Conhecer melhor

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—Vamos comer e depois fazemos isso, tô morta de fome– falei enquanto descia as escadas.

—Bom, que tal a gente começar se conhecendo melhor?– Evan perguntou e eu pensei um pouco.

—Pode ser– andei até a cozinha e ele me seguiu— O que quer saber?– pergunto pegando os pratos e talheres.

—Qualquer coisa aleatória– fala sentado no banco.

—Vai ter que me convencer melhor, queridinho– encarei Evan e ele pensou.

—Quero tentar ser um bom colega de cena, gosto de saber com quem estou lidando também– estreitei os olhos e ele deu de ombros.

—Eu sei falar três idiomas, espanhol, português e grego, sou formada em psicologia e tenho doutorado, formei durante as gravações da série spin off. Tenho 28 anos e faço aniversário dia 21 de janeiro, tenho 1,75 de altura, meu primeiro trabalho como modelo foi quando tinha 17 anos desfilei pra Channel, tenho pavor de cobras e sapos, também sou escritora e não tenho nenhuma religião, sou do Texas e morei em Castroville a minha infância inteira, tenho uma rede de cafeteria...– dei uma pausa pensando mais um pouco.

—Tenho uma ong pra dá suporte para pessoas que sofrem ou já sofreram abuso sexual e para pessoas com depressão e fui pra Burundi e Malawi na África com outra ong, fui pra lá como psicóloga e ajudante. Morei em 10 lares temporários por isso que eu sei três idiomas, uma vez fui adotada por um casal milionário e eles me ajudaram muito na carreira de modelo, já morei em uma fazenda e nesse tempo eu estudava em casa, tenho uma coleção de carros mas fica em garagem, está em duas páginas na revista Vogue e eles me apelidaram de mini Paul Walker– coloco comida nos dois pratos, pego as cervejas com o molho de pimenta.

—Ainda desfila?– perguntou e eu me sentei ao seu lado.

—Não muito, prefiro ser modelo comercial e fotográfica– abro as garrafas e empurrei uma pra ele.

—Porque você e Timothée terminaram?– olho na sua direção dando um sorriso.

—Você é curioso– falo e suas bochechas fica vermelha— Bom, não tínhamos um relacionamento saudável e a mídia romantizou muito nosso relacionamento, éramos como um "casal comercial", foram três anos de namoro mas ele nunca me apresentou pra sua família, só conheço sua irmã que é um amor de pessoa, no final ele me traiu e me deu um pé na bunda– dei de ombros.

—De relacionamentos ruins eu também entendo– diz enquanto comia.

—Mas nunca rolou agressão, só abuso psicológico– ele deu uma risadinha falsa—Desculpa, eu não me aguentei, vai ter que se acostumar com meu humor ácido–

—Como foi na África?– perguntou.

—Um choque de realidade, quando eu cheguei na comunidade tinha gente assando rato pra comer e isso é comum pra eles, as crianças me oferecia na maior inocência– dou um suspiro— Às vezes eu chorava escondido, a gente nunca saí da bolha para conhecer de fato como é passar dificuldades e ainda ter que encarar isso todos os dias sem esperança de melhoras. Visitamos lugares que tinha gente definhando de fome, crianças doentes e pai ou mãe preocupados com o que faz para alimentar seus filhos– Evan escutava tudo com atenção— Lá tem muita criança, eu ficava encantada com elas, deixava fazer tranças no meu cabelo, brincava e contava histórias, as garotas maiores ficaram me enchendo de perguntas sobre como era ser modelo e pedia pra ensinar elas a desfilar. Apesar de tudo foi muito divertido, pretendo voltar no Natal a ong está organizando pra ir de novo–

—É tão bonito a forma que você fala sobre isso, seus olhos brilham só de lembrar, você é um exemplo de pessoa– diz com um leve sorriso.

—Obrigada, eu acho– digo desviando o olhar.

Behind the camera - Evan Peters Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ