08. Aqui pra você

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Luto é uma fase difícil, Alana entende isso muito bem. Ela sabia exatamente qual era essa dor, por ter perdido sua mãe quando era mais nova. Alana queria mais do que tudo, fazer Luiza se sentir bem num momento como esse, ela sempre mandava mensagens para Luiza, e algumas vezes, ia visitar a garota, apenas para abraçar ela e lhe dar conforto. Alana não sabia exatamente oque podia fazer por Luiza, mas ela queria mostrar que estaria ali pra ela.

Alana havia pedido para Anita dizer para Luiza encontrar com ela na sorveteria, Alana não sabia se ela iria aparecer, mas mesmo assim estava sentada numa mesa esperando, pensando no que ela iria dizer.

Depois de uns minutos esperando, Alana viu Luiza na frente da sorveteria, a morena estava usando uma camisa vermelha listrada, e uma blusa de frio azul por cima, linda, como ela sempre estava. Luiza deu um sorriso fechado quando viu Alana, e se aproximou, se sentando na cadeira em frente a loira.

O silêncio permaneceu na mesa, enquanto Luiza não sabia exatamente o que falar.

- Você tá bem, Lu? - Alana pergunta e Luiza dá um suspiro, e balança a cabeça em resposta.

- Eu tô ficando.

- Eu tô aqui pra você, Lu. - A loira diz, olhando nos olhos dela - Sabe, eu não sei se você se lembra mas... Quando eu tinha uns 5 anos, eu morava aqui em Imperatriz com meus pais e meus irmãos, e... Você, você era minha amiga nessa época. - Alana diz, e Luiza junta as sombrancelhas - Talvez você não se lembre, mas...

- Espera, eu me lembro! - Luiza diz, um sorriso surgindo em seu rosto, logo Alana sorri também - A gente usava uns apelidos bobos, eu te chamava de Alyzinha, você roubava os carrinhos do Fabrício e a gente brincava de boneca todo fim de semana! - Luiza afirma, com um sorriso enorme no rosto, fazendo Alana dar uma risada. Ela conseguiu fazer Luiza sorrir.

- Exatamente! A gente era bem próxima nessa época. - Alana afirma e Luiza concorda com a cabeça

- A gente andava sempre junto, eu lembro que meu pai era amigo do seu pai. - Luiza disse, olhando para baixo, mas ainda sorrindo.

- Sim. Acho que eles eram bem amigos também. - Alana sorri - Olha... Quando eu fiz 8 anos... A minha mãe se foi. - Alana conclui, olhando para baixo por alguns segundos. - E durante aquele momento, eu lembro que você foi na minha casa quase todos os dias. Você sempre tentava me animar. Éramos muito pequenas mas eu nunca me esqueci disso. - A loira contava, sem tirar o sorriso do rosto - Um ano depois, eu fui embora de Imperatriz. E quando eu estava prestes a ir embora, você foi lá me ver. - Ela diz, e logo Luiza tem a cabeça iluminada por todas essas memórias.

- Eu me lembro... Eu chorei muito aquele dia. Acho que você era minha melhor amiga naquela época. - Luiza dá uma risada

- Não sei se você vai se lembrar mas naquele dia você me entregou...

- O Fofucho! - As duas dizem ao mesmo tempo, e depois começam a rir.

- Exatamente! Uau, você se lembra!

- Como eu poderia esquecer? Era meu ursinho de pelúcia favorito. - Luiza afirma com um sorrisinho

- Eu sei disso. Naquele dia você me deu o Fofucho, e disse pra eu guardar ele comigo, pra nunca esquecer de você. E eu nunca esqueci. - Alana parou por alguns segundos, e olhou nos olhos de Luiza

- Eu também nunca me esqueci de você, Alyzinha. - Luiza diz, sem conseguir evitar sorriso bobo que surgia em seu rosto. Era como se as duas sempre estivessem destinadas a serem assim tão próximas.

Alana sorriu, e colocou sua mão sobre a mão de Luiza, segurando sua mão, surpreendendo um pouco ela.

- Você esteve lá pra mim, quando as coisas não eram fáceis pra mim, e eu não vou me esquecer disso. - Alana afirma, olhando nos olhos de Luiza - E é exatamente por isso, que eu quero estar aqui pra você também. Eu sei como é difícil perder alguém, e eu não quero que você passe por nada disso sozinha. Eu sempre vou estar aqui pra você Luiza, sempre.

Luiza sorriu em resposta, apertando a mão de Alana;

- Obrigado, Lana.

- Não precisa me agradecer. Só quero que você fique bem, tá? - Alana diz, e Luiza concorda com a cabeça, sorrindo e olhando nos olhos de Alana. Alana conseguia passar uma sensação de conforto para Luiza. - Eu tenho uma surpresa pra você.

- Surpresa?

- Sim, além do açaí de graça. - Alana diz e Luiza ri

Alana se abaixa, e tira uma caixa debaixo da mesa.

- Abre!

Ela entrega a caixa nas mãos de Luiza e Luiza junta as sombrancelhas sem entender. Luiza abre a caixa com cuidado, e dentro dela, estava lá, a pelúcia, Fofucho. Ele era um guaxinim de pelúcia, que usava uma coleira que a própria Luiza havia feito. Ele já estava um pouco velho, mas estava inteiro.

- Meu Deus! - Luiza deu um sorriso, totalmente surpresa, e sentindo uma nostalgia enorme ao segurar o guaxinim de pelúcia. Luiza conseguiu sentir o cheiro do perfume de Alana na pelúcia.

- Acho que agora ele pode te fazer companhia também. - Alana afirma com um sorrisinho - A gente divide a guarda? - Ela pergunta a Luiza dá uma risada

- Um dia na minha casa e um dia na sua.

- Combinado! - Alana exclamou e as duas começaram a rir. Luiza estava se sentindo tão bem na presença de Alana, e Alana se sentia muito feliz em estar conseguindo fazer Luiza sorrir. Elas faziam muito bem uma pra outra.

- Meninas! Vão querer o açaí agora? - O pai de Alana pergunta se aproximando das duas

- Claro! - Alana afirma e depois olha para Luiza

- Com certeza! - Luiza sorri.

Depois de algum tempo, o pai de Alana trouxe os dois açaís para as duas comerem.

- Eu posso te dar açaí de graça a vontade! Só não conta pra Anita! - Alana afirma e Luiza ri, dando uma colherada no açaí - Mas, olha, eu te chamei aqui para outra coisa além do Fofucho e do Açaí.

- Pode dizer. - A morena afirma, depois dando mais uma colherada no açaí enquanto olha para Alana curiosa.

- Você soube da festa junina do IECET né? Eu só quero garantir que você vai. Vai ser divertido.

- O que? É claro que eu vou! - Luiza exclama com um sorriso e Alana dá uma risada

- Ótimo! Perfeito! Eu posso te acompanhar se você quiser.

- Eu ia amar. - Luiza concorda, e as duas ficam se olhando por alguns segundos enquanto tem um sorriso bobo em seus rostos.

- Nosso segundo encontro então? - Alana pergunta e Luiza junta as sombrancelhas

- Isso aqui não foi um encontro. Você não me beijou. - Luiza comenta, e Alana sente seu rosto ficar levemente vermelho, ela levanta uma das sombrancelhas, surpresa com a afirmação. - Te deixei sem reação, loirinha?

- Cala boca. - Alana deu uma risada

Novata - De Volta aos 15Donde viven las historias. Descúbrelo ahora