Missing - Jikook

Twenty Four

Sábado, 27 de outubro de 2012
Algum momento no meio da madrugada.

— Jimin.

Estou me sentindo tão pesado. 

Tudo está tão pesado. 

Não gosto dessa sensação. 

Não tem nada físico em cima do meu peito, mas sinto uma pressão diferente que nunca senti antes. 

E uma tristeza. 

Uma tristeza avassaladora está me consumindo, e não faço ideia do motivo. 

Meus ombros tremem e ouço soluços vindo de algum lugar do quarto. 

Quem está chorando?

Sou eu que estou chorando? 

— Jimin, acorde.

Sinto seu braço ao meu redor. 

Ele está pressionando a bochecha na minha e está atrás de mim, apertando firme meu peito. 

Seguro seu pulso e afasto seu braço de cima de mim. 

Eu me sento na cama e dou uma olhada ao redor. 

Lá fora está escuro. 

Não entendo. 

Estou chorando.

Ele se senta ao meu lado e me vira para ele, passando os dedos pelos meus olhos.

— Você está me assustando, lindo. — Ele está olhando para mim, preocupado.

Aperto os olhos e tento recuperar o controle, pois não faço ideia do que está acontecendo e não consigo respirar. 

Consigo me escutar chorando, mas não sou capaz de inspirar por causa disso.

Olho para o relógio na cabeceira, que marca três horas da manhã. 

As coisas começam a ganhar foco, mas… por que estou chorando?

— Por que está chorando? — pergunta JungKook. 

Ele me puxa para perto, e eu o deixo fazer isso. 

Eu me sinto seguro com ele. 

Eu me sinto em casa quando estamos abraçados. 

Ele me abraça e massageia minhas costas, beijando a minha têmpora de vez em quando. 

Fica repetindo o tempo inteiro: 

— Não se preocupe. — E me abraça pelo que parece uma eternidade.

Aos poucos, o peso vai saindo do meu peito, a tristeza se dissipa, e, após um tempo, não estou mais chorando.

Porém, estou assustado, pois é a primeira vez que algo assim acontece comigo.

Nunca na minha vida senti uma tristeza tão insuportável, então como é que consegui sentir isso de forma tão real num sonho?

— Você está bem? — sussurra ele. Faço que sim apoiado em seu peito. — O que aconteceu?

Balanço a cabeça.

— Não sei. Acho que tive um pesadelo. 

— Quer conversar sobre isso? — Ele acaricia meu cabelo com as mãos.

Nego com um gesto.

— Não. Não quero lembrar. 

Ele me abraça por um bom tempo e beija minha testa.

— Não quero deixá-lo sozinho, mas preciso ir embora. Não quero criar problemas para você.

Concordo com a cabeça, mas não o solto. 

Sinto vontade de implorar para ele não me deixar sozinho, mas não quero parecer desesperado e apavorado. 

As pessoas têm pesadelos o tempo inteiro; não sei por que estou reagindo assim.

— Volte a dormir, Jimin. Está tudo bem, foi só um pesadelo.

Eu me deito novamente e fecho os olhos. 

Sinto seus lábios tocarem minha testa, e depois ele vai embora.