Capítulo três: Aquelas Cintas-Ligas
OS SALTOS DAS BOTAS DE GETO estalaram quando ele deu um passo para entrar na loja — era um loja de antiguidades. Com piso de mármore, mas aparentemente antigo, e era um pouco escorregadio. Provavelmente por causa da água que escoa pelas pequenas rachaduras que a chuva trouxe no início desta noite. Mas isso não foi realmente um problema para Geto, o problema foi a irritação que surgiu nele quando ele olhou para baixo e viu as marcas de lama que deixou no chão. Era muito evidente e não dá para apagar exatamente sem um usar um tapete — e não havia tapete em lugar nenhum.
Optando por ignorar sua irritação, ele vai mais para dentro, mantendo contato visual com o vendedor por cerca de dois segundos antes de parar em frente as prateleiras de vidro que exibiam relógios antigos — provavelmente aqueles que existiram desde os anos setenta ou início dos anos oitenta — então ele olha para um deles muito mais longo que os outros. O relógio velho e enferrujado chamou sua atenção e a manteve por mais um minuto. Ele pensa, fica melhor no meu pulso. E ele sabe que tem que roubá-lo, ele se sentirá vazio sem aquele relógio preso no pulso ou talvez guardado no bolso.
— Você gosta deste? — Perguntou o homem atrás das prateleiras de vidro, o dedo indicador apontando para o relógio que ele olhou alguns momentos atrás. O homem de cabelos compridos assentiu, respondendo sua pergunta sem precisar dizer uma palavra.
Geto não gosta muito de conversar com idosos, ele pensa neles como pessoas conservadoras que tem dificuldade em perceber que já estamos no século XXI e precisam aceitar que os tempos mudaram, e nem todo mundo faz mais essa merda então eles precisam superar isso. Conversar com pessoas velhas — conservadoras ou religiosas — cansa fisicamente ele, mas alguns, alguns, são pessoas muito adoráveis que merecem todo o amor e cuidado do mundo porque eles não falam merda e você vai adorá-los absolutamente por isso e ele sempre, sempre, deixava um beijo gentil em suas bochechas.
— É um relógio de um aristocrata espanhol — talvez um marquês? Foi feito por volta dos anos setenta. — Geto acena com a cabeça para tudo o que o velho diz, piscando os olhos para ele de vez em quando. Como isso chegou ao Japão? Geto pergunta para si mesmo, talvez tenha sido roubado. Ele zomba interiormente.
— Quer comprar? — O velho sugere.
— Não, não tenho dinheiro para isso.
O velho acenou com a cabeça e estava ocupado consertando um walkman, você imaginou que ele estaria distraído o suficiente para que seus longos membros encontrassem o caminho atrás da prateleira de vidro. Era pequeno e não demorava muito, então o cabeça verde-garrafa conseguiu pegar o relógio bem a tempo quando o velho virou a cabeça para olhar para ele e depois voltou a consertar o seu walkman.
— Eu vou indo agora. — Getou acenou com a mão como se não tivesse acabado de roubar um relógio que custava 10.820 ienes. Ele vai e dá um pequeno sorriso para o velho que apenas acenou com a cabeça — nem mesmo percebendo que tinha acabado de ser assaltado por um universitário que está na idade de vinte anos e que curso direito penal pensando que poderia se defender quando chegar a hora que ele é pego roubando alguma coisa. Ele poderia ser seu próprio advogado ou algo assim.
Ele se vira e caminha para a direita, voltando para a sua casa, mas alguém o impede no meio da caminho. Aquele 'alguém' sendo um homem de cabelos brancos (absolutamente lindo) que estava vestido com um colete azul que não estava abotoado para revelar a camisa branca que ele usava antes e calças pretas que abraçavam tanto as curvas de suas panturrilhas que Geto quase babou. Ele é seu novo colega de classe — Gojo Satoru. Em carne e osso.
Com um rosto intrigado, Geto levanta uma sombrancelha, — Gojo? — Ele murmura e depois acrescenta — Não sabia que estávamos no mesmo bairro.
Gojo ri do que disse, — Eu também não.
Então a cabeça branca olhou melhor para ele, afastando-se alguns pequenos passos antes de examinar o que Geto estava vestindo. E cara, o homem parecia tão bem. Maldito detalhe acrescentado, aquele que Gojo não consegue evitar de ficar um pouco excitado (e ficar com um semi-tesão ou algo assim. Ele não consegue se concentrar — oh, meu deus.)
— Essa cintas-ligas ficam bem em você. — Gojo sussurra, mas os ouvidos de Geto ouviram alto o suficiente para que as palavras não ficassem incoerentes ao saírem dos lábios saborosos de Gojo.
— Fico feliz em ouvir isso. — Ele ri.
— Deus, você está tão gostoso agora.— O outro está perdendo a compostura quanto mais olha para as coxas de Geto. Meu deus, essas coxas são grossas.
— Mhm, — Getou cantarola, então seus olhos se voltaram para o item nas mãos de Gojo. — O que é isso? — Não podemos continuar falando sobre o quão gostoso eu sou, isso eu já sei. Ele pensa consigo mesmo, querendo mudar de assunto e não deixar Gojo se envergonhar ainda mais.
— Hm? Isso?.. ah, é uma caixinha de musica pequena e fofa que comprei para o Itadori, ele é meu sobrinho."
Geto não confia nas palavras de Gojo, elas não parecem certas — bem, pelo menos uma palavra não parece certa, que mentiroso Gojo é. Mas não é como se ele pudesse dizer alguma coisa sobre ser um mentiroso, porque isso o tornaria um hipócrita e ele prefere não ser um. Quero dizer, ele roubou um relógio minutos atrás.
— Comprou? — Geto fez questão de colocar ênfase suficiente em suas palavras, enfatizando-as de forma clara o suficiente para que Gojo entendesse a mensagem oculta por trás delas. Que foi; acho que você nunca pode trazer algo para casa sem roubar, cara.
— Sim.
"Qual você roubou, o dinheiro ou a caixa de música?"
Gojo não responde por alguns segundos. Pensando se deveria contar uma mentirinha inocente mais uma vez ou apenas contar a verdade a um colega ladrão.
No final, ele escolheu o último.
— A caixa de música.— Gojo respondeu com indiferença, fazendo Geto rir.
Estava começando a ficar estranho agora, com os dois parados ali e de frente um para o outro — sem saber o que dizer. Bem, exceto Gojo, cuja mente estava girando com pensamentos sobre as cintas-ligas de Geto e como elas são sexy e como suas calças estão ficando cada vez mais apertadas.
— Bem... Vejo você por aí, seu bastardo. — Geto quebra o silencio da mesma forma que ele quebra as costas de sua conexão como um bastão luminoso.
Gojo cantarola e os dois se separam, mas o homem de cabelos brancos se virou por um segundo para ele dizer:
— Seja lá o que for, essas cintas-ligas ficam bem em você.
Geto apenas deu uma risada,
— Ah, eu sei, Gojo. Eu sei.
(NA) terceiro capítulo re-revisado.
Pensando em traduzir uma fanfic do Choso, não sei se seria bom.
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𝗔𝗥𝗧 𝗢𝗙 𝗛𝗘𝗜𝗦𝗧𝗦
Fanfiction"Então, como 𝘃𝗼𝗰𝗲̂ 𝗺𝗲 𝗾𝘂𝗲𝗿?" Onde Gojo e Geto competem para ver quem aprimorou mais a arte de roubar. Apenas para esquecerem disso a longo prazo e acabarem ansiando um pelo outro. |©Gege akutami, jjk |©Aogiiri, plotli...