Vermelho, fogo e calor.

Brasa, fogo e calor.

Eu sei, essa história deveria ter só dois capítulos, mas ela terá quatro. Tentei ao máximo reduzir mas decidi deixar esse como o penúltimo capítulo, com quase vinte mil palavras! Aproveitem, semana que vem finalizamos, felizmente (ou não :(. )

(...)

Conforto e paz eram duas sensações difíceis de encontrar. Alguns encontram paz em uma memória ou conforto em uma ação de autocuidado, cada um alcançaria aquelas sensações de alguma maneira única, para Harry, naquele início de tarde, o conforto e a paz tinham o cheiro de uma pessoa.

Enrolado no quase breu dentro do closet, o ômega sentia suas pálpebras tão pesadas, com aquela típica preguiça de quem está em um sono tão bom, que é praticamente um sofrimento pensa tem acordar por completo. Aquela sensação de quase despertar, que pesa o corpo e trás um relaxamento tão característico, já era boa por si só, mas sentir-se tão bem e preguiçoso envolvido no cheiro do seu alfa, ah, isso não tinha preço.

Existia uma ideia subconsciente que o ômega queria ignorar, esfregando as bochechas na tecelagem macia, sorvendo a mistura dos cheiros em seu ninho, Harry não queria acordar completamente, no momento que fizesse isso, precisaria encarar o que havia acontecido no dia anterior.

Após um sono de mais de doze horas, o ômega só queria continuar ali em sua toca, confortável, quentinho, abraçado pelo cheiro delicioso de um alfa, seguro, tão protegido. A pele nua contra a maciez dos tecidos criavam uma sensação tão boa e reconfortante em sua pele, apesar de sentir o fantasma das mãos de Louis sobre seu corpo, a memória muito vivida ainda em sua mente e corpo, gemendo de bruços, de esfregou nos lençóis fofos, lembrando de como as mãos do alfa acariciaram e apertaram seu corpo, como se ainda fosse dele.

Já fazia tanto tempo e Harry sentiu tanta falta, seu corpo sentia tanta falta do corpo de Louis. Quando se está a tanto tempo juntos, existe uma familiaridade nos toques e desejos, algo difícil de construir com qualquer outra pessoa, como se aquele relacionamento deixasse uma marca não só no coração, mas também na pele.

Após acordar, o ômega foi tomado pelas memórias. O alfa conhecia bem seu corpo, onde tocar, apertar e morder, quais seus pontos mais sensíveis e a força ideal para agarrar seus quadris, coxa e bunda, quando Louis se deitou em seu ninho, Harry quis tanto que algo mais acontecesse. Existiam tantos casais que caiam em uma necessidade de relembrar, quando se encontravam o passado era esquecido e só o prazer seria lembrado, mas com ele e Louis algo assim nunca aconteceu.

Apesar de sempre sentir aquela luxúria misturada com a raiva e a mágoa durante as primeiras semanas de término, os dois eram orgulhosos demais para ceder, mesmo que sua pele queimasse em desejo, Harry tinha medo de se apresentar ao alfa e ser negado por ele, imagine só a humilhação? Assim que se tornaram ex namorados, o ômega começou a duvidar sobre a força que tinha sobre o alfa, quem garante que Louis acabaria entre suas pernas em uma recaída, provavelmente o alfa rosnaria e iria embora, mantendo seu orgulho e aquela superioridade que casais separados precisam mostrar um ao outro.

Por isso nunca aconteceu, uma recaída também só traria mais dores, no início Harry estava convencido de que Louis não o queria, que estava enganando e fingindo um sentimento inexistente, um alfa que não quer um vínculo só pode indicar um alfa que não quer um ômega realmente, não quer a responsabilidade muito menos o relacionamento como um todo. Por isso mesmo que seu corpo clamasse por Louis nos primeiros momentos do término, o ômega não cedeu e se manteve firme em sua mágoa.

Obviamente com o tempo a raiva diminuiu e a racionalidade surgiu na equação, ele não deu direito de resposta a Louis e o alfa depois ficou com muita raiva para buscar o ômega e se explicar, mas o desejo não. O desejo nunca ia embora, ali em seu ninho, cercado pelo cheiro do alfa, Harry desejava que o tempo voltasse para que pudesse se apresentar ao alfa, duvidando que Louis resistiria ao ver suas pernas abertas e o cheiro picante e doce de sua entrada molhada.