𝐏𝐀𝐏𝐄𝐑 𝐑𝐈𝐍𝐆𝐒, fred weasley [HIATUS]

1. the Hogwarts train

1991, O COMBOIO DE HOGWARTS
TERCEIRA PESSOA

A PLATAFORMA NOVE E TRÊS QUARTOS ESTAVA CHEIA. Crianças corriam de um lado para o outro seguidas pelas suas malas, que, ou iam voando atrás delas, encantadas pelos pais dos alunos, ou eram puxadas pelos mesmos batendo incansável mas no chão devido à correria.

Uma família avançava calmamente por entre as outras, destacando-se, não só pela calmaria que exalavam, como também pelo poder que carregavam consigo.

Os cabelos totalmente platinados de todos os membros da família, à exceção da matriarca que tinha, contrastando com o loiro esbranquiçado, madeixas negras em cada lado da face, representando a sua família de sangue, eram conhecidos por todos. O patriarca, Lúcios Malfoy, avançava à frente dos dois filhos, a sua varinha na mão, virada para baixo. Ao seu lado estava a sua esposa, Narcisa Malfoy, que, outrora, fora uma Black - irmã mais nova de Bellatrix Black, agora Lestrange, e de Andromeda Tonks, que fora afastada da família e expulsa de casa após se casar com um nascido trouxa, Ted Tonks, indo contra os ideias da família. Narcisa tinha duas madeixas do seu cabelo puxadas para trás, mostrando que, como muitos diriam, envelheceu como o vinho.

Atrás do casal, iam os dois filhos de ambos. O gémeo mais novo por apenas três míseros minutos, Draco Malfoy, tinha o seu cabelo platinado penteado para trás, preso com gel. As suas roupas estavam impecavelmente direitas e os seus sapatos brilhavam, mostrando as suas parecenças com o seu pai. Ostentava um ar de arrogância que cobria o nervosismo que sentia devido a ser a primeira vez que entrava no expresso de Hogwarts com as intenções de lá iniciar a sua vida escolar. Já ouvira tanto sobre a tão famosa escola, principalmente vindo da mãe, que sentia que conhecia cada canto do castelo, mesmo que não fosse possível.

Ao lado de Draco estava Ashley, a irmã mais velha. Os seus cabelos estavam domados num penteado igual ao da mais velha, com a exceção que os cabelos desta não tinham os tons negros que os da mãe tinham. A sua roupa estava, assim como a de Draco, impecável, devido ao trabalho do elfo doméstico da família. Não levava o mesmo ar de arrogância que o irmão - olhava nervosamente à volta da estação, avaliando tudo e todos, e tentando guardar dentro da sua memória todos os detalhes da primeira vez que se afastaria da família, ou do que conseguia, por um ano quase completo.

Ashley prendera, durante a sua observação intensa ao espaço, a sua atenção num garoto que estava afastado, acompanhado por toda a sua família. Tinha os cabelos cor de fogo que iam bem com o ar que ele tinha. Ela não podia ver bem graças à distância que se impunha entre eles mas parecera-lhe ter visto sardas a cobrir o rosto todo do garoto, acompanhadas por olhos castanhos calorosos.

O garoto cujo nome lhe era desconhecido parecia ter-se sentido observado, pelo que levou o seu olhar pelo espaço à sua volta, finalmente tendo sido captado pelo olhar forte da loira. Ele, que anteriormente estava quase de costas para ela, virou o seu corpo inteiramente para a mesma, que não se mexeu. Ele era alto, pelo que ela podia ver. Alto e magro.

Ela, tentando ser o menos tímida que sabia que era, sorriu-lhe ligeiramente, como se faz quando vemos um velho amigo ou um antigo conhecido na rua. Ele piscou os olhos, ligeiramente atordoado. Deixou o seu olhar percorrer quem estava com ela, a acompanhando e fazendo um reconhecimento da família dela.

Os Malfoy's.

Só podia ser uma piada de mau gosto, pensou. Mas mesmo assim soltou um sorriso para ela, com um ar aborrecido.

Não era novidade para ninguém que a família Malfoy valorizava a sua linhagem puro-sangue acima de tudo, repudiando nascidos trouxa e traidores de sangue, que era onde a família do garoto se enquadrava.

E, certamente, que a garota saberia quem era o garoto. As suas vestes de segunda-mão, os seus cabelos ruivos, a família numerosa. Ela só podia estar brincando com ele, rindo-se dele na sua cabeça, pensando em contar aos seus como um garoto de uma família como a dele tinha sorrido para ela, julgando-os iguais.