Capítulo 30

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O poder do perdoar fará o Sol voltar a nascer

jade's point of view

Era de madrugada, e Barreto ainda estava aqui em casa. Estávamos deitados na minha cama, assistindo a um filme que escolhemos juntos. O clima era aconchegante, com a única iluminação vindo da tela da TV. O filme nos prendeu a atenção, e ocasionalmente, trocávamos algumas palavras sobre a história.

"Ele consegue resolver o bagulho ai sozinho?" perguntei, me aconchegando mais na cama.

Barreto sorriu, seus olhos fixos na tela. "Acho que sim, ele é um daqueles caras foda pra caralho que nunca desiste, tá ligado."

Nós continuamos assistindo, imersos na trama, até que um barulho alto na sala nos fez pular dos assentos. Olhamos um para o outro, com as sobrancelhas franzidas em confusão.

"Que merda foi essa?" Barreto sussurrou, seu olhar indo em direção à porta.

Juntos, nos levantamos da cama, saímos do quarto e nos aproximamos da sala de estar. A escuridão tornava tudo um pouco mais assustador, e nossos passos eram cautelosos enquanto investigávamos a origem do som.

Quando chegamos à sala, encontramos meu pai, parado ali, com uma expressão que variava entre surpresa e descontentamento.

"Pai?" murmurei, perplexa pela presença inesperada dele naquela hora.

Ele se virou para nós, claramente não esperando nos encontrar ali. Seus olhos se fixaram em Barreto, que estava ao meu lado.

"Quem é esse?" ele perguntou, com uma voz que carregava uma mistura de curiosidade e desaprovação.

Eu engoli em seco, sentindo um certo nervosismo se espalhar por mim. Era a primeira vez que meu pai me via com um rapaz em casa, e a situação não era exatamente o ideal.

"Esse é o Barreto, pai", respondi, tentando parecer calma, apesar do meu coração acelerado. "É só um amigo."

Barreto se aproximou com um sorriso educado, estendendo a mão para cumprimentar meu pai. "Prazer em te conhecer, Senhor, sou o Kauã, mas me chamam de Barreto."

Meu pai apertou a mão de Barreto, mas sua expressão ainda era tensa. Ele olhou de volta para mim, claramente não satisfeito com a situação.

"Você não me disse que teria alguém aqui esta noite, Jade", ele comentou, sua voz carregada de descontentamento.

Eu hesitei, sem saber exatamente como responder. "Foi de ultima hora, pai. Não achei que iria estar em casa, nem que fosse se importar."

Ele soltou um suspiro frustrado e deu meia-volta, indo em direção ao corredor que levava aos quartos.

"Não gosto disso", foi tudo o que ele disse antes de desaparecer no corredor.

Barreto e eu trocamos olhares, ambos um pouco desconcertados com a situação. Não era a forma como eu planejava que meu pai conhecesse Barreto, e claramente ele não estava contente com a nossa presença.

"Eu acho que eu deveria ir embora", Barreto sugeriu, com um olhar preocupado.

Eu assenti, sentindo-me culpada por toda a situação. "É, talvez seja melhor. Meu pai não é tão cuzão assim todo dia, ele deve ter tido um dia ruim, desculpa por isso."

Ele sorriu e disse "tô ligado que não é todo mundo que tem bom gosto pra gostar de mim"

Eu soltei uma risada alta e um pouco sarcástica "Bobão, como você consegue fazer piada nesse momento?"

"Não é piada, são fatos" ele disse e me deu um selinho demorado nos lábios.

Ele se despediu de mim com outro selinho um pouco mais rápido que anterior, eu dei um beijo na testa do garoto e o abracei fortemente.

Após nos despedimos, Barreto pegou sua mochila de girassóis e saiu da casa, enquanto eu fiquei ali, observando-o partir. Tudo estava ficando mais complicado do que eu imaginava, e eu não tinha certeza de como resolver as tensões que estavam surgindo em minha casa.

Após o Barreto sair de casa, voltei ao meu quarto, dei play no filme que estávamos assistindo juntos e me aconcheguei na cama. O quarto estava silencioso, exceto pelo som da TV. Meu pai já havia voltado para o quarto dele, e a tensão daquele encontro inesperado ainda pairava no ar.

Enquanto o filme continuava a rodar na tela, minha mente vagou para tudo o que havia acontecido naquela noite. Era a primeira vez que meu pai conhecia um "amigo" meu, e não tinha sido uma apresentação tranquila. Eu sabia que ele estava preocupado com meu bem-estar, mas também estava claro que ele não aprovava a presença de Barreto naquela hora da madrugada.

Lentamente, minha cabeça começou a pesar, e meus olhos se fecharam involuntariamente. As imagens do filme se tornaram borradas enquanto eu lutava contra o sono, até que finalmente me entreguei ao cansaço e adormeci.

Os sonhos vieram de forma agitada, cheios de imagens fragmentadas da noite anterior. Eu me vi rindo com Barreto, depois encarando meu pai com preocupação, e finalmente, sozinha no meu quarto, enquanto o filme continuava a rodar. Foi uma noite turbulenta, e meus sonhos refletiram isso.

No dia seguinte, acordei com a luz da manhã invadindo meu quarto. Fiquei deitada por um momento, relembrando os eventos da noite anterior. 

Levantei-me da cama e fui para o banheiro, tentando deixar para trás as preocupações. Eu ainda não sabia o que éramos, Barreto e eu, mas estava claro que as coisas estavam ficando complicadas. Enquanto me preparava para o dia, eu sabia que teria que lidar com essa situação eventualmente.

O café da manhã foi um pouco tenso, com meu pai evitando olhar para mim. Eu também estava inquieta, e a atmosfera na casa era palpável. Era um daqueles momentos em que eu desejava poder desfazer o que havia acontecido, mas sabia que não podia voltar no tempo.

Após o café da manhã, peguei minha mochila e me despedi de meus pais. Era hora de ir para a faculdade, e eu tinha que me concentrar nas aulas e nas responsabilidades que estavam à minha frente. 

...

oii amores, tudo bem?

ontem tava mt cansada, nem postei cap KKK

esse aqui tá com quase mil palavras, espero que gostem!

votem e comentem!!

Versos do Coração - Barreto McOnde histórias criam vida. Descubra agora