Capítulo 8 : Another Victim

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Simone chegou em seu escritório um pouco mais cansada que o normal. Ela não havia dormido de noite, culpa de Eduardo e da maneira que ele arrumou para se desculpar com ela.

No fundo, Simone sabia que sexo não resolveria seus problemas conjugais. Que Eduardo estando com ela não a fazia feliz, que ele não era um bom, e muito menos um bom marido. Mas ela tentava mascarar todos os contras com o resquício de amor que ainda sentia pelo mesmo.

Os dois se conheceram quando Simone ainda era jovem, ela não teve relações antes dele, ele foi o único homem em sua vida. Eduardo era um ótimo namorado, a fazia se sentir bem, se sentir viva, e se sentir... Única. A partir do momento em que Simone descobriu a primeira traição ela decidiu ignorar, e dar outra oportunidade ao marido.

Péssima ideia.

Depois de descobrir outras, ela viu que não era única, não se sentia mais viva, e muito menos bem.

Começou então a se vingar do marido, seduzindo suas amantes e as fodendo da maneira mais prazerosa que ela conseguia. Era uma satisfação para ela ver que as mulheres ao menos ligavam para seu marido depois de uma noite com ela.

Simone se sentia bem no começo. Poderosa, até.

Ela conseguiu fazer com que diversas mulheres estivessem aos seus pés, implorando por uma noite.

Diferente do que ela pensava, o sexo com as amantes não fez com que ela se sentisse melhor, também não fez sua solidão diminuir. Ela sentia falta do amor do marido, do carinho.

Tentava manter o casamento vivo, mas estava se esgotando cada dia mais.

Eduardo não era o mesmo.

Ela não era a mesma.

Só tinha medo do que aconteceria com Melissa no decorrer dessa história. A filha não merecia estar no meio dos dois, ela não merece sofrer por um erro que não é sua culpa.

A detetive queria suportar pela filha. Ela não queria que a menina crescesse com pais separados, com pais brigados. Mas seria horrível para o psicológico da pequena se as coisas continuassem da maneira que estão.

— Bom dia, detetive — A secretária a saudou, recebendo apenas um aceno da chefe — Chegou essa correspondência da delegacia de homicídios — A ruiva lhe entregou a correspondência.

Simone suspirou, já imaginando o que era, ela leu o jornal local quando estava a caminho do trabalho, e viu que mais um homem havia sido morto.

A detetive sabia que aos poucos a assassina estava cavando sua própria cova, e se continuasse assim, não teria como defender a mulher, que é apenas vítima de um destino cruel, e de homens que vivem achando que tem poder sobre os corpos alheios.

— Obrigada — Ela respondeu, pegando a correspondência e indo até sua sala.

Colocou a cafeteira recém comprada que havia ali para preparar seu café e se sentou em sua cadeira, abrindo a correspondência do departamento de polícia.

Agora que a pausa para as festas de fim de ano finalmente acabaram, seus superiores voltaram a cobrar por uma resposta, por um culpado.

Ou uma culpada.

Ela não teve tempo de acabar com sua leitura, e foi interrompida pela porta sendo aberta mais uma vez. Soraya passou por ela com um sorriso nos lábios.

Ela havia dormido bem, em sua cabeça vários flashes do dia que teve ao lado de Simone e seus familiares.

Soraya nunca teve uma amiga. Ou melhor, ela teve uma amiga quando tinha dez anos. Seu nome era Taís .

A Detetive De Um Caso Perdido ( SIMORAYA ) Where stories live. Discover now