• CAPÍTULO 8

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Luísa estava em uma praça, esperando por alguém, parecia estar ansiosa. Ela mordia levemente o lábio enquanto olhava ao redor.
Quando de repente seus olhos encontraram o motivo da sua ansiedade, Lucca, estava vindo até ela com uma rosa nas mãos, parecia que havia saído de algum filme romântico. Era digno de um ator de cinema.

– Olá lindeza! – Exclamou ele, ao chegar perto de Luísa, que se levantou e o cumprimentou com o beijo breve nos lábios. – Eu te trouxe uma flor. – Ele sorria bastante, e seu cabelo estava rebelde como sempre.

– Bom dia. – Ela sorriu, e pegou a flor nas mãos, era linda, e possivelmente uma das flores mais bonitas que ela vira na sua vida.

– Sabe, eu gosto de estar assim com você, me faz lembrar, quando éramos mais novos. – ele disse se sentando e puxando Luísa para perto. A mesma se sentou ao seu lado e ficaram abraçados olhando as pessoas passarem.

– Mas você vai negar que a nossa briga na escola não te deixava energizado? – Quebrando o gelo que estava, ela gargalhou baixinho vendo ele revirar os olhos.

– Prefiro assim, sem brigas. – Ele disse a olhando e passando a mão em seu cabelo. – Eu te amo Lu...

O despertador estava tocando, alto e ensurdecedor, fazendo Luísa dar um pulo da cama assustada. A mesma estava perdida, que sonho era aquele? Não fazia sentido. Lucca estava a atormentando até em sonhos agora, já não bastava quando ela estava acordada.
Ela checou o celular, ele havia respondido apenas:

"Conversamos amanhã quando você trazer meu trabalho de matemática, preciso da nota pra ontem."

– Que estúpido. – Ela levantou e começou a se arrumar, pegou o laço que havia ganhado de Vitor, e se lembrou do toque de Lucca em seu cabelo, ao tirar o seu laço preferido "Precisa tirar de mim uma coisa que gosto?" Essa pergunta ecoava em sua cabeça. Naquele momento ela parecia tão frágil.

– Vamos lu, seu pai te levar rápido pra escola. – A mãe de Luísa gritou da sala, enquanto a mesma guardava os trabalhos dos alunos na mochila.

O pai de Luísa não era muito de conversar, o seu trabalho com o pai de Lucca roubava muito tempo de sua vida, o que o transformou em uma pessoa mais fechada, mas sempre que Luísa precisava ele estava lá.

– Tenha um bom dia pequena! – Ele disse sorrindo quando a deixou na porta da escola. E saiu com o carro indo para o serviço.

Então, passado alguns minutos Luísa viu o carro de Lucca encostando no estacionamento, e decidiu ir conversar com ele lá. Era o lugar com menos pessoas, e depois do problema da última aula, era melhor evitar transtornos futuros.

– Eu trouxe seu trabalho. – Ela disse pegando duas folhas da mochila. Enquanto se aproxima do carro. Encarando Lucca que parecia que tinha saído de uma loja de grife, provavelmente a roupa que vestia custava alguns mil dólares, ela pensou.

– Ah claro. – disse Lucca a  olhando, a mesma vestia uma saia discreta e uma blusinha de malha com gola alta, e um pequeno pingente da letra l em seus pescoço. Foi então que ele percebeu que Luísa dava conta de muita coisa sozinha, ele se perguntava como conseguia consciliar tudo isso.

A mesma esticou as folhas e Lucca as pegou, deixando uma nota de cinquenta dólares para a mesma.

– É bom fazer negócios com você Luccas. – Ela disse se virando e começando a andar.

– É Lucca, sem esse "s" que você adora colocar. – Ele disse e reparou num laço vermelho que se destaca em seu cabelo loiro. Sentiu uma pequena pontada no peito. – Tenho algo pra você, espere.

– você trouxe as minhas coisas? – Ela perguntou e se virou, o mesmo estava com os braços para dentro do veículo, tirando um pequeno laço cor  de rosa de dentro do porta luvas.

– Tenho isso, eu posso por se você quiser. – Ele disse dando de ombros, porque a ideia de Vitor beijando Luísa o feria tanto? O laço havia sido ele que tinha dado, não poderia ser outro alguém.

– Eu não sei. – Ela disse olhando para os próprios pés involuntariamente. – Me dê, vou guardá-lo. – Ela deu um passo a frente, ficando perto o suficiente e percebeu que estavam dividindo o mesmo ar.

Lucca a olhou, e por um breve momento viu em seus olhos, a menina na qual ele havia se apaixonado a muito tempo atrás.

– Ontem eu não queria curtir aquela foto.. – Ele começou.

– O que você tava fazendo olhando meu perfil? – Ela o olhou por cima dos óculos.

– Não sei. – Ele disse a encarando. – Talvez eu tava procurando algo sobre nós, nos do passado. Eu não sei. – Ele disse se aproximando. Seria errado beijá-la? Ele se perguntou por um breve momento.

Ela não respondeu, ficou imóvel o olhando, parecia que não o entendia, ou que estava perdida em seus pensamentos.

– Me desculpe – Ele sussurrou baixinho e chocou a sua boca contra a dela.

Luísa demorou para assimilar o que estava acontecendo, de início retribuiu o beijo, que era cheio de ternura num misto de desejo. Mas quando as mãos de Lucca a pressionaram contra a porta do carro. Foi como se o seu toque queimasse, ela colocou as mãos nos ombros dele e o afastou.

– Isso não está no combinado. A gente não se conhece direito – Ela disse, seus lábios estavam inchados pelo beijo longo. – Que isso não se repita.

– Eu, eu.. – Ele gaguejou e se afastou mais. "A gente não se conhece direito " doeu no fundo do peito de Lucca. – Não sei onde estava com a cabeça. – Ele a encarou. – Pode ter certeza que não vai, porque eu ainda te odeio. – Ele disse irônico.

– Ah! Babaca mimado. – Ela disse revirando os olhos e saindo andando. – Vá para o inferno. – Ela gritou andando rápido, sentindo suas bochechas arderam. – Ainda te odeio, mas a poucos segundos se eu deixasse, ia me apalpar toda – Ela falou baixinho para si mesma.

Lucca fechou a janela do carro e se escorrou nele. O que havia acabado de acontecer? Porque depois de tanto tempo esse amor infantil por Luísa estava voltando?

Perdido em pensamentos, uma mensagem o tirou do seu transe. Era um convite para uma festa, na casa da melhor amiga de Luísa, e a regra era clara, Lucca não falta a nenhuma festa.

Você me odeia? Talvez.Where stories live. Discover now