Madrugada

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O restante da noite foi pacífico, Sergipe comeu e voltou para o quarto para dormir, não trocou mais nenhuma palavra com RN e ele resolveu o deixar por enquanto, também estava cansado e precisava dormir, o problema era como fazer isso.
A noite era quente e estava inquieto na cama, se remexia com frequência e não sentia o sono chegar de maneira nenhuma, se levantou aumentando a velocidade do ventilador e deitou outra vez mas nada sua cabeça parecia ainda estar funcionando, seus pensamentos eram altos e não os deixava dormir. Irritado, levantou-se para tomar uma água gelada e ir no banheiro, foi andando descalço para evitar o barulho e chegou até o banheiro e antes que pudesse girar a maçaneta, Sergipe a abriu por dentro e ambos se assustaram com a repentina presença um do outro.

-Credo, achei que fosse uma assombração.

-Digo o mesmo. Minha nossa senhora.

-O que está fazendo de pé?

-Acho que o mesmo que você.

Sergipe sentiu estúpido por perguntar algo tão óbvio, mas RN não queria parecer grosseiro.

-Não consegue dormir também.

-Não, calor da miséria.

-E seu ventilador?

-Não sei o que houve, tá fraco acho que no caminho pra cá deve ter dado alguma coisa.

-Quer que eu mexa?

-Agora?

-Sim!

-Tá muito tarde.

-Eu já não tô dormindo, você também não. Eu vou, espera aí.

-Esper-...

Ele fechou a porta do banheiro e deixou o loiro esperando do lado de fora, Sergipe não tinha certeza se era uma boa ideia fazer isso tão tarde, mas o moreno não tinha lhe dado escolhas. Quando ele saiu do banheiro fez um sinal indo até o quarto dele, Sergipe fechou a porta e acendeu a luz, Norte olhou o ventilador e realmente a velocidade estava muito baixa nem saia vento daquilo, tirou da tomada e começou a mexe no objeto.

-Sabe o que está fazendo?

-Não, mas é só um ventilador não deve ser difícil.

Agora o loiro temia pelo objeto, ambos se sentaram no chão e enquanto Norte mexia, Sergipe o olhava atentamente.

-Ahá, aqui. Viu só essa parte é do botão não tá bem presa, deve ser por isso que não muda de velocidade -Ele estava sério e concentrado, realmente não foi tão difícil.

RN colocou o ventilador no chão de novo e ligou na tomada, ligou o botão e... nada, nenhum lado nada, dessa vez o coitado nem girava. Sergipe não se aguentou cobrindo a boca rindo o mais baixo que podia, mas seu rosto até doía e a irritação na cara do mais alto era explícita.

-Shh, fica quieto vai acordar os outros.

-Ai ai... minha barriga, tinha toda certeza do que tava fazendo o "engenheiro" e o negócio nem liga mais.

-Acho que apertei muito, só isso. Para de rir é você que vai ficar sem ventilador.

-Que? Nem pensar, ou você arruma ou me dá o seu, pelo menos antes funcionava.

-Tá, te dou o meu. E amanhã tento arrumar de novo.

-Não quer me dar um novo? Tô um pouco preocupado com sua nova tentativa.

E ele voltou a rir, Norte revirou os olhos e o empurrou de lado e ele se deitou no chão tentanto parar de rir.

-Bom saber que te divirto, agora te aquiete.

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