Luísa estava em uma praça, esperando por alguém, parecia estar ansiosa. Ela mordia levemente o lábio enquanto olhava ao redor.
Quando de repente seus olhos encontraram o motivo da sua ansiedade, Lucca, estava vindo até ela com uma rosa nas mãos, parecia que havia saído de algum filme romântico. Era digno de um ator de cinema.– Olá lindeza! – Exclamou ele, ao chegar perto de Luísa, que se levantou e o cumprimentou com o beijo breve nos lábios. – Eu te trouxe uma flor. – Ele sorria bastante, e seu cabelo estava rebelde como sempre.
– Bom dia. – Ela sorriu, e pegou a flor nas mãos, era linda, e possivelmente uma das flores mais bonitas que ela vira na sua vida.
– Sabe, eu gosto de estar assim com você, me faz lembrar, quando éramos mais novos. – ele disse se sentando e puxando Luísa para perto. A mesma se sentou ao seu lado e ficaram abraçados olhando as pessoas passarem.
– Mas você vai negar que a nossa briga na escola não te deixava energizado? – Quebrando o gelo que estava, ela gargalhou baixinho vendo ele revirar os olhos.
– Prefiro assim, sem brigas. – Ele disse a olhando e passando a mão em seu cabelo. – Eu te amo Lu...
O despertador estava tocando, alto e ensurdecedor, fazendo Luísa dar um pulo da cama assustada. A mesma estava perdida, que sonho era aquele? Não fazia sentido. Lucca estava a atormentando até em sonhos agora, já não bastava quando ela estava acordada.
Ela checou o celular, ele havia respondido apenas:"Conversamos amanhã quando você trazer meu trabalho de matemática, preciso da nota pra ontem."
– Que estúpido. – Ela levantou e começou a se arrumar, pegou o laço que havia ganhado de Vitor, e se lembrou do toque de Lucca em seu cabelo, ao tirar o seu laço preferido "Precisa tirar de mim uma coisa que gosto?" Essa pergunta ecoava em sua cabeça. Naquele momento ela parecia tão frágil.
– Vamos lu, seu pai te levar rápido pra escola. – A mãe de Luísa gritou da sala, enquanto a mesma guardava os trabalhos dos alunos na mochila.
O pai de Luísa não era muito de conversar, o seu trabalho com o pai de Lucca roubava muito tempo de sua vida, o que o transformou em uma pessoa mais fechada, mas sempre que Luísa precisava ele estava lá.
– Tenha um bom dia pequena! – Ele disse sorrindo quando a deixou na porta da escola. E saiu com o carro indo para o serviço.
Então, passado alguns minutos Luísa viu o carro de Lucca encostando no estacionamento, e decidiu ir conversar com ele lá. Era o lugar com menos pessoas, e depois do problema da última aula, era melhor evitar transtornos futuros.
– Eu trouxe seu trabalho. – Ela disse pegando duas folhas da mochila. Enquanto se aproxima do carro. Encarando Lucca que parecia que tinha saído de uma loja de grife, provavelmente a roupa que vestia custava alguns mil dólares, ela pensou.
– Ah claro. – disse Lucca a olhando, a mesma vestia uma saia discreta e uma blusinha de malha com gola alta, e um pequeno pingente da letra l em seus pescoço. Foi então que ele percebeu que Luísa dava conta de muita coisa sozinha, ele se perguntava como conseguia consciliar tudo isso.
A mesma esticou as folhas e Lucca as pegou, deixando uma nota de cinquenta dólares para a mesma.
– É bom fazer negócios com você Luccas. – Ela disse se virando e começando a andar.
– É Lucca, sem esse "s" que você adora colocar. – Ele disse e reparou num laço vermelho que se destaca em seu cabelo loiro. Sentiu uma pequena pontada no peito. – Tenho algo pra você, espere.
– você trouxe as minhas coisas? – Ela perguntou e se virou, o mesmo estava com os braços para dentro do veículo, tirando um pequeno laço cor de rosa de dentro do porta luvas.
– Tenho isso, eu posso por se você quiser. – Ele disse dando de ombros, porque a ideia de Vitor beijando Luísa o feria tanto? O laço havia sido ele que tinha dado, não poderia ser outro alguém.
– Eu não sei. – Ela disse olhando para os próprios pés involuntariamente. – Me dê, vou guardá-lo. – Ela deu um passo a frente, ficando perto o suficiente e percebeu que estavam dividindo o mesmo ar.
Lucca a olhou, e por um breve momento viu em seus olhos, a menina na qual ele havia se apaixonado a muito tempo atrás.
– Ontem eu não queria curtir aquela foto.. – Ele começou.
– O que você tava fazendo olhando meu perfil? – Ela o olhou por cima dos óculos.
– Não sei. – Ele disse a encarando. – Talvez eu tava procurando algo sobre nós, nos do passado. Eu não sei. – Ele disse se aproximando. Seria errado beijá-la? Ele se perguntou por um breve momento.
Ela não respondeu, ficou imóvel o olhando, parecia que não o entendia, ou que estava perdida em seus pensamentos.
– Me desculpe – Ele sussurrou baixinho e chocou a sua boca contra a dela.
Luísa demorou para assimilar o que estava acontecendo, de início retribuiu o beijo, que era cheio de ternura num misto de desejo. Mas quando as mãos de Lucca a pressionaram contra a porta do carro. Foi como se o seu toque queimasse, ela colocou as mãos nos ombros dele e o afastou.
– Isso não está no combinado. A gente não se conhece direito – Ela disse, seus lábios estavam inchados pelo beijo longo. – Que isso não se repita.
– Eu, eu.. – Ele gaguejou e se afastou mais. "A gente não se conhece direito " doeu no fundo do peito de Lucca. – Não sei onde estava com a cabeça. – Ele a encarou. – Pode ter certeza que não vai, porque eu ainda te odeio. – Ele disse irônico.
– Ah! Babaca mimado. – Ela disse revirando os olhos e saindo andando. – Vá para o inferno. – Ela gritou andando rápido, sentindo suas bochechas arderam. – Ainda te odeio, mas a poucos segundos se eu deixasse, ia me apalpar toda – Ela falou baixinho para si mesma.
Lucca fechou a janela do carro e se escorrou nele. O que havia acabado de acontecer? Porque depois de tanto tempo esse amor infantil por Luísa estava voltando?
Perdido em pensamentos, uma mensagem o tirou do seu transe. Era um convite para uma festa, na casa da melhor amiga de Luísa, e a regra era clara, Lucca não falta a nenhuma festa.
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Você me odeia? Talvez.
RomanceLuísa e Lucca eram melhores amigos na infância e pré-adolescência. Mas por motivos de dinheiro, popularidade e ego, hoje guardam um rancor um do outro. Luísa por ser muito inteligente, e ser uma das melhores da escola, para ajudar nas contas da cas...