Amigos da Nonna

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O nosso avião pousou por volta das 5:30 dá manhã, o tempo estava tão gelado, pude ver uma fumaça sair pela boca dos meus avós enquanto estavam conversando com três homens altos de terno que acabavam de chegar para nos ajudar a tirar as malas do avião, mesmo de moletom o frio me alcançava deixando as pontas dos meus dedos e do meu nariz, vermelhos e muito gelados, era a primeira vez que via um frio tão intenso que pudesse congelar os meus dedos em cinco minutos. Graças a Nina acho que não fui de americanas, já que a mesma me entregou um sobretudo preto com o emblema da minha família em dourado e um gorro no mesmo estilo, agradeço-a pelas coisas e vou até nonna para tentar descobrir para onde vamos. 

– Nonna, quando vamos? E para onde vamos?– Questiono nonna cutucando o seu braço direito que estava coberto pelo casaco beji que ela usava, foi neste momento então, que eu percebi o quão linda a Itália é, mesmo pela manhã estar fria e nublada a paisagem continuava linda, os altos pinheiros cobertos por uma fina camada de neve branca, deixavam o horizonte mais lindo que nunca, o sol nascendo ao leste indicando que mais um dia se iniciava, e para mim mais uma batalha também. 

– É lindo né? – Questionou nonna, observando o horizonte junto a mim– era isso que eu queria te mostrar, esse é o paraíso de onde você veio, de onde eu vim Piccolina. Essa é a sua nova casa, Bem-vinda a Itália. 

– Respondendo a sua pergunta Nena, nós vamos agora, e para onde vamos, é uma surpresa, mas fique tranquila, você finalmente irá treinar o seu inglês e quem sabe o seu italiano também.– Nonno me responde de maneira rápida e volta a sua atenção para os mesmos homens que estavam colocando as malas em um Rolls-Royce preto com detalhes em prata. – Vamos princesas, a carruagem de vocês lhe esperam. – nonno caminha até o carro e entra no banco de trás. 

– Isso é mesmo nosso nonna? Mio Dio, porque nunca me levaram para a escola neste carro?– Indignada caminho até o carro a onde um dos homens abre a por para que eu entre– Grazie.– E Meu Deus, que carro é esse, parece mais o céu que eu havia visto no avião, e quantos botões tem esse carro, nossa! Eu não acredito que eles esconderam de mim esse luxo todo, estou me sentindo enganada. 

Nonna entra no carro e nós partimos até o destino desconhecido por mim. Durante o caminho pude ver Bolonha ainda vazia por conta do horário, a cidade é tão bela, que mesmo vazia e com o clima frio e sem sol, ela consegue ser deslumbrante e apaixonante, as casas todas pintadas com cores alegres, que no verão, com certeza, ficarão muito mais belas, cheias de flores nas sacadas dos quartos. Isso me faz lembrar do meu quarto, na minha futura, não tão futura, casa. Como será que ela é, será que o meu quarto terá janelas grandes como ele tinha antes? Estes pensamentos rodeiam minha mente, até o momento que sinto o carro frear e o motorista informar o nonno que chegamos na casa do amigo dele, ou pelo menos foi oque eu intendi. 

– Vamos Piccolina? – Nonna me chama, voltando para a porta que se abre, neste momento olho para os lados e vejo que ambos os meus avós me deixaram para cumprimentar os seus amigos de longa data, me deixando "sozinha", porque quando olho novamente para frente vejo Nina parada lá me esperando. 

– Vamos Nena, eu prometo que eles são legais, qualquer coisa você pode voltar para o carro que o motorista te leva para casa, mas garanto que você vai amar ficar aqui. – eu senti um pouco de malícia na última frase, mais ignoro, franzindo a testa e saio do carro ainda meio desconfiada. 

Porém, assim que saio do carro descubro o motivo pela intonação da última frase, ao lado da amiga da nonna tinha um menino mais alto que eu e julgo ter a minha idade ou um pouco mais, cabelos castanhos claros, olhos no mesmo tom eu acho, com um conjunto de moletom branco e uma cara de sono que me fez querer voltar para o carro no mesmo momento. Me aproximo um pouco receosa e me ponho ao lado, mas ainda atrás da nonna com vergonha de toda a situação. 

– Está é minha neta Helena. – Nonna me puxa pelo braço me fazendo ficar ao seu lado e dar um sorriso e sussurrar um "Ciao" para todos.

– Kimi figlio, fai girare Helena per casa, ha 15 anni, e oggi è il suo primo giorno in Italia, deve essere molto nervosa. – A amiga da nonna diz ao seu neto que faz uma cara não muito boa e sair andando logo após dize um "viene". 

– Ele disse para você ir com ele, ele vai te mostrar a casa, seja legal com ele ok? O nome dele é...

– É Kimi, eu sei, eu sei. – Fui andando atrás dele observando a casa. 

Ela é bem grande, com muitas janelas grandes e toda branca com detalhes em preto e cinza, tem um pé direito alto e todos os moveis de encacham perfeitamente. Há uma lareira acesa de verdade ao debaixo da TV, inconscientemente me aproximo dela em busca de calor, prometo nunca mais reclamar do calor do Brasil. 

Ele ao perceber que eu tinha parado de lhe seguir, olha para trás me vendo parada ao lado da lareira tentando me esquentar, oque eu acho ser uma risada sai de seus lábios e o mesmo se aproxima esquentando suas mãos também. 

– Tudo bem? – O mesmo verifica em inglês e por um segundo agradeço ao nonno por me fazer ir para as aulas de inglês e conversar com aquelas pessoas em inglês durante a minha vida toda. 

– Sim, na medida do possível, ainda estou me acostumando – Olho para as minhas mãos e solto uma risada baixinha – para falar a verdade, estou morrendo de medo, tudo é tão diferente que me sinto deslocada, nem italiano eu sei falar. 

– Está tudo bem, é bem fácil, na verdade, e com o tempo você pega o jeito – Ele olha para mim e sorri, seu sorriso faz com que os seus olhos se fechem um pouco – Mama mia eu esqueci de me apresentar e de perguntar o seu nome? Eu sou o Andreia, mas todos me chamam Kimi.  

– Me chamo Helena, mas pode me chamar de Lena ou Nena– Rio da sua mania italiana de mexer as mãos, eles realmente fazem isso, achei que era algo que só o nonno fazia.     

– Vocês fazem isso mesmo– faço o mesmo gesto com a mão rindo– Achei que é o meu nonno fazia. 

– Mas é claro que fazemos isso. – ele diz um pouco indignado.

– Vai que né! – uma risada me contagia no mesmo momento em que vejo sua cara de indignação.

Assim conversamos por horas a fio, esperando que meus avós me chamassem para ir para casa. Cada minuto que estive com Kimi me acalmava, se todos os Italianos fossem assim estou realizada. Mal posso esperar para o meu primeiro dia de aula!

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