05. O Chá da Tarde

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Draco Malfoy não era homem de adiar a resolução de seus problemas, mas desta vez ele o fez. Sua provação com a Casa Assombrada e Harry Potter começou na noite de segunda-feira e continuou até a manhã de terça-feira, e sua cabeça demorou um pouco para se acalmar do que só poderia ser chamado de “efeito Potter”. Então, ele só mandou uma mensagem para sua mãe na quinta, marcando o chá para a sexta. Ele realmente não estava ansioso por isso, mas tinha feito uma promessa a ela, e era uma promessa que ele realmente pretendia cumprir. Sua pequena e chata afilhada, porém, temia ainda mais do que ele o fato de terem que conhecer Narcissa Malfoy.

— Precisamos mesmo ir? — Anya perguntou o que poderia facilmente ser a 20ª vez.

— Sim, pequena serpente, temos. — Draco respondeu pacientemente. — Na verdade, eu tenho que ir, e estou de babá de você, então infelizmente devo arrastá-a junto.

— Argh! — Ela gemeu. — Você poderia pelo menos esperar até semana que vem, depois que eu partir…

Draco revirou os olhos para ela.

— Minha mãe não é tão ruim. — Draco disse mas não sentiu confiança em suas próprias palavras.

— Certo, e eu sou a Rainha trouxa! — Anya disse.

Draco tentou conter a risada, mas como sempre acontecia perto de Anya, ele falhou. Eles estavam andando pelo Beco Diagonal, tentando encontrar a nova casa de chá que Narcissa mencionou em sua breve nota, onde deveriam se encontrar, chamada de “Ponto de Quebra”. Draco estava com um pouco de medo desse nome e se perguntou se a escolha do lugar tinha algo a ver com o assunto pretendido para a conversa. Talvez sua mãe finalmente se cansasse dele. Mas quando viu o lugar deixou a ideia de lado, pois era apenas a típica casa de chá que sua mãe gostava: chique, expansiva e cheia de puro-sangue.

Draco respirou fundo e interveio, interpretando-se como outra pessoa. Ele encontrou sua mãe sentada sozinha, já esperando por ele. Ele se sentou e sorriu suavemente, vendo que pelo menos Narcissa Malfoy se parecia muito com ela mesma ultimamente. Sempre calma, elegante e distante, como se fosse uma pintura feita para outro mundo, como se a guerra nunca tivesse acontecido, e ela estava prestes a convidar Draco para passear com ela pelos jardins de rosas da Mansão.

Mas a guerra aconteceu, embora só fosse visível nos seus olhos escuros, que sempre carregavam uma pitada de preocupação, olhando discretamente em volta, numa busca constante por ameaças. Mas ela sorriu de volta para ele, seu sorriso apenas vacilando levemente quando ela colocou os olhos em Anya.

— Olá Draco. — Narcisa disse. — Olá Sra. Eu não sabia que você se juntaria a nós hoje. — Ela acrescentou, olhando para Draco.

— Ah, acredite Sra. Malfoy, eu não me juntaria a você se pudesse escolher. — Anya respondeu, tão honesta como sempre. Draco havia desistido de repreendê-la sobre a maneira como ela conversava com Narcissa Malfoy. Foi simplesmente infrutífero.

— Tão adorável como sempre. — Narcisa disse, em seu tom mais desaprovador.

— Não se preocupe, eu trouxe um livro, então ficarei tranquila. — Anya exibiu o volume que carregava e logo enterrou o rosto nas páginas.

— Bem, isso deve bastar. — O sorriso de Narcissa ficou mais genuíno novamente. — Então, Draco, como você tem passado?

— Muito bem mãe, e você? — Draco entrou nos modos de saudação pré-estabelecidos que se esperavam dele. Mas neste momento da sua vida, era estranho ouvir-se falando assim. Ele sempre teve a impressão de que uma versão anterior dele assumia o controle de seu corpo sempre que precisava conversar com sua mãe, que ainda sabia ser um sangue puro.

Draco Malfoy and The Aeternum Caput | Drarryحيث تعيش القصص. اكتشف الآن