𝑶 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 - Gabigol

43.

Haviam coisas na vida completamente inexplicáveis, como o fato de alguém te amar incondicionalmente durante anos sem ao menos te conhecer, te pôr em prioridade e até mesmo limpar sua bunda, porque você mesmo é incapaz disso, como poderia existir um amor capaz disso, capaz de fazer que entregue sua vida por outra pessoa, por alguém. Será que alguém, algum dia já foi capaz de entender ou descrever sem se quer sentir o amor de uma mãe?

-Esperanza? 

Abro meus olhos devagar, sentindo toda aquela luz entrar pelos meus olhos e faze-los arder, encontro meu pai me encarando com os olhos inchados e ao olhar para o lado encontro Alicia e Aleandro com os rostos preocupados e ansiosos. Pisco antes de entender onde estava, mas eu entendi assim que vi todos aqueles aparelhos e uma agulha fincada no meu braço.

Estava em um hospital.

-Graças a Deus! -Alicia diz soltando um suspiro.

-Garota pensei que tinha morrido! -Alê diz me fazendo dar um mínimo sorriso de lado. 

-Não fale besteiras! -Diz Ethan tocando meu rosto. -Foram as horas mais perturbadoras da minha vida Esperanza, por favor, não faça mais isso!

-Prometo tentar! -Sussurro abrindo um sorriso. -Mas, o que aconteceu?

-Ah minha amiga, botaram sua vida em um pote de margarina, e chacoalharam tanto que estou até tonta! -Diz e eu franzo as sobrancelhas em interrogação.

-Não entendia como um simples aparelho pode fazer tanta maldade! -Diz Ethan balançando a cabeça.

-Não foi o aparelho Ethan, as pessoas que usam ele que são maldosas! -Diz Alicia. -Sinto muito amiga, eu tinha ideia de que seria difícil namorar alguém como Gabriel, mas não nesse ponto!

-Então não foi um pesadelo? -Digo e sinto um lagrima solitária descer pelo meu rosto. -Todos sabem?

-Todos sabem! -Diz Alê. -Por que não nos contou?

-Ah meu irmão! -Digo fechando os olhos. -Não tem ideia de como isso me afetou, eu não queria que fosse assim!

-Tá tudo bem Esperanza, estamos aqui, e jamais vamos sair do seu lado! -Diz Alê segurando minha mão.

-...EU SOU A PORRA DA FAMÍLIA, EU QUEBRO TODO ESSE HOSPITAL SE NÃO ME DEIXAR ENTRAR! -Eu conheceria aquela voz em qualquer lugar.

-Eu resolvo isso! -Diz Alê saindo da sala.

-Ele chegou à algumas horas, mas você estava desacordada e não permitiram a entrada dele! -Alicia diz.

-Ele mal conseguia respirar Esperanza, Fabinho e Valdemir vieram e só assim conseguiram manter Gabriel na recepção. -Respiro fundo e tento me ajeitar na cama, mas sinto uma pontada na cabeça, parecia que tinha levado um golpe na testa.

-Mas acho que eles não conseguiram mais! -Diz Alicia dando de ombros.

A porta se abre e revela quem eu já adivinhava, Gabriel estava péssimo, seu cabelo estava completamente bagunçado, ele mal sabia se respirava ou se passava as mãos na cabeça, seu rosto estava inchado, eu mal o reconhecia, mas ele estava ali, parado.

-Vou deixar vocês a sós! -Diz Ethan me dando uma ultima olhada e passando direto por Gabriel, Alicia não diz nada e apenas sorrir antes de sair sem nem olhar pra Gabriel que continuava parado entre a porta.

Ele caminha em silêncio fechando a porta e parando bem na minha frente, eu estava deitada então minha visão dele não era das melhores, me mexo na cama super desconfortável, olho para o acesso no meu braço e sem pensar duas vezes o arranco e jogo em qualquer lugar mesmo sentindo uma dor fraca.