O que eu vou fazer pelo resto da eternidade?

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(pov: Magnus)

Em um determinado momento, você senta no átrio de seu quarto ao entardecer e começa a pensar no que você fará pelo resto da sua eternidade, não digo que eu fico entediado com frequência, afinal, um relacionamento com Alex é sinônimo de cada dia uma loucura diferente, sem exagero.
Ainda assim, em meio a tanta loucura, acho momentos para pensar na vida e refletir sobre tudo pelo que já passei em vida, e agora morto em Valhalla. É extremamente divertido morar em um hotel junto de guerreiros da era da pedra viciados em jogar machados uns nos outros, juro! “Ah, mas Magnus, você não é parâmetro de diversão, antes de Valhalla você morava na rua”, ok essa doeu, mas mesmo assim, várias coisas engraçadas e inusitadas acontecem, como você derrotar seu sogro numa batalha de poesias em um barco feito de unhas do pé, super recomendo!
Em meio aos meus devaneios formei algumas ideias divertidas de como apresentar meu pós-vida para alguém vivo. Fiquei mais tempo do que deveria imaginando se ao morrer, alguém ganhasse diversos panfletos, como: “Venha para os Campos Elísios, temos paisagens verdes e ambrosia!” ou “Venha para Valhalla, temos machados voadores e hidromel”, acho difícil alguém decidir me fazer uma visita.
Continuo meus pensamentos e vou longe, refletindo sobre cada acontecimento do meu pós-vida, principalmente a respeito de Alex, a criatura divina e fabulosamente esquisita por quem me apaixonei perdidamente. Alex estava fazendo alguma loucura com Sam desde ontem, quando me deu um beijo e prometeu voltar no dia seguinte. Creio que minha falta do que fazer se deva a isso, já que Jacques ultimamente anda muito ocupado dando conselhos de amor para um machado do 16º andar, e eu ainda gostaria muito de entender como essas espadas e machados conseguem ter encontros românticos.
Um gato repentinamente aparece de trás da árvore e vem até o meu colo, lógico que era Alex, não conheço um gato verde e rosa de verdade, e conheço muito menos gatos que conseguem entrar no meu quarto em Valhalla. Em especial com um saco na boca cheirando ao falafel do Fadlan. Eu amo essa mulher, meus deuses, eu amo essa mulher.
Alex volta para a sua forma humana, ainda no meu colo. A garota deixa o pacote de comida ao meu lado e me abraça forte, disfarçando a empolgação em me ver.
—Estava com saudade, meu amor?
—Si…Quer dizer, imagina, eu com saudades de você, Maggie? Que besteira!
A beijei e levei a garota para a cozinha, eu não estava me aguentando de vontade de devorar aquele falafel.
—Acho que você ama mais essa comida do que a mim.
—Ah Alex, deixa de besteira- Digo enquanto coloco 3 bolinhos inteiros na boca.
—Magnus, vai com calma!- Alex diz entre gargalhadas altíssimas.
—Vou ter calma quando eu comer todo o falafel do mundo, e tenho dito.
Assim que terminei de fazer minha deliciosíssima refeição desesperada, dei tempo para que Alex explicasse a loucura em que se meteu com Sam. O amorzinho da minha morte conseguiu fazer a proeza de convencer sua irmã a deixá-la pular de paraquedas do seu mais novo avião, claro que foi uma belíssima discussão. E ela ainda conseguiu cair no nariz de um gigante, o que rendeu uma bela briga, mas diz a garota que tudo terminou em chá, bolinho e muitas risadas, o que é estranhamente possível. Como ela consegue ser tão perfeita?
Passamos um momento em silêncio e ela começou a cantarolar, fico boquiaberto novamente. Surpreendo-a pegando no colo e rodopiando pelo quarto - ela ri. Gostaria que esses momentos fossem para sempre, eu e ela, só nós.
—Confesso Maggie, estava com saudades.
—Alex, você tá tonta? Tá bem?
—Estou perfeitamente bem e não me faça repetir isso.- Alex diz, aperta minha bochecha e me dá um leve tapa na cara.
—Por que isso?
—Não sei.
—Não vou tentar entender.
—Isso mesmo, meu garoto inteligente.
Ela beija o mesmo lado do rosto em que me deu um tapa e sai do meu quarto, sem explicações.
Fico intrigado, no entanto, 5 minutos depois ela retorna ao meu quarto.
—Mag?
—Diga, meu amor
—Posso dormir com você?
Olhando Alex eu me perco no quão incrível ela é, eu me pergunto frequentemente como eu consegui que uma pessoa tão maravilhosa olhasse para mim? Percebo que eu achei a resposta para o meu questionamento inicial “O que eu vou fazer pelo resto da eternidade?”. A abracei, passei a mão pelo rosto dela e suspirei, claro que a minha resposta sempre seria ela.
—Lógico que pode.


Nota da autora:

Um oneshot sobre sentimentos pela eternidade e conclusões tiradas do coração do Magnus.
Com muito carinho da autora
Até a próxima, bjsss<33

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