sunshine protecter

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Oi galerinha, tudo bem com vocês?
Eu pensei em escrever essa breve história porque vi uma arte dos dois juntinhos e achei muito legal a dinâmica do Amapá com o Tocantins.  De antemão aviso que não sou do norte do país e peço desculpas caso tenha algum erro! Espero que gostem.

🌦



O rapaz moreno estava cabisbaixo, sentado no banco e com o nariz e os punhos sangrando. A camisa verde sem mangas com a escrita " Brasil" no peito estava com uma marca de sangue enquanto ele ouvia um treinador reclamar.
Antônio,  o representante brasileiro do estado do Amapá era o mais veloz de todos os atletas daquela competição. Mas o seu temperamento estourado e um tanto agressivo o impedia de progredir.

— Eu te avisei! Eu lhe avisei que se você se metesse em briga de novo, não ia dar pra competir. E tu foi e fez oque? Brigou com os gringos!

Pedro, o paraense e treinador de Antônio falava com o rapaz que permaneceu calado. Só estavam os dois no vestiário até que a presença de Tomás, o Tocantinense chegar com uma bolsa de gelo em mãos. O garoto tinha parcialmente a mesma idade de Antônio,  ambos na faixa dos 18 anos. Mas tinham personalidades totalmente opostas, enquanto Antônio era um dia de chuva com raios e trovões, Tato era um raio de sol em uma primavera floral. Mas, sendo amigos de infância, nunca se desgrudaram. Era uma mistura louca  de sol e  chuva que no final dava certo e surgia um belo arco-íris.

— Aqui Toni, coloca na sua mão... — Tato disse enquanto se abaixava para colocar o gelo em ambos os pulsos de Antônio.  Enquanto isso o paraense Pedro ,continua a esbravejar com as mãos na cintura.

— O pau te acha Antônio! Você não tome jeito pra ver. Daqui a pouco vamos ter que capar o gato e ir embora pra casa. Tédoidé?Caçar briga com 3! — Continuou Pará.

— Não briga com ele assim Pedro. Dessa vez não foi culpa dele. — Tato interviu, ainda abaixado, olhou para cima com um olhar penoso  e fez uma pausa antes de continuar – Foi... culpa minha.

— Tato não. — Amapá o cortou.

— Mas... você não pode.

— Posso sim! — Antonio continuou a afirmação, com semblante serio e irredutivel. — Égua, quer brigar comigo Pará? Pois brigue. Eu ainda batia neles de novo se fosse preciso visse?

— Égua! Rapaz você não sabe da tua situação  não é? Poderia ser eliminado e levado o Brasil contigo. — Pará se exaltou com o rapaz que agora segurava o gelo. Tato entrou em desespero e levantou indo até o grandão.

— Para!  Por favor, te aquita, não coloca a culpa nele, tu não sabe oque aconteceu.— A voz do mais novo saiu baixa, talvez baixa de mais oque fez com que o paraense ficasse preocupado. Amapá automaticamente foi até o amigo o segurando pelos ombros, igualmente preocupado com o pequeno Tocantins que tinha os olhos cheios de água.

— Tato não! Você não precisa se explicar se não quiser. Eu bati porque eu quis.

— Mas, mas eu quero, eu quero explicar... — O de olhos cor de mel olhou para tras onde amapa estava como se disesse " esta tudo bem" com um meio sorriso. — Olha Pedro, eu estava lá na torcida como sempre gritando para o Amapá. Só que aí alguns caras meio bêbados que estavam na torcida também começaram a... começaram a zuar o meu jeitinho... — Sua fala ficou implícita e já foi o suficientes para Pedro entender.

— Oh meu Deus eu... eu não sabia. — O paraense se sentiu envergonhado por ter brigado com Antônio minutos antes sobre a briga. Olhou para os dois garotos e quis colocalos em um abraço fraternal.

— Agora está tudo bem, o Toni viu eles me ofendendo e me defendeu.

— Tato, meu Deus! Eu não  fazia ideia! EGUA POIS VOU LA QUEBRAR A CARA DAQUELE FI D'UMA EGUA,  DESGRAÇADO... — E esbravejou indo em direção à porta. Novamente Tocantins o segurou pelo braço entrando em desespero.

— Não! Não,  chega de brigas!— Era tão ruim ver o tão alegre e sorridente Tocantins com aquele semblante triste, os olhos marejados e duvidando de si mesmo. — O Amapá já resolveu e também,  a culpa é minha por ser assim tão...

— Hey, hey, olha aqui pra mim. — Dessa vez foi Antonio quem  chamou por Tato. Pousou ambas as maos nas bochechas gordinhas e sentiu a lagrima  que ele tanto reprimou, molhar-lhe o dedo. — Não tem NADA de errado com você tá me ouvindo? Absolutamente nada. Você é o cara mais lindo e doce que eu conheço e nenhum imbecil vai tirar essa sua luz irritante de você. Tá bem?

Já sem conseguir segurar as lágrimas que lhe cortavam o rosto, Tocantins balançou a cabeça em sinal de positivo e se enfiou no pescoço de Amapá. Era um abraço de refúgio.  Mesmo relutante e odiando contato físico, o moreno esquentadinho retribuiu o afeto sabendo que aquele momento não era sobre ele e sim sobre Tato. Os dois ficaram ali naquele abraço choroso até que todos os sentimentos ruins fossem postos para fora. Pará que só observava de longe, decidiu sair do vestiário para atender uma ligação do Brasil e deixar os meninos a sós.

— Me acha lindo mesmo é? — Tocantins quebrou o silêncio fazendo com que Amapá soltasse um grunhido raivoso.

— This, eu só falei isso pra você parar de chorar — Ele revirou os olhos— Já está calmo né? Pode soltar agora?

Mesmo relutante, o tocantinense se afastou do abraço que tanto gostava e ficou com as mãos para tras. De um lado, Tocantins demonstrava afeição distribuído abraços, beijos e muitos toques sutis. Pelo outro, Amapá detestava ser tocado, incomodado, chamado.  Mas, permitia em pequenos momentos como aquele que Tocantins o tocasse, simplesmente porque era ele.

— Já que você já foi eliminado mesmo, que tal a gente sair mais tarde? Antes da Zoninha chegar...

— VOCÊ LIGOU PARA A AMAZONAS?

— Eu liguei pra todo mundo! Você estava todo arrebentado, inclusive Luciano disse que ia trazer coisas para por nas suas mãos.

— Tato... arreda de minha frente antes que eu jogue esse gelo em você!

meu querido raio de sol Where stories live. Discover now