Burning In Hell: A Garota e o Diabo (Livro I)

Capítulo 12 - Tenho notícias de Scarlett

Devil

Nunca pensei que um chute no pau pudesse doer tanto.

Aquela filha da puta...

Me arrasto até o Hell, ainda sentindo a porcaria dessa dor terrível, cruel e desumana, até para mim.

Aquele objeto cortante que Louise usou para tentar me ferir no peito não doeu absolutamente nada e cicatrizou em questão de segundos. Poderia até ser comparado com cócegas se não tivesse derramado meu sangue. Mas aquele chute...

– O que aconteceu com você? – ouço brevemente Alec me perguntar, no momento em que atravesso os mundos pela Fenda dos Portões do Inferno. – Parece que você foi despertar os deuses e eles não levaram numa boa.

Só não reviro os olhos porque a dor não permite.

Caminho com dificuldade por entre os cômodos da Casa do Fogo e sei que Alec só não tenta me ajudar porque sabe que eu o mataria se fizesse isso.

– Bem pior, na verdade. – Me sento em uma das cadeiras rodeadas de ouro. – Acho que nem os deuses seriam tão cruéis.

Alec franze o rosto, realmente intrigado pelo o que houve. E eu nem sei se devo dizer, não quero perder meu mais talentoso caçador de demônios porque ele debochou de mim.

– E eu vou querer saber o que houve?

– Não, não vai – respondo.

E ele deveria deixar para lá, mas parece que esses seres humanos e não-humanos tiraram o dia para me enfrentar. Embora eu ache Louise muito mais atraente furiosa do que Alec preocupado.

– Tem certeza?

Faço uma nota mental para me lembrar do seu talento e como ele é importante no Hell enquanto respondo:

– Levei um chute no saco. Satisfeito?

Leva somente cinco segundos para ele explodir em uma gargalhada. E eu só não me ergo dessa cadeira e acabo com essa merda agora porque... bem, porque não consigo.

– Retiro tudo o que eu disse sobre a humana. Gosto muito daquela garota agora. Ela teve a coragem de chutar seu pau...

Ele para de falar porque começa a rir novamente, me fazendo manter o autocontrole, que nem sabia ter, para não atirar a Hell Blade na sua garganta.

– Cale a boca, seu idiota – murmuro, fechando os olhos e me acalmando. – Onde está Zion?

Preciso falar com ele sobre o Sewn que deixei fugir na escola de Louise. Ainda não tive tempo para isso, estava ocupado com aquela garota irritantemente difícil de ser compreendida.

Louise é uma caixinha de surpresa. E isso é o que mais me atrai nela, porque ela é inesperada. Não sei o que esperar dela. Uma hora ela está encolhida, com medo, e em outra ela está enfurecida, me atacando e rosnando.

Embora eu tenha dito que foi fácil entrar na sua mente, já que é totalmente tumultuada, me custou uma única veia para fazer aquilo. Fazer com que ela visse o que eu quisesse.

Tem algo nela que eu não sei explicar, mas ela é mais difícil de ser controlado do que a maioria dos humanos. E tenho certeza de que, com o treinamento certo, ela teria o controle da sua mente e eu nunca mais conseguiria entrar se ela não permitisse.

– Ouviu o que eu disse? – escuto Alec perguntar, me tirando dos meus pensamentos.

– Não.

– É claro que não. Zi...