Eu tinha apenas doze anos quando me apaixonei pela primeira vez. Amava a forma como meu coração acelerava cada vez que o via, cada vez que ele sorria para mim. A sensação nervosa de tolerados acelerados, borboletas no estômago e pernas bambas era a...
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Algumas semanas haviam se passado, e finalmente, depois da conversa que tive com Haniel, decidi que iria parar de mentir para o meu coração, aceitar de uma vez por todas que eu o amava e que finalmente o tinha ao meu lado. É até estranho pensar nisso, refletir sobre o fato de que, após tudo o que passamos, estou finalmente com a pessoa que foi o meu primeiro amor. Olho-me mais uma vez no espelho e sorrio. Hoje, sairemos juntos em público pela primeira vez, e sei que todos irão comentar sobre nós. Sabemos muito bem como é viver numa cidade pequena! Mesmo que já tenha se passado anos desde que tudo aconteceu, ainda existem aqueles que adoram espalhar fofocas sensacionalistas que resistem ao tempo.
Pego minha bolsa, que está sobre a cama, saio do quarto, desço as escadas e caminho em direção à saída da casa.
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Estou sentada em um restaurante elegante, com luzes suaves e uma música envolvente ao fundo. Haniel está à minha frente, com um sorriso gentil e um olhar que me faz sentir tão especial. O ambiente é acolhedor, com velas sobre a mesa e flores frescas ao nosso redor. A comida é deliciosa, e sinto o aroma das especiarias em cada prato. Haniel é um cavalheiro, ajudando-me a escolher os pratos e servindo-me com muita gentileza. Conversamos sobre nossos sonhos, paixões e histórias. A loja em que trabalhamos parece ter se tornado um lugar especial para ele. Haniel compartilha comigo sobre sua infância no interior e como sempre sonhou em ser um artista.
— Meu sonho era ser cantor, e seu pai apoiou essa ideia maluca. Lembro-me de ter viajado com ele uma vez para uma cidadezinha próxima, onde eu faria um show. No entanto, no final, acabei sendo enganado, e tivemos que ligar para sua tia para nos buscar sem que nossos pais soubessem.
— Então vocês aprontaram bastante!
— Quando ele conheceu sua mãe, disse estar indo para uma entrevista de emprego e passou o dia todo com ela. Eu, como bom e leal escudeiro, confirmei o que ele havia dito. Éramos tão jovens... bons tempos — sorrio.
Enquanto conversamos, percebo que Haniel me ouve com atenção e genuíno interesse. Sinto-me tão à vontade com ele, como se pudesse contar tudo o que quisesse, sem medo, algo que me assombrava todos esses anos. O garçom se aproxima e serve o próximo prato, um risoto de cogumelos com trufas. O sabor é divino, mas meus pensamentos estão todos voltados para Haniel. Ele é tão gentil, atencioso e especial.
