30

651 46 1
                                    

Nathan.

Passei a mão no rosto suado e bufei sentindo meu ombro arder na parte que fia a bandoleira do fuzil , PT tá na minha frente com o fuzil apontado.

Quase uma hora de troca de tiro eles recuaram mas ainda tamo na ativa aqui , qual quer momento malandro pode achar que nois é bobinho e vim cantar de galo.

Faísca: coê patrão tudo tranquilo já vasculhamos tudo - falou no rádio e eu levei a boca molhando a garganta seca

Eu: certeza?

Faísca: absoluta.

Pt: bando de filha da puta só vieram pra fazer estrago na casa dos outros bando de arrombado.

Neguei com a cabeça tirando o colete entrando na salinha cheia de droga joguei no sofá ali tirando o fuzil não roubaram nada não levaram nenhum de nós não mataram ninguém, só vieram fazer confronto e a mídia mostra que eles tão fazendo o "trabalho" deles que é matar a gente destruíram várias casa de morador por pura filha da putagem , olhei meu celular vibrando e o número do bid na tela

Bid: achei que tinha morrido

Eu: você ainda não teve essa sorte

Bid: tranquilo?

Eu: tamo sim eles só queriam da um showzinho acho que não tinham nada melhor pra fazer e resolveram atormentar minha vida

Bid: levaram nada?

Eu: nada nem ninguém só destruíram casa de morador , telhado porta os caralho a quatro já tô vendo os filha da puta vindo no meu ouvido amanhã.

Bid: dá um jeito nisso é nossa prioridade

Eu: nossa não né ? Minha eu que faço tudo nesse caralho - falei puto ajeitando a carreira de pó pra colocar pra dentro

Bid: a vida que você escolheu Nathan eu não te obriguei a caralho nenhum.

Eu: tá bom Breno depois a gente troca ideia

Bid: depois não já tá com esse papo a um tempo de que quer sair do crime e os caralho e agora tá reclamando do seu cargo?

Eu: eu tô cansado Breno tô puto contigo e ainda quero sair do crime não sei quando mas eu quero.

Desliguei na sua cara enrolando a nota de cem e cheirando a carreira de pó sentindo meu nariz arder e a dor de cabeça passar no automático.

Acendi o baseado olhando as mensagens da Laila desesperada , tava cuidando pra esses pela saco não vim quando ela tivesse aqui pra não deixar ela nesses desespero.

Me levantei saindo dali subindo na moto e indo pra casa , mandei da toque de recolher porque oque mais tem é curioso andando uma hora dessa só pra receber as notícias do que rolou, parei na frente de casa abrindo a porta vendo minha mãe no sofá que já levantou pra mim abraçar

Eu: tô suado tá tudo bem?

Leia: nada bem Nathan como que ia tá bem? - começou a série de esculacho até eu ver a Laila na porta da cozinha me olhando com a cara de choro todo encolhida e com medo - olha como você deixou não só a Laila mas como todas nós Nathan eu não aguento mais esse desespero.

Eu: a gente pode conversar depois mãe ? - ela sentou no sofá e eu fui até minha pimenta abraçando ela que chorou no meu braço ainda sem me abraçar , me sinto um filha da puta por trazer esse sofrimento a ela - eu tô aqui já linda

Laila: Nathan - falou quase sem voz e eu olhei seu rosto enxugando sua bochecha

Eu: vem cá vamo conversar se acalma - fui no quarto com ela sentando na cama puxando ela pra sentar de lado no colo

Laila: oque tava acontecendo Nathan? - enxugou as lágrimas - você tá bem?

Eu: tô vivo não tô ? Tá tudo bem pimentinha foi só um confronto

Laila: só um confronto? - levantou me olhando - foi horas de tiros horas de desespero Nathan , eu não quero essa vida - olhei seu rosto inchado com o cabelo preso

Eu: Laila..

Laila: não Nathan, você não sabe o quanto é agonizante ficar esperando você ou a notícia da sua morte entrar por aquela porta.

Eu: Laila me escuta - me levantei fazendo seu rosto subir pra olhar pra mim

Laila: te escutar pra que?  Eu não quero isso pra minha vida essa agonia essa dúvida eu não quero!

Eu: eu sei e entendo isso Laila eu tô bem não tô ? Relaxa

Laila: relaxa? E se não tivesse? Me fala e se você morresse ?

Eu: eu tô aqui Laila tá tudo bem olha pra mim - toquei seu braço e ela afastou - essa é minha vida e eu sinto muito por você ter passado por isso acha que eu gosto de deixar vocês assim? Que eu acho bonito que eu gosto de tá todo tempo correndo risco de vida?

Laila: eu não sei Nathan eu não sei se você gosta - neguei com a cabeça - mas eu não quero isso pra minha vida não quero essa agonia esse desespero essa angústia fica com ela pra você porquê eu não vou viver essa vida.

É a primeira vez que ela passa por isso eu entendo o surto , entendo que tá nervosa sempre cuidei pra nada dessa minha vida respingar nela, para sempre deixar o nw na rua e o Nathan com ela mas é difícil conciliar sendo que eu sou as duas pessoas.

Laila: eu quero ir embora - respirou fundo pegando a bolsa e eu neguei

Eu: você não vai poder sair agora da favela

Laila: se for a mando seu eu posso e você sabe , eu não quero ficar mais aqui Nathan

Eu: tá muito tarde acabou de rola um confronto a favela tá uma loucura vamo dormi amanhã a gente conversa

Laila: eu não quero conversar Nathan eu já te falei tudo que tinha pra falar eu não quero mais isso eu não quero mais você.

Eu: olha oque você fala Laila - olhei ela sério - para com isso amanhã a gente conversa com calma

Laila: eu quero ir pra casa.

Eu: você vai dormir Laila amanhã a gente conversa e você pode ir pra casa e ponto final - peguei minha toalha indo tomar um banho gelado tirando a tensão e adrenalina que ainda tava no meu corpo , voltei pro quarto vendo ela deitada enrolada do pé a cabeça
Acendi a luz pegando uma roupa e deitando com ela eu deixei ela quieta não quero levar nenhuma cotovelada agora.
_

Bateu sdd

Alem da Bandidagem Where stories live. Discover now