Capítulo 65

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Agatha

Já fazia algumas horas que o meu plantão havia começado. Eu tinha acabado de fazer um lanche quando vi a enfermeira chefe entrar correndo na sala.

Heloísa: Agatha, preciso de todo mundo agora. Teve um tiroteio e precisamos agir rápido. Tem muitos baleados, eles já estão subindo o morro.

Agatha: Tá certo- falei e já corri em sua direção.

O primeiro homem a entrar foi o tal Laranjinha, ele tinha levado dois tiros no braço esquerdo e assim que a médica examinou ele me disse que não tinha afetado nada e era pra eu fazer a retirada.

A médica saiu pra atender os outros e o meu coração estava acelerado. Laranjinha era segurança do alemão.

Se ele estava baleado, provavelmente ele estava no mesmo lugar que o Alemão.

Laranjinha: Que dor do caralho, se concentra nesse bagulho que tá doendo pra porra- falou com raiva.

Agatha: Tô fazendo o melhor que posso, mas você se mexe toda hora então se você não parar a dor só vai piorar. - falei abusada.

Laranjinha: Tô ligado, desculpa aí, na humildade mesmo- falou e deu um sorriso debochado.

Agatha: Eu sei que você tá sentindo dor, então, vou injetar esse remédio aqui pra você melhorar, tá bom?- perguntei e já vi ele ficar todo pálido.

Laranjinha: Aí, não precisa dessa parada não- falou.

Agatha: Você tem medo de agulha é?- perguntei incrédula.

Laranjinha: Não tenho não rapá, sou sujeito homem- falou com a cara feia.

Agatha: Então eu vou aplicar a injeção. - falei e assim que aproximei a injeção do braço dele ele travou e começou a se afastar.

Laranjinha: Aí, não precisa disso não parceira, tô de boa aqui- falou com medo.

Eu dei uma risada daquela cena.

Agatha: Tá certo- falei ainda rindo e guardei a injeção.

Passei mais algum tempo pra retirar as balas e acabamos conversando algumas coisas aleatórias. Assim que eu terminei todos os curativos o radinho dele tocou.

Zito: Laranjinha, tá na escuta parceiro? - falou com uma voz bastante nervosa.

Laranjinha: Fala Zito, to aqui no postinho- falou com um tom de voz sério.

Comecei guardando o material em um carrinho.

Laranjinha: Tô na escuta- falou sério.

Zito: O Leão foi baleado também, Alemão tá aqui com sangue nos olhos, fuzilou o comédia todinho o comédia que atirou no parceiro. Não manda o alô pra Lucas não, porque o bagulho tá foda. - falou todo nervoso.

E o laranjinha já se levantou pra sair do quarto.

Eu fiquei ali paralisada sem acreditar no que eu tinha acabado de ouvir.

Laranjinha: Aí, eu vou meter o pé pra ficar com o Lucas.

Os meus olhos marejaram e eu fiquei ali parada sentindo um desespero absurdo. Aquilo não podia tá acontecendo, senti as lágrimas saírem dos meus olhos.

Laranjinha: Aí, ele vai ficar bem, não vai acontecer nenhuma parada não. - falou tentando me acalmar.

Sequei as lágrimas que tinham sido derramadas e respirei fundo. Assim que laranjinha passou pela porta eu cai na real e sai correndo pelo o postinho até a entrada.

Vi quando o carro parou rápido e vários homens deceram com o Pedro Henrique nos braços, ele estava todo cheio de sangue e bastante pálido.

Tentei mover o meu corpo para caminhar ou ajudar de alguma forma, não sei como aconteceu, só senti a minha visão turva e a escuridão me tomou.

O meu último pensamento foi pedir a Deus que não tirasse o meu menino de mim.
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Lembra do aviso que eu dei?

Nada de se apegar a ninguém.

Último capítulo de hoje, até amanhã gente linda!

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