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Marinette passou a noite em claro revirando seus projetos e planejamentos. Aquela parceria não poderia ter surgido em melhor hora.

Estava perdendo seu brilho, aos poucos. Mas ninguém sabia. Negava ao máximo até a mesma não saber, também. Mas era inevitável. É impossível manter anos e anos com o mesmo altíssimo nível de fama — ou apenas achava que era.

Mas antes disso, dividiu uma garrafa de vinho, em comemoração, com sua melhor amiga. Que por pura coincidência, também, é jornalista. Alya Cesáire fora o motivo da alavanca de seu sucesso, no início. Afinal, quem mais toparia colocar uma estranha numa revista?

Acabou que ambas tiveram uma tremenda sorte. Juntando seus talentos, a coisa funcionou. Não pôde conter tamanha animação ao saber da notícia, era como se fosse impossível os dois maiores representantes da moda se conhecerem. Pois bem, acabou que vão se unir para benefício próprio de cada um. Que funcione, ao menos. 

Era oito da manhã, então saiu de casa. Câmeras e olhares a seguindo por toda parte; não podia evitar, amava ser o centro das atenções.

Entra no carro e dirige até a enorme estrutura dos Agreste. Passa pelas enormes e luxuosas portas de entrada, e recebe as instruções de como chegar à sala de Gabriel.

Fazia frio, então ela adentra a sala com uma jaqueta de couro, blusa de gola alta vinho, conturno e uma calça flare. Céus, só ela para fazer um conjunto de roupas tão simples se tornar algo excepcional.

Todos a aguardavam. Acabou que, com sua fama, a pontualidade foi deixada para trás.

Senta-se no único lugar vago; em frente à Adrien, ao lado de Gabriel Agreste, que estava na ponta da mesa, por ser o chefe.

— Vejo que chegou. Excelente. — era notável a impaciência na voz do homem. Havia chegado atrasada, mas nada insuperável.

— Então, podemos iniciar a reunião? — pergunta, ingenuamente.

Alguns da área do marketing se introduziram, assim como introduziram o assunto; o que era necessário fazer ao iniciar esse novo ciclo, como influenciaria a empresa, e por aí vai. Marinette já ficou com um receio, ao saber que tudo se voltava à empresa Agreste. E seu lucro próprio?

— E você sequer sabe o que está fazendo, Dupain Cheng? — foi a pergunta que recebeu, ao questionar seus benefícios. Não esperava tamanha ousadia, ao seu ver.

— Perdão? — pergunta, incrédula. Aparentemente, Gabriel guardava rancor da mestiça anteriormente, para indagar dessa maneira de forma tão repentina. — Sei sim, Senhor Agreste. Caso contrário não estaria onde estou, estaria?

A sala ficou em silêncio. Um empresário começou a distribuir pastas finas para todos na mesa, obtendo porcentagens do público alvo de cada possível revista que apareceriam.

— Haverá uma sessão de fotos hoje à tarde. Motoristas o levarão ao local, não tão longe daqui. Todos de acordo?

Apenas silêncio, na sala. Levou isso como um "sim".

— Após isso, ocorrerá uma segunda reunião. Reuniremos as melhores fotos e selecioná-las para a revista.

— Posso fazer uma sugestão? — seu filho, Adrien, pergunta. Toda a atenção vai para ele.

— Por favor. — Gabriel estende a mão com a palma para cima, em sua direção, como uma permissão para continuar. Adrien acinte e retorna a falar.

— Por que não fazemos uma entrevista? Para nos conhecermos melhor?

— É de se questionar, sim. Guardaremos essa sugestão. — Adrien sorri, orgulhoso.

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