- Dandara?
- Sim?
- Olha, talvez não seja o melhor momento, mas... Disse, enquanto ela arrumava a cama para que pudéssemos descansar! já que estava me sentindo um tanto exausta. – Eu estou com fome! Você poderia por favor me dar algo para comer? Juntei minhas mãos e pedi suplicante.
- Claro! só espere um segundo. Seu sorriso tímido se mostrou para mim, e ela voltou a sua atenção para cama! E agora estou pensando em como uma cama do lado inverso do universo pode ser bem mais confortável, do que minha própria cama do mundo real!? Deve ter sido aquela fumaça azul, que me deixou um tanto Loca!
(...)
Eu estava encolhida no chão sentindo que se eu esperasse mais um milésimo eu morreria, de fome ou hipotermia! E Dandara, percebeu! Porque logo após foi buscar comida, ou algo que seja visivelmente comestível.
Eu só precisava de algo em que minhas glândulas salivares pudessem trabalhar! Quando a vi voltando, meu rosto se encheu de felicidade.
- Aqui está! Seu sorriso tímido se mostrou novamente!
Minhas mãos foram com pressa ao pote, como se fosse a última coisa da minha vida porém, ao bater meus olhos os senti esbugalharem! E um interrogação gigante cresceu em minha cabeça, acompanhado da minha cara de nojo!
Meu estômago se apertou dentro de mim, como eu, uma pobre garota morrendo de fome, e essa indigente me oferece essa... sopa verde gosmenta! Madelaine Petsch deve usar isso nos seus lindos pés.
- Mas o que é isso? A olhei com descrença! mentira que ela vai me deixar trancada nesse lugar e ainda comer essa gororoba.
- Rachila se chama, é uma sopa de larvas rica em proteínas e minerais! Parece nojento mas, depois de comer isso... Ela apontou seu indicador do para o potinho sinalizando! – Vai se levantar como um touro! E acredite em mim, você vai precisar se quiser sobreviver mais um dia nesse mundo.
A realidade já começa quando na verdade eu nem queria estar aqui. Agora por que Dandara acha que eu tenho que ficar forte o suficiente para ficar nesse mundo... Me preocupa!
Eu só espero não ter que lutar com nenhum Hitler de sete cabeças. Porque se o Hitler não foi para o inferno, ele com toda certeza está aqui!
- Está querendo me matar?!
Seus olhos chantagistas se encontraram com os meus, e o humor sarcástico em seu olhar, me deixou com medo de sua resposta! Mas ela surpreendentemente deu de ombros e continuou a arrumar a cama.
- Sério Dandara, eu não quero virar um touro, eu só quero comer!
Dandara riu, da minha fala e me obrigou a comer logo, ameaçando me levar para a Dina, como se eu fosse uma criança de 5 anos.
- E então, me fala mais sobre esse submundo?! Disse, a Dandara, cutucando aquela 𝑎 𝑠𝑜𝑝𝑎
Sem intenção nenhuma de comer!
- Bom, aqui as horas são invertidas! Vivemos a um passo a frente do mundo real.
Um exemplo: enquanto aqui se passa uma semana, no mundo real se passa apenas horas! 3 semanas aqui é equivalente a 3 horas lá.
- Aua! Minha reação foi realmente genuína! Eu estava em choque! Como nunca pensei em um multiverso total através do armário? - Quanto tempo exatamente eu estou aqui?
Enfiei um dos meus dedos dentro do potinho e, o coloquei dentro da minha boca! Levantei meus olhos para encontrar o de Dandara, somente para ver a face de quem acabará de fazer sua maior vigarice!
Recebi sua risada sincera, se jogando na cama com as mãos na barriga, e suas bochechas fortemente coradas.
Eu mantive meu tom sério até que a mesma se recuperasse de sua façanha, vendo que eu não estava para gracinhas mas, sim, frustrada por não ter uma comida digna.
- Acho que umas 5 horas mais ou menos... Ela finalmente me olha, com o rosto relaxado ao responder minha pergunta! - Mas eu estou curiosa para saber como você entrou aqui, sem saber no que estava se metendo.
- A sim! Foi pelo guarda roupa.
Dandara revirou os olhos
- Eu sei que foi pelo guarda roupa! Colocou suas mãos atrás da cabeça, e deitou sobre elas!
- Então por que perguntou?
- Não foi essa exatamente a pergunta, mas vamos deixar isso para depois!
Nem me importei com seu corte na conversa, pois, já não estava tão amigável como antes mesmo... Estava cada vez mais irritada com o fato de não ter comido, e as palhaçadas de Dandara já estava me dando nos nervos! Queria que ela me levasse mais a sério.
(...)
Quando me dei conta, Dandara já estava enfiando aquela gororoba a dentro da minha goela! Ela tampou meu nariz para que eu não sentisse cheiro e nem gosto! e derramou aquilo na minha boca de uma vez.
Odeio admitir que, Dandara estava realmente certa! Eu já me sentia bem melhor que antes, e não sentia fome alguma!
Mas disse há ela que havia melhorado só pouco, para que não se gabasse! E confesso que não me arriscaria tomar aquilo novamente para me sentir bem, nem se estivesse a beira da morte.
- Você está se sentindo melhor?
- Estou! Mas sinto que posso vomitar a qualquer momento, eu vou fazer questão de fazer isso em cima de você que me obrigou a beber isso.
𝐷𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑎 𝑟𝑖𝑢.
- Você quer tomar um banho?
- Vocês tomam banho aqui?
- Mas é claro! Nós estamos em mundos diferentes mas, eu não sou nenhuma alienígena! Monstros realmente não tomam banho, mas eu não sou um monstro. Pelo menos eu chego perto de um ser humano normal.
- Como assim perto?
- É eu sou meio a meio. Mas, isso eu te explico no banho, Vamos!
- Tá bom!
Dandara me ajudou a levantar do chão, o que nos rendeu boas risadas, já que eu quase caí por cima da mesma!
Íamos saindo daquele quarto, quando ao abrir da porta, um cheiro anômalo adentrou em minhas narinas! Inalei aquilo rápido de mais sem pensar duas vezes no que realmente era, e uma crise de tosse me atacou!
Dandara, rapidamente se-virou para trás, em minha direção, e cobriu suas mãos ao meu rosto me impedindo de respirar. Mas já era tarde demais quando senti uma forte dor em minha cabeça, e aquele cheiro desceu como um líquido, rasgando minha garganta!
- Não respira isso, é veneno!
𝑇𝑎𝑟𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑖𝑠
Penso porque só eu estou sentindo isso? Já que Dandara está tranquila, respirando normalmente! Mas, ela também é humana! Ao menos metade de uma.
Este submundo não é realmente meu forte!
Já estava ficando tonta, com toda aquela adrenalina! Quando Dandara me abraçou forte em seus braços para que eu ficasse firme em si.
Sua respiração estava acelerada, e ela parecia pensar em algo ou o que fazer... Talvez o ser místico que colocou o veneno! Logo, ela se tocou que tinha que me tirar rápido dali e eu agradeci mentalmente, antes que eu acabasse morrendo sem respirar.
Ela pousou uma de suas mãos no meio das minhas costas, enquanto a outra passou por debaixo da minha perna. Deitei minha cabeça no peito de Dandara, me afundando ali, me sentindo segura o suficiente para que meus olhos se fechassem por completo, e eu não visse mais nada.
