Embate

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Morrestes achando que amava.
Matastes pensando que era amor.
Dominado pelo egoísmo da paixão, nos fez ver que não
te conhecíamos como deveríamos e, por tua atitude,
demonstrou que não conhecias o amor”
William Shakespeare


Capítulo 14

O céu estrelado refletia o seu estado de humor. A expectativa de vê-la e entregar a peça que faltava para  completar o seu trabalho... mais que isso, o brasão de sua família, essa feliz coincidência atestava o quanto o destino, enfim, lhe sorria.
Seria a oportunidade de contar sobre sua vida, mesmo que ao fazê-lo omitisse que ele viveu cada fato narrado e não por seus antepassados.

A esperança era realmente algo doce, ele, que  havia perdido há muitos anos, não imaginava viver o sonho.

Seus passos ecoavam na rua de parca iluminação, e a cada um deles sentia como se sua alma resplandecesse de júbilo e contentamento, em breve estaria com a sua companheira, pronto para revelar aos poucos detalhes sobre si próprio. Após isso seria uma questão de tempo compartilhar  a verdade em sua totalidade.

Ao pensar nisso, o gosto amargo na boca, fez seu corpo contrair,  em seu âmago algo lhe dizia que não seria tão simples, porém não recuaria. Seu coração  há muito tempo adormecido voltou a cantar as badaladas do amor, esperançoso; não desistiria.

A uma quadra do hotel, Stefan sorriu admirando mais uma vez o céu, o celular vibrou em seu bolso, atendeu ainda com o sorriso nos lábios. - Será que um vampiro não pode ter um minuto de paz?

- Ora irmãozinho, se quer o descanso eterno  posso providenciar e ainda deixo que escolha o instrumento da sua morte, estaca, prata, fogo… e aí o que vai ser?

Gargalhou - Não seja má Scar, diga de uma vez o que quer. Estou a minutos da entrada do hotel.

- Ah, você foi ver minha irmãzinha!!!  Por que não disse antes, babaca! - riu - Tá explicado! Eu te procurei pela casa e não encontrei, ia te convidar para ir ao Dark Blond comigo.

- Péssima hora, hoje a noite é toda minha e da minha companheira. Amanhã quem sabe lhe acompanhe.

- Pois é, quem…. Espere por que não foi de carro ou simplesmente não se teletransportou? 

- Até pensei em dirigir, mas o céu estava muito bonito, viajei com a brisa, comecei a caminhar ainda a pouco.

- Bem, não o julgarei por trocar uma noite no clube por uma com Leah

Stefan ia retrucar,  quando ao dobrar a esquina, se deparou com dois homens colocando uma mulher desacordada na parte de trás de uma van.

"Leah" - Sua mente gritou em alarme.

- Stef, está me ouvindo?

- Stef?

A voz estridente de Scarlet o chamava.

- Scar, preciso ir.

- Mas o q? - desligou cortando os protestos da irmã.

O veículo cantou pneu e arrancou em alta velocidade. Desesperado, a alegria que sentia foi substituída por temor, deslocou-se, utilizando seus poderes. Correu para alcançar a van que avançava, desrespeitando todos os sinais de trânsito.

"Não posso perdê-la, não vou perdê-la! Matarei cada um deles, antes que a toquem" - a fúria dos seus pensamentos o instigava a continuar em movimento.

Por um momento pensou tê-los perdido, até avistar as lanternas  traseiras quando o motorista fez uma manobra arriscada e dobrou a esquina. Em um piscar de olhos ele alcançou as portas da van, sua fúria era tanta que as arrancou das dobradiças.

Névoa do TempoWhere stories live. Discover now