Farm Love (Larry Stylinson)

03 (Reescrita)

Harry's POV

Sábado. Com toda certeza, meu dia preferido da semana. Sem precisar acordar cedo ou trabalhar até tarde, posso simplesmente descansar, dormir um pouco mais e, se quiser, passar o dia inteiro na cama ou sair e aproveitar a cidade. Mas, ultimamente, esse ideal não parecia tão simples de alcançar.

Mesmo com o descanso em mente, meu corpo, acostumado à rotina de trabalho, me desperta às 7 da manhã. A luz do sol invade pelas brechas da janela, iluminando o quarto silencioso. Robert já saiu para sua caminhada matinal, como sempre faz aos finais de semana. Talvez eu devesse estar acostumado a acordar sozinho... mas algo no vazio ao meu lado sempre me surpreende.

Após algum tempo de enrolação na cama, decido me levantar. Faço minha higiene matinal, descendo as escadas até a cozinha. Ao chegar, uma surpresa me espera: um buquê de rosas vermelhas repousa sobre o balcão.

— O que é isso? — murmuro, um sorriso involuntário surgindo em meu rosto ao pegar as flores e senti-las de perto. Coloco-as sobre a pia, procurando um vaso adequado na despensa. — Vão ficar lindas aqui.

Começo a cortar os caules das rosas, me perdendo na tarefa simples e reconfortante. Quando estou finalizando, ouço a porta da frente se abrir abruptamente, e Robert entra suado, ofegante. Meu coração salta com o susto.

— Que susto! — digo, rindo nervosamente e levando a mão ao peito. — Bom dia.

— Oi — ele responde, passando a camisa pelo rosto e pelos cabelos para secar o suor. Devo admitir, ele estava sexy. Era difícil não reparar.

— Eu adorei as flores. Obrigado. — Dou alguns passos em sua direção, hesitante.

— Queria me desculpar por ontem — ele diz, colocando as mãos na minha cintura, ainda coberta pelo pijama. Meu corpo relaxa ao sentir seu toque, e envolvo seu pescoço com meus braços.

— Está tudo bem, não se preocupe. — Me aproximo, dando-lhe um selinho nos lábios. — O que acha de sairmos hoje? Podemos almoçar fora, só nós dois.

— Prefiro comer aqui em casa. Não tô afim de sair — responde, afastando-se de mim com um sorriso ligeiro. — Faz uns ovos e torrada pra mim. Vou tomar um banho.

— Claro... — murmuro, um tanto desapontado. Observo ele subir as escadas, e volto meu olhar para o vaso de rosas sobre a pia.

Enquanto preparo o café, me pergunto se o gesto das flores era sincero ou apenas mais uma tentativa de contornar o inevitável. Dez minutos depois, Robert desce as escadas usando apenas um shorts confortável, o corpo relaxado após o banho. Arrumo a mesa e coloco nossos pratos.

— Estava pensando em assistirmos aquela série hoje. Lembra? Começamos no mês passado. Estou ansioso pelo próximo episódio — digo, tentando soar animado.

— Bobagem, Harry. Devia aproveitar o tempo pra adiantar seu trabalho — ele responde, sem olhar para mim enquanto começa a comer.

— Mas hoje é sábado, amor. É o único dia que temos pra ficar juntos, deveríamos fazer algo. — Tento manter a esperança na voz, mesmo sentindo a resistência dele. — Por favor...

Toco sua mão sobre a mesa, implorando por algum tempo de qualidade. Ele para por um momento, suspira e finalmente cede.

— Tá bom, Harry. Dois episódios e depois eu vou cuidar das minhas coisas. — Sua voz é seca, mas a concessão é algo. Afasta minha mão suavemente, focando no café da manhã.

— Tudo bem — concordo, tentando manter o sorriso no rosto.

Depois de terminar de arrumar a cozinha, vou até a sala onde Robert já está sentado, mexendo no celular. A visão de seu corpo relaxado no sofá, apenas de bermuda, faz algo despertar em mim. Era frustrante o quanto sentia falta dele, do seu toque. Fazia tanto tempo desde que tínhamos um momento íntimo de verdade.