onde está os seus pais?

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É, as vezes passamos por situações um pouco humilhantes por dinheiro, não é mesmo? Pois eu acho que não há nada mais humilhante do que trabalhar como camareiro em um hotel onde todas as funcionárias da área de governança são mulheres. Mas eu estou confiante que vou mandar muito bem nesse emprego, tudo que eu preciso é ser gentil e deixar claro que eu sou gay e não tenho intenção de dar em cima de nenhuma delas, para não gerar nenhum clima desconfortável.

Joshua me explicou direitinho o que eu deveria fazer e essa parte foi muito tranquila, eu e as garotas iríamos nos dividir para limpar os andares do hotel, eu deveria arrumar os quartos e deixar tudo bem impecável, isso incluía suas malas caso estivessem bagunçadas e limpar o banheiro, não importando o quão sujo estivesse. Até aí tudo lindo e maravilhoso, o problema foi quando Joshua me levou até uma salinha que ficava próxima da cozinha do hotel, era uma sala pequena onde ficava uns armários na cor azul escuro e haviam algumas mulheres ali, a equipe da governança do hotel.

— Olá garotas, como estão? — Joshua perguntou por educação e todas responderam de imediato, juro que até ouvi algumas suspirarem. Ah, esse Joshua é um conquistador de corações, não é? — Como eu já havia dito hoje cedo, vocês vão ter como colega um rapaz, eu entendo que vocês podem se sentir desconfortáveis em relação à isso, mas Jeonghan é um bom garoto, foi uma recomendação do Jihoon e tenho certeza que ele jamais recomendaria alguém que não fosse de boa índole.

Eu parei de prestar atenção no que ele dizia e olhava para as garotas, todas pareciam bem jovens e me olhavam como se pudessem me queimar vivo, como é bom ser bem acolhido!

— Yoon Jeonghan, essas são as nossas outras camareiras do hotel. Jeon Heejin — Apontou para uma garota de cabelo preto curto e liso, confesso que achei ela uma princesa — Aquela é a Jeong Jinsoul e ao seu lado é a Kim Hyunjin — Apontou primeiro para a garota de cabelo castanho ondulado que tinha olhinhos encantadores e depois para uma de cabelo preto longo e liso, a que me olhava com mais nojo — Ha Sooyoung — Apontou para uma garota lindíssima que tinha o cabelo na altura do ombro e tinha os fios um pouco ondulados — E por último, a Kim Jiwoo, ela é a nossa jóia preciosa do hotel.

A garota era a única que não me olhava com repulsa, na verdade, Jiwoo estava com um enorme sorriso no rosto e acenava para mim, ah! O sorriso dela era maravilhoso, ela parece ser um anjinho, já amei!

— E claro, não posso esquecer de apresentar a governanta, Cho Haseul, ela é quem dá as ordens por aqui e separa quem vai cuidar de qual andar, então seja bem obediente e respeite as ordens dela — Joshua me contou e eu pude ver a garota de cabelo castanho liso abrir um pequeno sorriso, porém parecia desconfortável com toda aquela situação. Acredite moça, eu também estou — Bom, agora temos que falar sobre o seu uniforme, temos um outro problema em relação à isso, Yoon.

Oras, mas não para de aparecer problema na minha vida.

— Como nunca tivemos um camareiro no hotel, nós não...Não temos uma opção masculina do uniforme.. — Hong contou um pouco envergonhado e desviando o olhar, não querendo olhar nos meus olhos.

— Ah, eu vou ter que usar saias igual as meninas? Olha se for isso, sem problemas, viu? Eu nunca usei uma saia, mas não devo ficar feio não — Eu disse abrindo um sorriso e vendo que Joshua havia ficado ainda mais envergonhado, pude ouvir algumas risadinhas vindo das garotas logo atrás.

— Não, claro que não, não pediria uma coisa dessas! Eu ia dizer que como não temos uma opção masculina, iremos providenciar uma, mas enquanto isso teria como você vim trabalhar usando roupas no tom azul celeste? É a cor primordial do hotel e a principal do uniforme de todos os funcionários do hotel.

— Claro, não vejo problema algum nisso — Tirando o fato que eu não tinha nenhuma camisa azul normal, quem dirá azul celeste, eu nem ao menos sei qual é o tom de um azul celeste.

— Ótimo! Bom, acho que não temos mais o que conversar, eu preciso voltar ao trabalho e você tem que descansar para o seu primeiro dia, você começa amanhã mesmo! — Hong se despediu das garotas e me acompanhou para fora da salinha, indo comigo até a recepção e se despedindo de mim.

Enquanto ele caminhava até a sua sala eu fiquei admirando a sua bunda que ficava incrivelmente linda naquele terninho e só fugi daqueles pensamento quando comecei a me sentir observado, olhei para os lados em busca do olhar de alguém e não encontrei nada, ok...Talvez eu esteja ficando meio maluco, não é nada demais. Fiquei por ali na recepção, olhando o movimento e esperando que Jihoon saísse já que estava perto do seu horário de ir embora, assim eu poderia pegar uma carona no seu carro e não precisar voltar de ônibus.

Vi um menininho passar correndo, o mesmo menino que eu vi na última vez que estive nesse hotel e filho do homem que eu, inocentemente, flertei. O garotinho usava uma camiseta azul de mangas longas, bermuda da mesma cor e em suas mãos haviam dois dinossauros de brinquedo, ele estava se divertido muito até que um dos brinquedos escapou de sua mão e rolou até parar ao lado do meu pé.

— Meu dinossaulo — Ele disse correndo na minha direção e eu me abaixei, pegando o brinquedo e lhe entregando assim que já estava na minha frente — Obligado, moço!

— De nada, tome mais cuidado com os seus brinquedos, ok? Ele pode acabar rolando para baixo de algum desses vasos e aí vai ser muito difícil de pegar — Eu alertei o garotinho e ele balançou a cabeça concordando — E onde está os seus pais? Eles te deixaram aqui sozinho na recepção? — Claro que eu estava perguntando por preocupação, vocês acham que eu perguntaria aquilo só para saber se o gostosão do pai dele estava por perto? Poxa, eu não sou desse jeito. Quem eu quero enganar? Eu sou sim.

Antes que o garotinho pudesse responder a minha pergunta, pude ouvir uma voz alta e grossa ecoando e o paizão lindo do menino apareceu no meu campo de visão, usando roupas sociais e cabelo bagunçado, pelo visto ele tinha corrido e parecia bem preocupado.

— Chan! — Ele gritou o que deve ser o nome do menino e veio na minha direção, puxando o filho pelo braço e o abraçando. E eu fiquei ali, assistiando aquela cena sem tirar os olhos do rosto angelical daquele deus.

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