Capítulo 30

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Agatha

Eu caminhava pelo morro pra ir trabalhar no meu emprego de final de semana. Eu trabalhava em um mercadinho aqui mesmo no morro.

Eu pegava de segunda até o sábado de manhã. Mas o final de semana eu ficava em casa, sempre sozinha. Por esse motivo resolvi procurar alguma coisa pra fazer no final de semana e acabei conseguindo fazer uns bicos na sorveteira daqui do morro.

Eu moro na parte lá de baixo, mas afastada e a sorveteira fica na parte de cima. Então tenho que subir a pé.

O caminho que eu tenho que fazer passa por dois lugar bastante difíceis pra mim, um deles é o beco onde ficam vários viciados, onde um dia eu também fiquei. Esse beco fica bem próximo da boca, que é o segundo lugar que eu não gosto nem um pouco.

Durante os últimos seis anos eu me mantive limpa. Não usei nenhuma droga, a minha vida se resume em trabalhar e estudar.

Eu fiz a minha matrícula em uma escola aqui mesmo do morro e conclui o ensino médio indo estudar todo dia a noite. Eu poderia dizer que fui estudar porque gostava ou inventar algum motivo, mas seria mentira.

Na verdade eu só comecei a estudar depois que eu parei de tirar leite pra amamentar a minha filha, geralmente a noite eu ficava muito mal, chorava muito e tinha momentos que eu tinha medo de ter uma recaída. Então resolvi me ocupar.

De dia trabalhando e a noite estudando. E foi assim durante esses seis anos. Me formei mês passado. Foi uma cerimônia simples, mas eu não tinha ninguém pra levar.

Fiz outros cursos também para complementar o meu. Hoje sou formada, mas ainda não tive coragem de ir pedir um emprego no postinho.

Acontece que pra trabalhar lá, a gente tem que ter a autorização do chefe, no caso o Alemão. E dele, eu quero distância.

Volta e meia vejo a minha filha, sempre de longe, tá tão linda, parece uma mocinha. Volta ou outra ela passa com o pai dela ou com alguns dos irmãos.

Eu fico feliz por ela sabe. Ele é rodeada de amor e carinho, todo ano tem o aniversário dela, o morro todo vai, menos eu, claro. É a festa no ano, todo mundo comenta que a filha do dono do morro é a princesa.

E assim ficou o vulgo dela. Ninguém sabe o nome, mas eu sei, é a minha princesa, Ana Sofia.

Volta e meia um vapor aparece na minha casa, me entrega uma sacola repleta de drogas e diz que foi um presente do patrão deles.

Eu sei porque ele faz isso sabe, ele acha que mais cedo ou mais tarde eu vou ceder e vou usar novamente. Já fazem seis anos que tô limpa e mesmo assim ele ainda me manda drogas, mas eu sempre recuso e mando devolver.

Acho que na verdade ele quer sempre me dar um aviso, sempre deixando claro que tá de olho em mim e nas minhas atitudes.

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Último capítulo do dia!

Só postei pra vocês dormirem em paz. Na próxima deixo o suspense para o próximo dia!

Quero saber o que vocês estão achando o livro, da escrita e de tudo.

Não comentem apenas: "continua".

Deixem registrada alguma ideia ou me diga o que você tá achando. Não esqueçam de votar, pq através das estrelinhas tenho uma ideia se mais gente esta lendo ou se estam desistindo da leitura.

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