capítulo 4

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Pov's yeri

Eu já fiquei bêbada, mas acho que não a ponto de errar meu endereço e fazer o coitado do Uber parar em frente ao meu local de trabalho para só então lembrar de que precisava ir para casa e que não estava na hora de eu começar o expediente e pensar no prazo que estava esmurrando minha cabeça.

Assim que paro na frente de casa, peço desculpas com minha voz trôpega de quem bebeu muito mais do que deveria em um dia de semana e dou uma gorda gorjeta para o senhor atencioso que não se irritou com meu cheiro de cerveja e incapacidade de lembrar do meu próprio endereço. Aceno para o motorista como se ele fosse meu velho amigo e começo a rir de toda a comicidade da situação.

Tento encontrar as chaves do portão em minha bolsa enorme, mas não as localizo, então toco a campainha várias vezes para que a senhorita me atenda.

— s/n — berro, mesmo que seja uma hora da madrugada e ela com certeza esteja dormindo por ser muito certinha. — s/a, eu perdi a chave. Me deixa entrar!

Sento na calçada e chuto os sapatos para longe. Quem precisa entrar em casa para dormir? Essa calçada está tão confortável e tenho certeza de que é bem limpinha e minha bolsa serve de travesseiro. Os vizinhos são bem simpáticos, então nada de ruim poderia me acontecer...

— Que escândalo é esse, yerim? — Olho para cima e vejo s/n parada de braços cruzados ao meu lado. Está usando pijama xadrez e com os cabelos bagunçados. Com certeza estava dormindo.

— Eu não acho a chave — respondo dando de ombros.

—A chave está na sua mão  —retorqui de um jeito bem irritado.
Olho para a minha mão e percebo que ele tem razão.

— É verdade, menina!
Afirmo-me na grade e me ponho de pé, piscando para ela.

— Está bebendo em dia de semana agora? — pergunta de forma grosseira.

— Estou com problemas. Não conta para o Baekhyun.

— Seus sapatos. — Tento pegá-los, mas então acabo caindo de joelhos.

— Dói — digo olhando para S/n — Meus pobres joelhinhos.

Ela suspira de um jeito cansado e me ajuda a ficar em pé.

— Em que confusão se meteu, yerim? — Apoio-me no peito forte dela e olho para seu rosto, vendo sua pele lisinha e sentindo seu cheiro gostoso de perfume e de sabonete.

— Eu preciso transar— respondo encolhendo os ombros.

— O quê? — s/n me afasta do seu corpo e abaixa a cabeça para seus olhos castanhos ficarem na altura dos meus. — Quanto você bebeu?

— Muito — afirmo e me seguro melhor nela.—Preciso criar coragem de entrar no Tinder e achar um cara para transar comigo.

— Por quê?

— Estou escrevendo a coluna de amor e sexo e nunca transei. Sou virgem, s/n. Ei, vizinhos, eu nunca dei! — Ela se aproxima e tapa a minha boca com a sua mão.

— Está doida? — questiona e eu percebo que ela está com vergonha.

— É verdade — confirmo me livrando das mãos dela e quase caindo. — Eu sou virgem e agora tenho uma grande oportunidade, mas meu hímen idiota está me atrapalhando. — Sento no chão e abraço os joelhos e s/n senta ao meu lado, parecendo muito desconfortável.

— A culpa é do jeno — falo sentindo um nó se formar em minha garganta.

— Seu ex-namorado?

— Sim. Ele me deixou quebrada. Não tenho mais conserto, não confio mais em ninguém e isso é horrível. Preciso de alguém, mas não confio em ninguém também e não posso dizer isso para Rosé porque depois de toda aquela terapia, ela acha que eu superei.

A virgin in trouble(imagine yeri)Where stories live. Discover now