Capítulo Quarentena e Três

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Los Angeles, EUA.
10 de Junho.

Eu ontem tive tanta sorte, a malvada da morte andou perto de mim.

— E NO MEU CARRO DEI BOBEIRA, NUMA BRINCADEIRA QUASE LEVA O FIM - coloquei a mão no peito e comecei a me mover — VAI DONA LIZ - chamei a senhora que tava parada no meio da sala me julgando com olhar.

Fui até ela e a puxei pra dançar aquele brega marcante.

— Que tipo de dança e de música é essa, meu Deus? - a senhora questionou assustada.

Nossos passos de dança eram desengonçados.

— Como assim a senhora é velha e não conhece o grande Bartô Galeto? - a olhei indignada e recebi um pano de prato batendo em meu braço em troca.

— Velha é a tua avó - Dona liz me cerrou com os olhos e foi pra cozinha.

Gargalhei alto e aumentei a música.

— ESSA SAUDADE ERA DE ROSA, COISA MAIS LINDA DO MEU JARDIM.

— VOCÊ É MALUCA, DEVE TA INVOCANDO ALGUM DEMÔNIO E NEM SABE - a senhora gritou de volta.

— ISSO SE CHAMA LÍNGUA PORTUGUESA, ELIZABETH.

Dancei mais um pouco e peguei um esfregão pra passar no chão, essas músicas me dão logo vontade de limpar casa e de tomar uma.

— PUTA QUE PARIU, ESSA É MINHA - gritei animada quando "garçom" começou a tocar.

Juntei o esfregão ao meu corpo dançando com ele enquanto tocava só os acordes.

— GARÇOM, AQUI NESSA MESA DE BAR - rodei a sala dançando coladinha com o meu esfregão.

— ESSA CASA VAI EXPLODIR DE TÃO ALTO QUE TÁ ESSA MÚSICA QUE INVOCA DEMÔNIOS.

— SAIBA QUE MEU GRANDE AMOR HOJE VAI SE CASAR - fiz questão de cantar bem na porta da cozinha.

Doida pra morrer sim.

Pulei de susto quando virei pra voltar pra sala e vi Kylie escorada na parede rindo igual uma doida com o celular virado em minha direção.

— Vai, gente, papai Reginaldo Rossi - dei mais uma dançada pro vídeo que saia com a gargalhada alta da minha namorada fundo.

— Amor, o que é isso? - ela enxugava alguma lágrimas que caíram do seu rosto com a mão livre.

— Um dia eu te levo lá em Belém pra tu tomar um açaí do grosso com charque ou mortadela - falei convicta.

— O que é chake e motadela? - ela fez uma careta.

Gargalhei alto com a sua pronuncia errada, mas foi fofa.

Ela parou de gravar e fez biquinho emburrada.

Abracei seu corpo e destribuiu alguns beijos pelo seus rosto até ela sua expressão suavizar.

— Tá gostosona, viu - falei analisando seu look — Uma vibe bem CEO mesmo.

— Sim, tenha respeito! - a Jenner disse convencida jogando os cabelos para o lado.

— Claro, quer que eu me ajoelhe? - levantei as sobrancelhas algumas vezes pra ela entender minhas segundas intenções.

— Mulher, toma rumo na tua vida - a empresária desferiu alguns tapas fracos no meu braço enquanto eu apenas ria.

— Ai, mas eu tô gostando tanto de ser vagabunda - respondi me jogando no sofá.

— Vai lançar uma música, eu hein - ela me julgou enquanto tirava o casaco — Seus fãs estão se juntando com o da Lauren em uma rebelião contra vocês - disse a última parte rindo e eu acompanhei.

One More Chance? (Kylie Jenner/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora