8. detention

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1993, DETENÇÃO
ASHLEY

NUMA DAS MINHAS INÚMERAS TENTATIVAS DE FUGIR DE FRED E GEORGE, eu acabo me encontrando com Dumbledore e Snape — cujas aulas tinha vindo a evitar desde que Fred e George soltaram uma bomba de bosta na sala do professor e ele tem tentado me incriminar junto com eles.

Dumbledore sorri para mim, e eu sinto como se o mesmo soubesse todos os meus segredos enquanto Snape se mantém com a sua típica cara de não gosto disso, não vou gostar e não quero gostar.

— Vai ter a detenção acompanhada, Senhorita Malfoy. — Dumbledore me informa e eu franzo as sobrancelhas.

— Me desculpe, diretor? — questiono, receando parecer rude.

— Os Senhores Weasley decidiram perturbar a aula do professor Snape e apanharam detenção também, que coincidência, não acha? — Dumbledore sorri sonhador, e é possível ter um vislumbre de Luna Lovegood, uma corvina do ano abaixo ao meu, e muito amiga de Ginny, no ar que ostenta.

— São Weasley, professor. — explico ao mais velho ignorando o olhar fulminante de Snape em mim. — A casa deles é na detenção.

— Imagino que não saiba o motivo de ambos parecerem tão contentes com ganhar detenção, estou certo? — Snape questiona, rangendo os dentes.

O ódio que sinto pelo professor é tudo em que consigo pensar, mas evito focar-me nisso receando que o mesmo leia os meus pensamentos como já fez com outros.

— Não, senhor. — respondo, dando de ombros.

Se esses dois tiverem feito alguma pegadinha sem mim, vão ter que lidar comigo, penso.

— Hm, bem achei que não. — Snape vira as costas batendo com a sua capa negra seguindo na direção oposta à minha e de Dumbledore, me deixando olhando para ele com uma sobrancelha arqueada e a boca entreaberta. Ele pensa que saiu de um filme trouxa, é?

O diretor sorri e abana a cabeça suavemente. — O Professor Snape tem umas opiniões bastante fortes em relação aos gémeos Weasley. Um resto de bom dia, Ashley. — ele segue na direção que Snape seguiu, murmurando algo para si mesmo.

Homem estranho, penso, e a voz de Dumbledore ecoa na minha mente, me fazendo dar um pulo. Muito.

.

A detenção que Dumbledore propôs, fui informada, foi, para minha infelicidade, acompanhada por Filch e pela sua gata, a Madame Nor-r-ra. A gata de Filch, a única coisa que ele mais amava que algemas e colocar alunos de cabeça para baixo presos pelos tornozelos nas masmorras, parecia um bocado do inferno caído na terra.

Muitas das minhas detenções eram graças à mesma, pelo que não poderia caber mais ódio em mim pelo animal.

Depois do jantar de quinta-feira me encontrou com Filch à frente da pequena sala do mesmo, apenas nós dois. Os garotos estavam atrasados, mas, os conhecendo, eu duvidava que eles sequer aparecessem.

Um punhado de chaves tilintou nas mãos de Filch, e o som ecoou pelo corredor vazio até se perder na escuridão.

— Vamos. — ordenou na sua voz áspera e maltratada.

Filch era, pelo que se sabia, um aborto. Não no pior sentido da palavra, mas no sentido de ser provindo de uma família mágica e não ter requisitos de magia nele, sendo incapaz de utilizar a mesma.

Eu segui o homem pelos grandes corredores do castelo, os meus sapatos de salto baixo batendo no chão e fazendo sons duros enquanto o seguia. Ele andava de maneira engraçada, meio curvado e com uma perna se mexendo mais que a outra.

𝐏𝐀𝐏𝐄𝐑 𝐑𝐈𝐍𝐆𝐒, fred weasley [HIATUS]Where stories live. Discover now