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SCARLETT

Em dado momento da festa, notei que Vinnie estava demorando demais a terminar sua conversa com a Savannah, então resolvi me aproximar. Quando ele me viu, abriu um sorriso e esticou o braço na minha direção, segurando a minha mão. Os olhos da mulher foram direto para nossas mãos unidas e ela não pareceu gostar tanto assim da cena.

— Savannah, eu quero que conheça a minha esposa. Essa é a Scarlett. — ele me apresentou.

— Oi, é um prazer conhecê-la. — estendi minha mão para ela.

— O prazer é meu. — abriu um sorriso forçado e apertou a minha mão com uma firmeza duvidosa. — E há quanto tempo estão casados?

— Pouco mais de três meses. — respondi.

— Então é bem recente. Meus parabéns. — ela disse olhando apenas para ele.

— Obrigado. Scarlett é minha maior inspiração. É a paisagem que eu mais amo pintar. — olhou para mim.

Não evitei de soltar um suspiro involuntário e sorrir feito boba para ele.

— Excelente... — Savannah disse. — E então, estávamos falando sobre o seu estilo.

Eles começaram a falar sobre arte e todas as coisas que envolviam pintura. Eu não entendia nada daqueles termos e me senti sobrando na conversa. Pelo menos agora ela não podia mais se aproximar dele propositalmente já que Vinnie me mantinha na frente de seu corpo, com seu braço em volta da minha cintura.

Achando a conversa toda entediante, eu cansei de me sentir uma figurante e pedi licença, saindo de perto deles, mas não sem antes beijar o Vinnie de um jeito apaixonado. Eu precisava mostrar que tínhamos uma conexão forte e que aquela vaca poderia parar de olhar para o meu marido como se ele fosse um pedaço de carne.

Peguei mais uma taça de champanhe e sentei no sofá sozinha. Cumprimentei algumas pessoas que passavam, mas só. O que eu queria mesmo era ir embora.

— Senhora Thompson. — fui chamada.

Olhei para cima e dei de cara com Thomas.

— Não me chame assim. — cerrei os olhos para ele.

— Desculpe. — riu. — É aquela educação formal de sempre. Difícil fugir de alguns hábitos.

— É. — assenti concordando.

— Então... — sentou ao meu lado. — Por que tão sozinha nesta festa extremamente divertida e cheia de pessoas que não parecem estátuas de cera? — foi irônico.

— Eu não estou sozinha. Vinnie está aqui.

— Ele parece bem focado na conversa com Savannah Wilson. — desviou o olhar para eles.

— Você a conhece?

— É Springdale. Todo mundo se conhece. É só questão de tempo até que você saia de casa em uma manhã tendo que dar bom dia a umas cinquenta pessoas.

— Que saco. — bufei. — Quer dizer, eu sou uma pessoa legal, mas...

Me interrompeu.

— Não precisa se explicar. Às vezes eu também só queria entrar em um buraco e não falar ou ver ninguém por um dia inteiro.

Sorri fraco para ele.

— Acho que você é uma das poucas pessoas aqui que não parecem estar fingindo ser alguma coisa. — eu disse.

— Digo o mesmo sobre você.

Ah, garoto, se você soubesse...

— Que tal ir lá fora? O céu está tão limpo esta noite. Eu adoro ver as estrelas. — sugeriu.

Reaper ᵛᶦⁿⁿᶦᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳWhere stories live. Discover now