Alguns dígitos de números trocados. Pode não parecer, mas isso pode mudar tudo, principalmente o destinatário que receberá a mensagem.
Lara não tinha a mínima ideia que tinham lhe passado errado o número novo de sua amiga, então salva normalmente o...
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G A B I
Pô, não dá pra acreditar que a Lara não me conhece mesmo.
Eu até mandei umas fotos pra ver se ela se tocava e simplesmente não aconteceu nada.
E falei de mim como na terceira pessoa, ou segunda, ou primeira, não sei muito bem dessas paradas, mas falei como se não fosse eu mesmo e é bem estranho.
Agora tô esperando ela atender a ligação.
Porra, eu odeio conversar por chamada de vídeo e agora tô aqui ligando pra garota.
Não demora muito pra ela atender e se rosto aparecer na tela, tá com pouca iluminação mas dá pra ver que é mais bonita ainda do que nas fotos.
Ficamos em silêncio. Eu não sei o que falar e parece que ela também não sabe muito bem o que dizer.
— Ah... oi, velho.
Mania chata de me chamar assim, pô, não sou velho.
— E aí, alienada.
— Não sou alienada.
— E eu não sou velho— me sento na cama e apoio minhas costas na cabeceira.
— Tá deitada numa rede?
— Tô— ela levanta um pouco o braço e consigo ver melhor— para de olhos pros meus peitos seu tarado.
— Não tô olhando.
— Tá sim— ri e eu também dou risada— isso é estranho.
— Muito.
— Foi uma coincidência do caralho, eu tava comparando os números e só os dois últimos dígitos que são diferentes.
— É o destino, pô.
— Não acredito em destino.
— Aí cê fode a banca— passo a mão no cabelo e ela ri.
— Uiii, tá com o cabelo nevado.
— Fico mais gato assim, pô.
— Fica bonitinho mesmo.
— Nem parece que agora a pouco me pediu em casamento.
— Ouve um equívoco— ri e parece tentar se levantar da rede, mas de repente o celular cai no chão e eu ouço um barulho na sequência— desgraça.
