12.2 - Baby

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A luz do sol refletia entre os galhos do carvalho, conforme suas folhas se moviam ao ritmo do vento

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A luz do sol refletia entre os galhos do carvalho, conforme suas folhas se moviam ao ritmo do vento. Onde Dean se encontrava abaixo de sua sombra, encarando atentamente uma lápide em silêncio. Relembrando inúmeros momentos que vinham a tona como flashbacks, perdidos no tempo através de um tempestuoso mar de memórias.

— Sei que você gostaria que eu seguisse em frente, mas aquelas memórias nunca saíram da minha cabeça. — Adentrando as mãos nos bolsos da jaqueta, ele murmurou com um profundo suspiro. — O vidro estilhaçado, o cheiro da borracha queimada, e o som abafado das sirenes ainda me assombram quando fecho os olhos. — Ele continuou, sentindo as lágrimas brotarem nos cantos dos olhos. — Era para ter sido eu, não você.

As folhas eram levadas ao redor daquele mármore, cujo empoeirado havia cravado "Aqui jaz, Robert Singer" em letras douradas no seu topo. Marcado por uma antiga foto em preto e branco, que estampava seu rosto sério no centro de uma moldura.

— Eu sei que você tentou me impedir, entrando no carro comigo. Eu deveria ter te ouvido, eu juro... mas eu estava com tanta raiva, que perdi o controle no desespero de fugir de lá. — Engoliu em seco, conforme suas palavras saiam arduamente. — Quando acordei, estava naquela maca rodeado de enfermeiros, sendo carregado até o hospital com hemorragia interna. — Tomou fôlego, tentando encontrar forças para continuar. — Nunca havia sentido tanta dor física na minha vida... — Sua voz soou trêmula, conforme revivia as lembranças dolorosas. — Mas aí, veio a pior dor que eu poderia sentir. A de receber a notícia de que você não havia resistido, e que nunca mais voltaria para casa.

De olhos fechados mais uma vez, ele conseguia ouvir o os sons de desespero daquela noite. Traçados entre as curtas cenas de depois do impacto, que refletiam sua imagem feito inúmeros fragmentos de um espelho quebrado.

— Sei que agora você diria: "O que está fazendo aqui, idiota? Vá seguir seu rumo!" Mas eu não sei mais qual é o meu rumo desde então... — Ele então cobriu os lábios, se perdendo nas lágrimas de angústia que molhavam seu rosto. — Você foi o mais perto de um pai que eu tive, e eu te perdi, por minha causa.

— Dean...? — Uma voz familiar então soou logo atrás, levando todas as suas estruturas a se abalarem.

O toque em seu braço fez com que ele se virasse de uma vez, se deparando com aqueles olhos de anil preocupados em sua direção. Sendo o suficiente para que em um momento de impulso, tentasse encontrar consolo em seus braços. O apertando fortemente ao deitar a cabeça sobre seu ombro, conforme as lágrimas molhavam perdidamente aquele sobretudo.

— Calma... vai ficar tudo bem. — Cas murmurou ao ouvi-lo chorar próximo ao seu ouvido, tentando o confortar carinhosamente com o toque de suas mãos. — Calma...

O moreno podia sentir sua angústia através do toque, conforme um nó o apertava na garganta por vê-lo naquele estado. Imaginando o que poderia fazer para acalentar seu pobre coração, que naquele instante pulsava intensamente dentro do peito.

Maroon - DestielWhere stories live. Discover now