CAPÍTULO II

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Meu coração está disparado. O elevador chega ao andar térreo, e eu desço assim que as portas se abrem, tropeçando, mas felizmente acabo por não cair. Eu corro para as largas portas de vidro. Nenhum homem jamais me afetou deste modo como Dominique Gray o fez, e eu não consigo entender o porquê. É sua aparência? Sua civilidade? Sua Riqueza? Seu Poder? Eu não entendo minha reação irracional.
Eu nunca mais vou ver aquele homem na minha vida, ele é desagradável, arrugante e desumilde.

Após acalmar-me deste episódio fui para o carro e parti para casa.

- Beth! Voltaste. - Nina está sentada em nossa sala de estar, cercada por livros. Ela está claramente a estudar para os exames finais. Ela pula em cima de mim e me abraça apertado.

- Eu estava começando a me preocupar. Esperava que voltasses mais cedo.

- Oh, eu acho que compensei o tempo considerando que a entrevista funcionou. - Eu aceno com o mini gravador para ela.

- Beth, muito obrigada por fazeres isto. Fico a dever-te uma, eu sei. Como foi? Como ele era? - Oh não, lá vamos nós.

E foi assim o resto da tarde, eu a lutar para responder as suas perguntas sobre Dominique, enquanto Nina ria das minhas desgraças.

QUEBRA DE TEMPO

Uma semana se passou desde a palestra e a entrevista de Dominique. Após a entrevista, eu me dediquei aos estudos para os exames finais. Nina está ocupada também, compilando sua última edição da revista estudantil, antes dela ter que cedê-la para o novo editor, ao mesmo tempo estudando para os exames.
Aos sábados e domingos trabalho numa loja de decoração para casa, então durante esse tempo não consigo estudar para as provas finais. O lado positivo é que tenho tempo livre longe dos livros, o lado negativo é passar um sábado na loja, isto podia ser considerado um pesadelo.

Nós recebemos vários clientes que querem enfeitar suas casas. Neste preciso momento estou completamente concentrada na tarefa de verificar os números do catálogo dos itens que temos e precisamos encomendar. Estava tão destraida com o que fazia, no entanto, por alguma razão, eu olho para cima... e encontro quem menos eu quero encontrar o par de olhos verdes muito ousados de Dominque Gray, que está de pé no balcão, encarando-me atentamente.

- Senhorita Bowes. Que surpresa agradável. - Seu olhar é firme e
intenso.

Puta merda. Que diabos ele está fazendo aqui, ele está com os cabelos despenteados, vestindo um suéter creme, jeans e botas?

- Sr. Grey, - eu sussurro, porque isto é tudo que eu posso fazer. Há uma sombra de um sorriso em seus lábios e seus olhos estão iluminados com humor, como se ele estivesse desfrutando de alguma piada particular. - Não posso dizer o mesmo em relação a sua presença aqui, anda a seguir-me? - dou um pequeno sorriso.

- Eu estava na área, - ele diz por via de explicação. - Eu preciso abastecer algumas coisas. É um prazer ver você novamente, Elizabeth. - Sua voz é morna e rouca, como calda de caramelo derretido em chocolate escuro... ou algo assim.

Eu agito minha cabeça para reunir meu juízo. Meu coração está a bater freneticamente, e por alguma razão eu estou corada. Eu estou totalmente deslocada pela visão dele de pé diante de mim. Ele não é apenas bonito, ele é o significado da beleza masculina, de tirar o fôlego. Mas a pergunta que não quer calar, o que Dominique Gray faz aqui nas lojas Clayton. Vá entender. Finalmente minhas funções cognitivas é restabelecidas e reconectadas com o resto de meu corpo.

- Em que posso ajudá-lo, Sr. Gray?

Ele sorri, e novamente é como se ele conhecesse algum grande segredo. E tão desconcertante. Respirando fundo, eu coloco minha fachada de profissional de quem trabalha nesta loja há anos.

PARA SEMPREWhere stories live. Discover now