Capítulo vinte e três

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- Bem vinda à minha casa ancestral - disse Camila secamente.

Lauren olhou de esguelha para ela, em seguida deixou que seu olhar passasse pelas paredes desgastadas de Acquitart.

Nenhuma tropa e pouca importância estratégica, foram as palavras usadas por Camila para descrever Acquitart para a corte, no dia em que o regente confiscou todas as suas propriedades, menos essa.

Acquitart era pequena e velha, e a aldeia ligada a ela era um aglomerado de casas de pedra empobrecidas coladas à base do forte interno. Não havia terra disponível para agricultura, e a caça podia fornecer apenas algumas camurças empoleiradas nas rochas, que desapareciam - saltando para cima à mais leve aproximação de alfas - para lugares onde um cavalo não podia segui-las.

Ainda assim, quando eles se aproximaram, o lugar não era malcuidado. Os alojamentos estavam bem conservados, assim como o pátio interno, e havia suprimentos de alimentos e armas e material para substituir as carroças danificadas. Em todo lugar que olhava, Lauren via indícios de planejamento. Aquelas provisões não tinham vindo de Acquitart e seus arredores; tinham sido levadas até ali de outro lugar, em preparação para a chegada dos alfas de Camila.

O administrador se chamava Arnoul, um alfa de idade que assumiu o comando dos criados e das carroças e começou a dar ordens para todos. Seu rosto enrugado se desdobrou de prazer quando ele viu Camila. Em seguida, tornou a se dobrar sobre si mesmo quando viu Lauren.

- Você disse uma vez que seu tio não podia lhe tirar Acquitart - disse Lauren para Camila. - Por quê?

- É um governo independente. O que é um absurdo. No mapa, é um ponto. Mas eu sou a princesa de Acquitart, além de princesa de Vere, e as leis de Acquitart não exigem que eu tenha 21 anos para herdá-la. Ela é minha. Não há nada que meu tio possa fazer para tomá-la - disse Camila. Em seguida, acrescentou: - Suponho que ele pudesse invadir. - E depois: - Os alfas dele podiam brigar com Arnoul na escada.

- Arnoul parece ter sentimentos conflituosos em relação a ficarmos aqui.

- Não vamos ficar aqui. Não esta noite. Você vai me encontrar nos estábulos depois que escurecer, quando tiver terminado todos os seus afazeres habituais. Discretamente - disse Camila. Ela falou isso em akielon.

Estava escuro quando Lauren terminou suas obrigações. As pessoas que normalmente cuidavam dos suprimentos, das carroças e dos cavalos tinham recebido a noite de folga, e os soldados alfas também tiveram licença para se divertir. Barris de vinho foram abertos, e naquela noite o alojamento era um lugar alegre de se estar. Não havia sentinelas postadas perto dos estábulos, nem na direção leste.

Ela estava fazendo uma curva na fortaleza quando ouviu vozes. A orientação de Camila para ser discreta impediu que ela se anunciasse.

- Eu ficaria mais confortável dormindo no alojamento - disse Jord.

Ela viu Jord ser conduzido pela mão por uma América determinada. Jord tinha a mesma leve falta de jeito para se alojar nos aposentos de uma aristocrata que América tinha quando tentava falar palavrões.

- Isso porque você nunca dormiu nos aposentos de uma fortaleza real - disse América. - Garanto que é muito mais confortável que um cobertor em uma tenda ou um colchão cheio de caroços em uma estalagem. Além disso... - Ela baixou a voz, aproximando-se de Jord, mas as palavras ainda eram audíveis. - Eu quero muito que você me foda em uma cama.

Jord disse:

- Então venha aqui.

E a beijou, um beijo longo e lento com a mão segurando a cabeça de América. América ficou atraentemente dócil e se entregou ao beijo, envolvendo o pescoço de Jord com os braços, deslizando os dedos pela brancura prateada de seus cabelos; sua natureza antagonista não era, aparentemente, algo que ela exercia entre os lençóis. Parecia que Jord despertava o que havia de melhor nela.

Alfa CativaWhere stories live. Discover now