Capítulo 2: Sonhos Sombrios

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O pequeno compartimento de embarque na estação espacial Eridu se iluminou à medida que a nave de exploração atracava com um som suave. Ninurta e Nammu, exaustos da jornada na superfície de Nibiru, desceram da nave trazendo consigo o transmissor orgânico que encontraram. Seus trajes estavam sujos e marcados, testemunhos silenciosos de sua incursão no desconhecido.

A tripulação se reuniu na sala de comando principal da estação enquanto Ninurta e Nammu colocavam o objeto misterioso em uma mesa especialmente designada. Cada membro da tripulação se aproximou, observando a estrutura brilhante com expressões variadas de curiosidade, preocupação e intriga.

Inanna inclinou-se sobre a mesa, estudando os padrões pulsantes do objeto.

— Parece vivo de alguma forma. Uma tecnologia orgânica, talvez uma forma de comunicação avançada.

Dumuzi franziu o cenho.

— Isso é impossível. Como a tecnologia poderia ser viva?

Ninurta compartilhou sua análise.

— É como se estivesse conectado a algum tipo de rede neural. Quando o segurei, senti uma estranha sensação de conexão com algo maior.

Nammu assentiu.

— Eu também senti isso. Era como se estivesse compartilhando memórias antigas.

O Capitão Enki contemplou o objeto, suas sobrancelhas franzidas.

— Parece que este transmissor está ligado a algum tipo de inteligência. Talvez uma inteligência coletiva, uma consciência compartilhada.

A conversa continuou enquanto os membros da tripulação especulavam sobre o objeto. Teorias foram apresentadas e debatidas, mas cada uma parecia mais intrigante e menos conclusiva do que a anterior. A tensão crescia à medida que a discussão se desenrolava, sem chegar a um acordo.

— Isso é um avanço científico inédito, ou um portal para algo mais sombrio? — questionou Nammu, sua voz carregada de apreensão.

Dumuzi olhou para o transmissor com desconfiança.

— Poderia ser um instrumento de manipulação, uma ferramenta para invadir nossas mentes.

Ninurta passou a mão pelo queixo, pensativo.

— Ou talvez seja uma chave para algo maior. Uma forma de nos conectar com os eventos do passado, para entender o que aconteceu com os alienígenas que o criaram.

Inanna olhou para cada um deles, os olhos cheios de incerteza.

— Independentemente do que seja, temos que entender sua finalidade e seu impacto antes que seja tarde demais.

Depois de horas de análise e discussão acalorada, a tripulação se encontrava em um impasse. Eles olharam para o transmissor orgânico, uma peça que não se encaixava em nenhum entendimento prévio da tecnologia ou da realidade. O silêncio pesado da sala pairava, enquanto a tensão crescia. A dúvida sobre o que fazer a seguir permeava a atmosfera, lançando uma sombra sombria sobre a estação espacial Eridu.

***

Ninurta entrou no pequeno compartimento que servia como sua cabine pessoal na estação espacial Eridu. O brilho suave das luzes o envolveu enquanto ele se movia pela rotina noturna de preparação para deitar. O banho quente relaxou seus músculos tensos, enquanto o som suave do fluxo de água criava uma atmosfera de calma temporária.

Enquanto escovava os dentes, as imagens do acidente na superfície de Nibiru voltaram à sua mente, assombrando seus pensamentos. Ele revivia o momento em que Nammu havia caído, o som do grito dela ecoando em seus ouvidos.

Eridu: Conexões OníricasOnde histórias criam vida. Descubra agora