Eu sempre ouvia da minha avó histórias de como as fadas não eram criaturas gentis e amigáveis, de como elas tinham contato com seres capazes de massacrar os humanos de maneiras inimagináveis, mas nunca creditei por ela ser velha, até que um dia aconteceu.
Eu morava em uma casa antiga em um pequeno interior de Connecticut, a vizinhança não era muito amigável e a maioria das pessoas já eram idosas, meu pai havia falecido dentro daquela casa e até hoje não descobrimos o motivo, mas, desde então a minha mãe nunca mais foi a mesma.
No dia do meu aniversário, acordei as 03:00 am com muita falta de ar, meu corpo pesava e eu não conseguia me mexer direito, tive a sensação de estar sendo observado por algo atrás do armário mas não pude virar para ver, até que senti alguém acariciando minha cabeça. Era o meu pai. E no desespero, consegui olhar para o rosto dele, gelei. Estava pálido, seus olhos sangravam e sorria sem parar, ao seus lado no ombro esquerdo havia um ser de alguns centímetros, tinha uma pequena asa preta e dentes afiados, segurava bruscamente no pescoço do meu pai, tive a certeza de que era uma fada.
De trás do armário, surgiu uma criatura da qual eu jamais havia visto igual, não consigo descrever completamente a sua aparência, mas o cheiro era insuportável.
No outro quarto, a minha avó começou a gritar desesperadamente, coisas em outra língua, meu pai então tentou me arrastar para fora da cama em direção ao armário, eu estava paralisado e não conseguia nem gritar.
Então eu acordei ofegante, o suor pingava do meu rosto e eu estava gélido, o relógio na parede indicava que eram 03:00 am. Algo me disse para olhar embaixo da cama, e eu olhei. Havia uma fada exatamente igual ao meu sonho, ela entrou em um buraco feito no chão e sumiu, Na porta do quarto estava a minha vó, com um terço na mão.
