02 - Flashes & Fogos De Artifício.

45 4 8
                                    

Música Para Ouvir Ao Ler O Capítulo:
Etta James - Stormy Weather.

  Estávamos chegando naquela maldita e idiota festa de colegial e tudo que pensava era sobre o que eu estava fazendo da minha droga de vida. Eu estava se formando há algumas semanas e eu podia sentir a pressão pessoal sobre ser algo ou alguém na vida evaporar e sair pelos meus pelos do corpo. Você consegue sentir e entender tudo isso certo?, afinal, estamos no mesmo inferno de barco em naufrágio. Como se lê-se meus pensamentos que deveriam estar gritando pra todo mundo ao meu redor ou alguns passos a nossa direção, escuto em real e bom som:
- Quando você se tornou tão ranzinza em tão pouco tempo Lu?, está com aquela velha cara brava de sempre que eu abomino. Aundrey pergunta fazendo biquinho e rindo de mim como se estivesse falando com uma criança mimada que não lida bem com os "nãos" da vida ou da mãe. Dou um empurrão de leve em seu braço e sinto como ele tem ficado cada vez mais forte por baixo daquela pilha de roupa e jaqueta favorita de beisebol em costura de couro gastos pintados de azul e preto dos Jaguars's que ganhou do seu pai aos por volta dos 14 anos em uma festa de aniversário que digamos foi bem intimista (eu nunca fui de muitos amigos e nem o aundrey). Recordo vagamente naquela tarde de 21 fevereiro que eramos apenas eu, ele e o Troy, seu pai de ombros sempre cansados pela rotina de mais 8 horas seguidas no bar de quinta categoria que ficava na esquina de uma rua pouca e quase nunca movimenta dos subúrbios aonde morávamos, aonde já trabalhava já quase cerca de impressionantes 13 longos e árduos anos. Bom, se eu era um adolescente eu estava falhando naquela noite miseravelmente. Estávamos na festa que estava sendo dada na casa de um amigo do Aundrey da sua turma que ficava há cerca de 35 minutos de carro da nossa escola Frigbe High School.
  A casa era de classe média alta com seus incontáveis cômodos todos bem desenhados e imobiliádos, quadros renascentistas de obras de renome que estavam espalhadas de forma proporcionalmente inteligente para deixar o ambiente mais sofisticado que já era. Na sala a maioria das pessoas se amontoam jogadas nas poltronas que eu acredito com toda a certeza custaram alguns carros. O cheiro de bebida, sexo e drogas inundaram nossos narizes ao entrar no cômodo, balões e pisca-pisca por todo o lado dava um ar divertido e algo feito de última hora aquela lugar e atmosfera, que se contrastavaem naquela noite.
- Quer alguma coisa para animar esse coraçãozinho duro?. Oferece Aundrey com seus olhos fixos nos meus. Nesse momento eu pude admitir que ele era o mais bonito naquela sala ou do colégio todo. Seus olhos castanhos escuros cinzados e uma de suas mãos gentis estavam me puxando para dançar colado ao seu peito e a outra com alguma bebida que na vida fora dali e daquele ambiente jamais teríamos a chance real de comprar uma garrafa. Mais agora nada disso importava, estavamos apenas dançando lentamente ao som da vitrola cinza ao fundo que tocava lindamente.
- Drey, eu amo tanto essa música e eu também o amo!. Admito, eu o amava verdadeiramente. Sorrio mesmo que estivéssemos banhandos pelas luzes fracas que mudavam de azul, verde, vermelho silenciosamente. Eu sabia que ele também estava sorrindo.
- Eu também o amo muito!. Me abraça mais forte deixando qualquer dúvida ser esmagada por aqueles braços.
  Eu estava perdido pelas luzes mudando lentamente até entender o que estava por vir... As luzes vermelhas e azuis lá fora começam a aparecer mais fortes e incomodavam os olhos. Por um momento tudo começou a desmoronar e o medo se instalava ao já clima calamitoso que se iniciava de dentro para fora, as pessoas começam a correr e gritar por todos os lados. Ouvi ao longe alguém gritar "É a polícia!". Então meu coração se acelerou, as mãos começaram a suar e minha expressão se enrigeceu fortemente. Mesmo que o caos estivesse ao meu redor e as garrafas vazias de bebidas estivessem sendo quebradas próximo aos montes de copos vermelhos, eu estava vendo tudo em câmara lenta naquele instante. Aundrey me trouxe de volta a realidade quando puxou meu braço e disse rapidamente:
- Vamos dar o fora daqui agora!. Mesmo em transe o segui rumo a alguma saída que acredito eu se localizava ao final da casa que parecia um labirinto do Minotauro de tão grandiosa com seus corredores e quartos incontáveis.
- Está tudo bem!, Apenas confie em mim e vamos sair dessa bem meu amor. Eu sabia que sairíamos. Afinal, o que estávamos fazendo de errado ali?. Estávamos apenas curtindo uma festa com um monte de gente que possivelmente tenham me cumprimentado ou esbarrado em mim apenas uma vez pelo colégio naquele ano. Porém, algo na voz trêmula cheia de ansiedade me fazia duvidar e não me passava a total segurança que ele acreditava estar tendo. Joguei esses pensamentos para escanteio já que era o Aundrey, o bom filho e ótimo namorado de notas excelentes e piadas ruins divertidas. Sairíamos dessa, ele daria o jeito como sempre.
  Abrindo portas sem acabar em nenhuma maldita saída daquele lugar que estava com um cheiro cada cada vez mais estranho. Antes, eu poderia descrever como algo ao ar de maconha, sexo e bebidas derramadas. Só que agora, agora era algo assustador, era cheiro de sangue... Eu reconheceria aquele odor a uma milha de distância e mesmo assim saberia do que se tratava, Meu cérebro começou piscar e dizer em letras fortes piscando "perigo!". Quando abrimos uma porta a cena que vimos foi extremamente aterrorizante e fora do que eu jamais poderia descrever em toda uma vida de vivências e aventuras nem tão radicais assim...

𝕳𝖔𝖚𝖘𝖊 𝖔𝖋 𝖙𝖍𝖊 𝕽𝖎𝖘𝖎𝖓𝖌 𝕾𝖚𝖓Where stories live. Discover now