CAPITULO 2

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Meu corpo continua petrificado, como se minha alma tivesse se deslocado, me abandonado. Me deixado.  sinto-me submersa a tudo,  ruídos que parecem distantes agora... uma imensidão azul assombra o meu subconsciente, tomando totalmente a minha atenção, de algo que me chama do outro lado.

Meu corpo levita, agora refém do que posso chamar "𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑐𝑒́𝑢" Só que ao contrário do céu aqui não à nuvens, e diferente do inferno não tem fogo! Só simplesmente a calma e confortável devastação azul, e eu sobre ela como em uma cama king banhada dos melhores algodões já produzido, a névoa me abraça.

Meus olhos meio abertos quase tão cansados para se manterem abertos, mas, curiosos demais para fechar completamente! Viajam sobre a imensidão azul, em uma sensação totalmente hipnótica, porque isso não é verdade! O Deus só pode estar me prestigiando com alguns momentos em seu paraíso.

Mas, em frações de segundos sou largada ao chão, batendo minhas costas, e penso que talvez Deus não seja tão bondoso assim... Tusso algumas vezes me distanciando do chão,antes de finalmente me levantar.

𝑴𝒆𝒓𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝒈𝒓𝒂𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒛𝒆𝒓0

Finalmente retorno a minha consciência total. Meus olhos vasculham o lugar que não tem nada mais nada menos do que azul...

Até sentir meu corpo ser sacudido ferozmente, fazendo com que minha mente estremeça e uma voz invadisse meus ouvidos e ecoa sobre o 𝑡𝑢𝑑𝑜 𝑎𝑧𝑢𝑙.

Começo a correr para todos os lados na tentativa de encontrar a voz que me chama e que parece tão distante e impossível de encontrar... A cada passo que eu dou fica cada vez mais difícil correr, meus pés pesam no instante que meus olhos olham para baixo e veem a água, e começo a caminhar! A água que já cobre meus tornozelos sobe desesperadamente, parecia focada em me afogar em meio ao meu desespero.

O cansaço logo me atinge, a respiração cada vez mais por um fio, me fazendo tremer em busca do mínimo ar que rasga meus pulmões que começaram a doer se expandindo pela minha caixa torácica rapidamente, e eu hesitante penso em dar o próximo passo, mas caio em falso em um buraco em meio a água!

𝑈𝑀 𝐵𝑈𝑅𝑅𝐴𝐶𝑂 𝐸𝑀 𝑀𝐸𝐼𝑂 𝐴 𝐴́𝐺𝑈𝐴?

Novamente na imensidão azul, caio rápido demais para ter noção do que se passa, onde não parece ter fim...
Meu ritmo cardíaco chega a 100 por hora, o ar finalmente deixa meus pulmões, e meus olhos se fecham, e minha alma novamente me trai deixando meu corpo!

Xxx: Ei você me escuta?
Meus olhos lentamente se abrem, e de relance vejo uma menina! Com grandes olhos verdes jabuticaba em cima de mim, me olhando com atenção! Isso explica a doce voz... Minha visão clareira, em suma a sentir meus ossos estalarem cada centímetro sobre a minha carne enquanto me mexo, e meus músculos reclamam de dor.

Tento me esticar e minha cabeça dói! Meus olhos apreciando tudo ao redor, como se quisesse guardar cada detalhe para uma fuga próxima!
Xxx: Você está me escutando?
- O-que... está acontecendo? Gaguejo ao falar, e obrigo o meu corpo a se levantar. As bochechas coradas e olhos verdes, se tornam mais visíveis para mim e sua preocupação cai sobre mim, e ela me ajuda a se sentar.

- Ai minha cabeça! Exclamo com a mão direita sobre a mesma, sentindo um borrão se passar e pensando que iria novamente perder a consciência, mas me contive com medo de voltar para aquele lugar de novo.
- Calma! Com as mãos ela começou a sinalizar para mim, respirar e inspirar!

𝐴 𝑐𝑙𝑎𝑟𝑜, 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑐𝑎𝑙𝑚𝑎 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑠𝑜́ 𝑝𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑓𝑎𝑙𝑜𝑢.

Não sei quem essa garota, ou ao menos porque está me ajudando! Mas, o que mais me intriga é: Ela é um ser humano? Assim como eu? Então o que era aquilo?

Me senti mais leve, minha respiração menos ofegante e minha cabeça já não parecia explodir agora! A dor diminui.

- Melhor? Ela me questiona!
- Sim...
Seu olhar continua curiosamente em mim.
- Então! Limpo a garganta. - Pode me dizer na onde eu estou?

Seu rosto antes suave, agora era de espanto!
- Como assim você não sabe a onde está? Disse. Assustadoramente baixo! e eu quase entrei em Pânico também.

- Por que eu deveria?  Olho para ela atordoada e assustada! Porque é tão caótico que eu não saiba a onde estou? Ao menos eu deveria saber, com a minha cabeça latejando? ela só me faz lembrar porque odeio seres humanos!sempre tão egoístas e cheios de si, para pensar no próximo em tamanha vulnerabilidade... Eu aqui sofrendo, e ela me perguntando algo que eu deveria saber, mas, não faço a mínima ideia! 

Se ela ao menos me confortasse e me desse algo para comer e beber, eu poderia pensar devidamente.

– Não sei! Disse com certa raiva em minha voz!
- Você é terráquea
- Isso é uma pergunta?
Fico me perguntando, o quão tola era minha cara no momento, para a mesma achar que eu não fazia parte do planeta Terra. Seu rosto suavizou e tornou em um sorriso.
- Escute! Você está no submundo agora! Não sei como veio parar aqui mas, uma coisa é certa, você vai sair!
Mas que diabos ela está dizendo?

Ela percebe o meu espanto e relaxa, pega suavemente a minha mão e aperta, enviando arrepios por todo o meu corpo. Sua mão é áspera e tão delicada ao mesmo tempo.
- Desculpe... Suspira. – Você deve sair daqui, não é seguro e, eles com certeza já sabem da sua presença! Deve ser por isso que Dina sentiu você tão rápido... Até mais do que eu!

- O que exatamente teria faro de humanos? E ela acabou de respondendo a minha duvida, sem ter noção... eles realmente não são humanos! Então, como ela consegue se igualar a uma? Todos os seus traços, jeito de falar e andar, seu corpo, tudo se parece... 𝐶𝑜𝑚𝑖𝑔𝑜!

- Tudo aqui é diferente do que você pensa, é sombrio e perigoso, sua vida corre perigo nesse lugar a cada fração de segundos! Principalmente por você ser humana, eles vão querer pegar você e eles 𝑣𝑎̃𝑜 pegar você se continuar aqui! Não sabemos o que eles podem fazer, mas, eu já tenho umas ideias!

Eu tenho certeza de que não quero saber de suas ideias.

- Quem é ela exatamente?
- Dina é minha “irmã mais velha”, mas ela é mais conhecida como demônio invertido aqui no submundo.

- Aquele demônio é sua irmã? Grito.

Dandara coloca sua mão na minha boca e a outra sinaliza com o dedo nos lábios para fazer silêncio. Naquele momento eu percebi que as coisas eram mais graves do que imaginava.

- Sim!

Eu nunca desejei tanto está dormindo nesse momento, e ser acordada pela a minha mãe para ir a escola, e descobrir que tudo não se passava de mais um dos meus sonhos idiotas de fantasia que eu imaginava todas as noites antes de ir para a cama.

Isso além de assustador era mais real do que eu imaginava! Ou pelo menos parecia mas, o que exatamente avia acontecido para mim vir parar aqui? Será que eu morri indo para a casa de Clara em mais um sábado de comunhão entre os nossos amigos? Morri após mais um dos shows de raiva de meu pai? Ou talvez eu tenha morrido escutando Guns Rose   com a cara nos livros trancada no meu quarto.

Mas e agora? Será que tudo realmente está perdido? Minha mãe, meus amigos, a minha vida...

𝚂𝚄𝙱𝙼𝚄𝙽𝙳𝙾 Where stories live. Discover now