e Han percebeu a verdade com facilidade, o empresário realmente queria quebrar aquele vínculo. 

– Vou atrás dele – Changbin rosnou caminhando até a saída.

– O quê? – Gritou acordando dos pensamentos. Jisung se colocou na frente da porta impedindo que ela fosse aberta. 

– Hannie, saia da frente! – Bang estava logo atrás, disposto a caçar e extrair toda a verdade. 

– Eu sei, tá bem? – lamentou de cabeça baixa ainda bloqueando a saída. – Eu já entendi que isso tudo é mentira dele, eu vou ouvir meu coração e vou confiar em vocês. 

– Eu vou fazer ele assumir! Vem comigo, Christopher. 

O mais novo puxou a chave com força e a enfiou no bolso da calça. 

Aquele era um ato de proteção. Evitar aquele encontro protegeria os amigos das garras protetoras de Sungjin, e sua carreira amada também não sofreria danos. 

Seus dois amores deveriam permanecer intactos, agora que confiava - parcialmente - na inocência dos amigos. 

– Fiquem, e me façam companhia essa noite. 

– Não tente nos manipular, Jisung – Bang suspirou. 

Os olhinhos brilhantes e redondos foram hipnóticos para os outros dois presentes naquela sala. Insistiram até cansar que deveriam resolver essa confusão com o empresário mentiroso, mas os pedidos de Jisung eram irrecusáveis. 

Um pouco mais tarde, já estavam grudados no sofá e embalados pelo cobertor peludo. O filme de terror era interessante apenas para Han, já que os outros dois não paravam de pensar na melhor maneira de afastar o homem oportunista.

Só se esqueceram do assunto quando Jisung se aninhou entre os dois corpos e dormiu com um sorriso fraquinho estampado no rosto.

Reencontro • 3racha Onde histórias criam vida. Descubra agora