Capítulo 41

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Sunshine narrando

Me deu um gelo na coluna ao ouvir aquilo.

- Você está bem? - Mariano me pegou pelo braço e me puxou pra mais perto dele.

- Não, tenho que ir embora daqui. Não estou com um pressentimento bom.

- Entendo, eu vou distrai-lo e você vai para o banheiro. De lá você vai embora. Fica calma!

- Tem um segurança comigo. - Olhei ao redor pra vê se encontrava Matias.

- Está bem. Eu vou logo em seguida - Mariano falou baixo no meu ouvido e Pablo chegou.

- Ora, ora, ora. Se não é a sumidinha da Sunshine. Bom te ver aqui.

- Olá, Pablo. - Falei e virei de costas para ele. - Com licença, eu vou ao banheiro.

- Espere! - Ele segurou meu braço e Mariano deu um passo para frente. Olhei pra Mariano e fiz com o rosto que estava tudo bem. - Parece até que está fugindo de mim...

- Me solta! - Arranquei a mão dele do meu braço. - Eu não estou fugindo de você, mas também não tenho nada para falar contigo. Já se esqueceu do que você fez? Eu devia te processar.

- Vai ser apenas mais um processo. Vá em frente. - Ele virou o copo de whisky todo e limpou a boca na manga do blazer. - Eu tenho que te explicar umas coisas, VOCÊ VAI ME OUVIR! - Ele alterou a voz.

- Ei, que grosseria é essa meu amigo? - Mariano o puxou pelo braço.

- Oi, nem te vi aí. Eu tenho umas coisas pra esclarecer com essa daí. - Ele apontou pra mim.

- Mas ela já falou que não quer conversar, não é indelicado obrigar as pessoas ao que elas não querem?

- Mas ela vai me ouvir, por bem ou por mal. E desde quando você a conhece? Está rolando alguma coisa aqui? - Ele apontou pra mim e pra Mariano.

- Deixa de ser ridículo! - Falei entre os dentes. - Eu nunca achei que você se tornaria isso aí que você se tornou.

- A culpa é sua!

- Minha? Agora a culpa é minha? Só porque eu consegui enxergar o meu valor e não sou mais dependente emocional de você? Eu só era um estepe pra você!  Só por que agora estou bem, sendo amada e feliz? Me poupe Pablo! Vai cuidar da sua noiva e me deixe em paz.

- Você vai escutar o que eu tenho a dizer. - Ele veio pra cima de mim e Mariano entrou na frente.

- Ou você deixa ela ir, ou eu vou ligar agora para o seu pai e explicar porque eu vou cancelar os investimentos. Vou fazer questão de avisar a todas as empresas que meu pai conhece que você gosta de assediar mulheres. Bem capaz de você levar seu pai a falência, daí não vai ter como pagar sua fiança.

- Você está me ameaçando? - Pablo de um tapa nos peitos de Mariano.

- Entenda como você quiser. E só continuar... - Ele fechou os olhos e respirou fundo. Mariano era bem mais forte que Pablo e bem mais alto também.

- Essa daí deve estar tendo um caso com você, pra você estar a defendendo assim. Sabia que aquele sem sal do Seo-joon estava mentindo, quando disse que ele era seu namorado.

- Eu não te devo satisfação da minha vida. Com licença Mariano. - Virei as costas e fui andando em direção ao banheiro. Procurei o segurança com os olhos e não achei.

Entrei no banheiro e pensei em ligar pra Seo-joon. Mas fiquei com medo de atrapalha-lo. Deixei uma mensagem dizendo que eu ia pra casa e que não achei o segurança. Falei o que Pablo fez e que Mariano me defendeu.
Decidi ligar pra Ramony e falar tudo com ela, ela ficou surpresa com tudo o que ouviu e falou que ia comunicar para seu pai.
Pedi pra ela avisar Seo-joon caso acontecesse alguma coisa comigo.

- Você tem como rastrear o celular de Pablo?

- Tenho sim, mas você acha que ele pode tentar fazer alguma coisa?

- Não sei amiga, mas eu não espero mais nada dele. Ele está diferente, está muito alterado. Eu estou com muito medo, ele estava falando com umas pessoas estranhas ultimamente. Ele falou que eu vou ter que ouvi-lo, por bem ou por mal.

- Fica calma, vou informar meu pai e ele vai pessoalmente buscá-lo. Quando chegar em casa me avisa.

- Tá bom, obrigada amiga. Caso aconteça algo,  avise Joon pra mim.

- Não vai acontecer nada, dirija com atenção. - Ramony desligou e eu saí do banheiro pra ir embora.

Eu nunca tremi tanto na minha vida, fui andando para o estacionamento em direção ao meu carro. O carro de Matias ainda estava lá. Mandei mensagem para o celular dele dizendo que eu estava o esperando no carro.
Logo ele respondeu que estava indo.

Ele veio andando na minha direção e eu fiquei mais aliviada. Atrás dele vinham mais dois homens que pareciam estar com ele. Um deles portava uma arma, quando eu vi minhas pernas enfraqueceram. Encostei no carro e tentei manter a calma. Veio um homem por trás de mim e colocou algo gelado nas minhas costas.

- Fica quietinha e entra no carro.

- O que está acontecendo? - Perguntei já em lágrimas.

- Falei pra ficar quietinha. Sem perguntas! - Parou um carro preto atrás de nós e me colocaram no carro junto com Matias. Aqueles que vieram junto com Matias, entrou um no meu carro e outro no dele.

Colocaram uma fita na minha boca e uma algema na minha mão. Logo após colocarem um capuz na minha cabeça. Parecia que eu sabia que isso ia acontecer, por que fui nesse evento?
Eu chorava mais por Matias, ele devia ter família. Eu pensava em Joon e em  tudo o que poderíamos ter vivido.
Depois de algum tempo, o celular do motorista tocou e ele atendeu dizendo que estava com o pacote. Devia ser um código para falar que estava conosco.
Após umas duas horas o carro parou.
Eles abriram a porta da van e me puxaram pelo braço.
Um deles segurou meu braço e foi me arrastando por um caminho.
Meu coração pulsava tão forte, que dava pra sentir as batidas no meu pescoço. Ouvi alguns gritos e barulhos como de soco.
Logo após ouvi alguém abrindo uma porta, parecia uma casa. Caminhei até chegar em um cômodo e me sentaram em uma cadeira. Tiraram a algema e colocaram minhas mãos para trás, colocaram um enforca gatos e apertaram. Senti meu pulso sendo arranhado.
Tiraram o capuz da minha cabeça, quando olhei para o lado, Matias estava sentado desacordado. Tinha muito sangue no rosto dele.

Eu tentei grita-lo, mas minha voz não saía, por causa da fita na minha boca.







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