Lembro muito bem do dia que o Cinco desapareceu. Foi um dia marcante, mais pra mim do que prós outros.
~ Passado ~
Com o sino, a nossa mãe nos chamou. Sem demoras, todos foram para a cozinha. Ficamos em pé, atrás da cadeira em que sempre sentamos, apenas esperando o nosso pai chegar.
— sentem! – nosso pai manda assim que chega na cozinha e fica ao lado de sua cadeira.
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Obedecemos.
Todos "comendo". Luther e Alisson se olhando apaixonados como sempre, Klaus enrolando seu baseado, Diego riscando a cadeira com sua faca, Cinco encarando nosso pai, Ben lendo seu livro e Vanya comendo normalmente e educadamente. Ja eu, estava fazendo que os talheres dançassem em cima da mesa, apenas na parte onde eu estava. Com a outra mão, eu fazia alguns gelos em formato de ursos fofos em miniatura, colocando na minha bebida.
Eu me sento no final da mesa. Nosso pai tinha seus preferidos. Ele me colocou lá porque eu tenho 3 poderes fortes e consigo controla-los desde cedo. Eu era o seu... "Orgulho" sobre controlar os poderes, mas também, sua decepção em comportamento.
Tiro minha atenção dos talheres dançantes e gelos em formatos fofos assim que Cinco cravou sua faca na mesa. Eu parei de usar meus poderes e deixei o garfo e a faca de lado junto com a bebida. Apenas para prestar atenção no que tava acontecendo.
— número Cinco? – pai.
— eu tenho uma pergunta. – Cinco.
— a busca pelo conhecimento é algo admirável, mas conhece as regras; nada de falar durante as refeições. Está interrompendo Herr Carlson. – pai.
— eu quero viajar no tempo. – Cinco.
— não! – Papai o responde.
— mas eu to pronto. Eu to praticando meus saltos espaciais como você pediu. – ele se teleporta pro lado do papai. — viu? – Cinco.
— um salto espacial não é nada se comparando aos mistérios da viagem no tempo. O mundo é como deslizar no gelo, o outro é como descer as cegas para as profundezas da água congelante e reaparecer como noz. – pai.
— não... Não entendi. – Cinco.
— e é por isso que não está pronto. – pai.
Cinco respira fundo. Ele não ia desistir daquilo nem tão cedo, pelo jeito.
— eu não to com medo. – Cinco.
— o medo não é o problema, os efeitos sobre o seu corpo e sua mente são imprevisíveis. Chega! Eu proíbo de continuar falando sobre isso. – pai.
Cinco o encarava com raiva, então logo se virou, dando as costas pro nosso pai e saindo da cozinha.
— número Cinco! Você não pediu licença! Volte aqui agora! – pai.
