prólogo

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De um lado, temos Adrien Agreste:

Um modelo renomado, carregando com si, simplesmente, o sobrenome mais importante no ramo da moda. Com quase dez anos de carreira, o rapaz é conhecido praticamente pelo mundo todo, tendo seu rosto estampado nas mais famosas revistas desde seu nascimento.

E, de outro, temos Marinette Dupain Cheng:

A jovem mestiça que conquistou o coração de todos com sua beleza particular; não é qualquer um que, em plena Paris, nasce com os cabelos azulados. Como se não bastasse, sua ousadia atrai a atenção de todos em sua volta, entrevistas vistas e ouvidas até pelos não interessados no assunto, apenas por sua forma de falar e tamanha beleza.

E então, eu te pergunto: por que não juntar os dois?

Ultimamente, o rosto da jovem modelo estava em todos os lugares — literalmente, todos os lugares. Revistas, propagandas, jornais, na televisão. E Gabriel Agreste, chefe da maior empresa de moda e responsável pelos maiores desfiles, não gosta nada de ver a carreira de seu filho em ameaça, pela jovem. Obviamente não admite; é conhecido por sua frieza e orgulho, afinal.

Mas nas sombras, planeja meticulosamente algo para unir os dois. Apenas uma sessão de fotos e uma capa de revista seriam o bastante. Eles não seriam concorrentes, já que estariam juntos.

Era inicio de tarde em Paris, e havia paparazzis por toda a parte. Câmeras, gritos, flashes em todo lugar. Gabriel Agreste, o maior fenômeno da moda, estava andando — desacompanhado — pelas ruas, casualmente. Acontece que ele iria propor a parceria à Marinette pessoalmente.

Unir-se à ameaça é um ato de desespero, admite. Mas o que mais poderia fazer? Os olhos do povo não podem sair de seu primogênito. Havia perdido demais para este chegar onde está, hoje.

As portas da sala de Marinette são abertas, e Gabriel adentra o local. Não passou desapercebido o choque momentâneo da mestiça. Afinal, de todas as pessoas no mundo, ele era a última que ela esperava ver passando
por suas portas.

— Boa tarde, Senhor Agreste. A que devo sua repentina visita? — a mestiça se levanta, estendendo uma mão para cumprimentá-lo.

— Repentina? — aperta sua mão, com firmeza.

— Ora, confesso que não esperava ver o Senhor pessoalmente, em minha sala. Sente-se, por favor. — após ambos se sentarem, Gabriel começa:

— Gostaria de lhe propor algo. — o rosto de Marinette queimava de empolgação. — Você conhece meu filho, Adrien Agreste.

— Quem não conhece, afinal. — comenta, com um sorriso singelo nos lábios.

— Andei pensando — ele se ajeita na cadeira. — Em fazer uma parceria entre vocês dois. Por que não, afinal, juntar ambas imagens mais conhecidas quando se trata de moda? Se você concordar, claro. Penso que será ótimo. — Marinette sorri, animada. Deixa escapar uma risada fraca, enquanto Gabriel obtia uma reação confusa.

— Mas é claro, senhor. Acho que você tem razão. Será, sim, uma ótima ideia.

— Excelente. — sua feição não muda. — Bom, amanhã teremos uma reunião com toda a equipe envolvida. Começará às nove da manhã, no prédio da minha empresa. Todos os dados serão enviados para você, pelo meu agente. — ele se levanta, e, por sua vez, estende a mão. — Não se arrependerá, senhorita Dupain Cheng.

— Espero que não, senhor Agreste. Espero que não. — aperta sua mão, e se levanta. — Estarei lá. — caminha até a porta, abrindo.

— Uma boa tarde para você. — abaixa levemente a cabeça se retira.

Marinette fecha a porta, e fica estática por um instante.

O que havia acabado de acontecer?

O acompanhou sair do prédio pela sua janela. Flashes e mais flashes o seguia, jornalistas com microfones, paparazzis.

Não conseguia acreditar. Elevar sua fama apenas por ficar ao lado de um rosto bonito? E não, não via sua carreira sendo ameaçada, de forma alguma. Também era conhecida por sua segurança e "indiferença". Buscava sempre apresentar opiniões neutras, mas sempre se vangloriar, não de forma soberba, mas sim de puro reconhecimento de quem é.

Quando a notícia de tal parceria saiu nos jornais, o mundo parou; não sabiam que precisavam disso, até acontecer. Não importava o público alvo, todos pararam para ver os dois. Daí, sairia uma explosão.

Adrien estava receoso, tem de admitir. Ainda mais com seu pai o pressionando por trás de tudo.

Já Marinette mal podia esperar.

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